Tristeza por estar longe da família e dos amigos. Dificuldade em se acostumar com uma cultura completamente nova. Desânimo pela demora para ver resultados do trabalho. Essas sensações são comuns na experiência de missionários transculturais, e podem acometer mesmo aqueles que se prepararam bastante antes de irem aos campos. Por vezes, tais sentimentos podem se tornar problemas mais sérios, como depressão e transtorno de ansiedade. Em outros casos, problemas de saúde mental surgem sem motivos aparentes.

Fato é que parece haver uma correlação entre a carreira missionária transcultural e a prevalência de transtornos psiquiátricos. Na tese de doutorado defendida por Abner Morrilha na Universidade de São Paulo (USP), o psicólogo identificou altas frequências de sintomas de Transtorno Mental Comum, Transtorno Depressivo, Transtorno de Ansiedade e Síndrome de Burnout nesse público. A constatação foi feita a partir de um estudo que entrevistou 327 missionários evangélicos brasileiros que atuam em vários países ao redor do mundo. De acordo com o documento, isso revela que essa população faz parte do grupo de risco para o desenvolvimento de problemas de saúde mental.

Cuidado com o missionário

Os impactos da vivência transcultural na vida dos missionários serão tema de uma capacitação promovida pelo CIM Brasil, departamento de Cuidado Integral do Missionário da Associação de Missões Transculturais Brasileiras (AMTB). O público-alvo são profissionais de saúde mental. O evento será transmitido online pela plataforma zoom na noite desta quarta-feira, 16 de setembro, das 19h às 21h30.

A palestra será ministrada por Verônica Farias, psicóloga, missionária e integrante do CIM Brasil; e por Maria Fernanda Monteiro, psicóloga e integrante do Movimento Barnabé e do Ministério Nação da Cruz.

Para participar, é necessário fazer inscrição pelo link amtb.org.br/capacitacaocimbrasil ou enviar e-mail para cimbrasil@amtb.org.br.

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