Desde as montanhas áridas do Golfo Pérsico até a costa desértica da África, centenas de brasileiros corajosos estão servindo como missionários transculturais em contextos realmente difíceis. O cansaço gerado pelo calor escaldante do verão somado as pressões constantes de governos hostis à propagação da mensagem de Jesus, podem levar qualquer um a desistir e voltar para casa.

Por isso, Ted Limpic e sua esposa Cláudia tem se dedicado a apoiar e cuidar destes brasileiros pioneiros através de visitas regulares de encorajamento. Nascidos na Califórnia, eles se tornaram cidadãos brasileiros após 22 anos de serviço com a missão SEPAL, em São Paulo, atuando principalmente na área de pesquisa e mobilização missionária.

“Nosso sonho foi o de sairmos nós mesmos como missionários para essa região desafiadora. Mas Deus nos dirigiu da Califórnia ao Brasil para ajudar a mobilizar jovens brasileiros para esses campos tão necessitados. E hoje há mais de 300 que lá servem. Eles são a realização do nosso sonho”.

Desde 2006, Ted e Claudia moram na Espanha, país que serve como base para suas frequentes viagens aos países do outro lado do Mediterrâneo. Esses países estão passando por momentos de grande instabilidade política e religiosa, mas em quase todos há um número significativo de obreiros brasileiros que enfrentam perigos e pressões fortes porque amam o povo e desejam mostrar o amor de Cristo.

“Nosso lema”, dizem Ted e Cláudia, “é ‘servindo aos que servem’. O nosso desejo é servir aos brasileiros que estão servindo com tanta dedicação nesses lugares difíceis”.

Em cada visita, Ted e Cláudia tentam trazer algum tipo de lembrança, normalmente algo do Brasil: feijão preto, pão de queijo ou doces típicos. Eles marcam um tempo com cada obreiro brasileiro, seja qual for a agência ou igreja enviadora. Muitas vezes, saem para comer fora e simplesmente conversar. Ted e Cláudia gostam de fazer perguntas e escutar. Para eles, a pergunta mais interessante é: “como você está?”

A resposta a essa simples pergunta pode durar horas e horas, porque uma das maiores necessidades do obreiro brasileiro transcultural é a falta de alguém com quem ele possa abrir o coração.

Além de visitas de encorajamento, Ted e Cláudia tentam apoiar os brasileiros com aconselhamentos por Skype, retiros regionais, e abrindo sua casa na Espanha para os brasileiros da região que precisam de um tempo de descanso fora de seu país de serviço.

Ted e Cláudia esperam que cada vez mais as igrejas e mantenedores brasileiros possam se envolver em pequenos atos de encorajamento: e-mails de parabéns nos aniversários, ligações por Skype, envios pelo correio de pequenos presentes. Uma visita do pastor da igreja enviadora também é sempre bem vinda e pode trazer um novo ânimo, tanto para o missionário como para a igreja.

“É impressionante como um pequeno gesto de solidariedade e carinho de parte dos enviadores pode fazer uma grande diferença”, diz Ted. “Eles não são super-homens ou supermulheres. São pessoas normais que também precisam desse toque humano de gente que se importa com eles”.