Conta e Tempo
Deus pede estrita conta do meu tempo,
É forçoso do tempo já dar conta;
Mas como dar em tempo tanta conta,
Eu que gastei sem conta tanto tempo?
Para ter minha conta feita a tempo,
Dado me foi bom tempo e não fiz conta.
Não quis, sobrando tempo, fazer conta;
Quero, hoje, fazer conta e falta tempo.
Oh! vós que tendes tempo sem ter conta,
Não gasteis esse tempo em passa-tempo:
Cuidai enquanto é tempo em fazer conta.
Mas, oh! se esses que contam com seu tempo
Fizessem desse tempo alguma conta,
Não choravam, como eu, o não ter tempo.
Mariana
Muito bom.
Belo poema!
Joaquim Cerqueira César
Na PIB de Porto Velho – RO, ouvi esse belo poema, dos lábios do pastor Edilson de Holanda Braga, da Primeira Igreja Batista de Tucuruí (PA). Lindo. Tocou-me. Parabéns ao autor LAURINDO RABELO
joão
Perdoa se eu tiver enganada, mas esse poema não é do “Frei Antônio das Chagas”? não entendi….
Valéria Feitosa
Sim o poema é do FREI ANTÔNIO DAS CHAGAS, escrito por volta do século XVII, o Sr.Laurindo Rabelo, é quem deve te-lo transcrito para este blog e esquecido de mencionar a autoria do poema.
Paulo
Sra. Valéria,
Na tentativa de esclarecer informo que o Laurindo Rabelo é de 1826, falecido em 1864, portanto, não poderia transcrever o soneto. Atribui-se ao Frei Antonio Chagas (1631-1682) a autoria. A dúvida sobre a autoria é um assunto interessante que deveria ser esclarecida pela ABL.
Fernando
Interessante que esse poema “a conta e o tempo” foi uma das poucas heranças que meu pai deixou em sua carteira , escrita com uma caligrafia de arte como sua época fazia e tinha o autor como desconhecido. feliz por saber indicios da autoria.