Se não eu. Quem? Se não agora. Quando?

Meu nome é Guilherme Henrique Hahnl Oia, tenho 24 anos de idade e sou natural de Jundiaí, SP. Acredito que quando pensamos e refletimos sobre a vida, quais são as origens das coisas, Cristo fala conosco sobre vocação.

Quando eu era mais jovem, aos 16 anos de idade, me questionava muito sobre o que fazer para o reino de Deus e, certa vez, ao deparar-me com um grupo de pessoas mexendo suas mãos – elas não estavam brincando nem nada do tipo – notei que estavam conversando e, para mim, estavam falando em códigos. Então, eu me aproximei e vi que eles estavam fazendo aqueles gestos de modo natural, eles viviam assim! Tentei me comunicar com eles por mímica mesmo, pois eu não sabia de nada daquilo e eles me disseram: “Vá até a associação e fale com um homem”.

Fui animado e quando cheguei na associação soube que este homem era o Milton Romero Filho. Com a ajuda dele já marquei minha primeira aula de Libras.

Naquele período eu não frequentava mais a igreja. Nasci em um lar cristão, mas parei de frequentar a igreja por uns quatro anos da minha vida. É maravilhoso como Deus faz, porque nesta turma de Libras haviam catorze alunos/alunas, todos cristãos.

Então, eu voltei para os caminhos do Senhor e comecei a aprender sobre a cultura desta comunidade tão carente de conhecimento.

Nas primeiras semanas de aula, eu só queria aprender por beleza, porque realmente a Libras é linda e o aprendizado também, mas não é só isso. Nas escolas brasileiras não há intérprete de Libras, por isso os surdos não recebem o conteúdo de matemática, história, geografia entre tantos outros que nós, ouvintes, recebemos. Eu vi como a falta de intérprete era algo mais sério do que eu imaginava.

Se os surdos não têm acesso à educação, quem dirá ao evangelho, às Escrituras Sagradas.

Hoje, no Brasil, segundo o IBGE, temos cerca de 9,7 milhões de pessoas com alguma deficiência auditiva e apenas 1% são cristãs.

Foi numa dessas aulas de Libras onde eu disse: ”Eis-me aqui, Senhor, envia-me”.

Guilherme e Michelle Bolsonaro, que também atua como intérprete de Libras.

Hoje, sou tradutor/intérprete de Libras. Trabalho com surdos há oito anos. Sou missionário de tempo integral na Jocum há um ano e meio.

Se não eu. Quem? Se não agora. Quando?

Faça você mesmo a diferença na vida de alguém, não olhe para a direita nem para a esquerda, olhe para Cristo que é quem faz tudo e todas as coisas, a seara que ele preparou precisa dos trabalhadores agora. Você aí vai ficar parado?

• Guilherme Henrique Hahnl Oia, 24, é natural de Jundiaí, SP, e é tradutor/intérprete de Libras. Trabalha com surdos há 8 anos e é missionário de tempo integral na Jocum.

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