O futuro imprevisível
[500 Anos da Reforma]
Por Martinho Lutero
Nele fomos também escolhidos, tendo sido predestinados conforme o plano daquele que faz todas as coisas segundo o propósito da sua vontade. [Efésios 1.11]
Cuidado com a filosofia que leva as pessoas a dizerem: “O que posso fazer? De que adianta orar? Por que me preocupar? Se está predestinado, vai acontecer”. Sim, é verdade que o que é predestinado acontecerá. Entretanto, nós não recebemos o mandamento de conhecer o que está predestinado. De fato, somos até proibidos de sabê-lo.
Quando investigamos assuntos incompreensíveis, testamos a Deus. Ele nos deu as Escrituras para que pudéssemos saber o que devemos e o que não devemos fazer – e espera que atuemos de acordo com esse conhecimento. Aquilo que não podemos saber devemos deixar para Deus. Nós devemos cumprir com nossas responsabilidades, vocação e posição na vida. Deus, e somente Deus, sabe o que está predestinado a acontecer. Não se pressupõe que você saiba.
Observe, por exemplo, o episódio em que Joabe estava sendo atacado pela frente e por trás. Ele não disse a seu irmão Abisai: “Espere, vejamos o que está predestinado e então agiremos de acordo”, mas disse: “Se os arameus forem fortes demais para mim, venha me ajudar; mas, se os amonitas forem fortes demais para você, eu irei ajudá-lo. Seja forte e lutemos com bravura pelo nosso povo e pelas cidades do nosso Deus. E que o Senhor faça o que for de sua vontade” (2Sm 10.11-12).
Nós também devemos nos concentrar nas nossas tarefas, seja algo predestinado ou não. Porque Deus não disse nem revelou todo o futuro, nada sabemos a esse respeito. Portanto, tentar descobrir se algo está ou não predestinado deve ficar de fora das nossas mentes e corações. Que o futuro continue ignorado. Que ele permaneça secreto e oculto. Enquanto isso, devemos fazer o que sabemos que precisamos fazer. Devemos viver pela Palavra de Deus e pela luz que ele nos deu.