[500 Anos da Reforma]
Por Martinho Lutero

É melhor sofrer por fazer o bem, se for da vontade de Deus, do que por fazer o mal.
— 1 Pedro 3.17

Se você pensa que os cristãos terão apenas dias bons na terra, enquanto os ímpios não terão nem um – não é bem isso o que acontece. Todos experimentam o sofrimento. Deus disse a Adão: “Com o suor do seu rosto você comerá o seu pão” (Gn 3.19), e disse a Eva: “Com sofrimento você dará à luz filhos” (Gn 3.16). Desde aquela época, todos compartilham dessa trágica condição. Isso faz com que seja ainda mais necessário que todos aqueles que procuram a vida eterna suportem a cruz. Pedro nos ensina: “É melhor sofrer por fazer o bem, se for da vontade de Deus”. Aqueles que sofrem por fazer o mal também ficam com a consciência pesada. Assim, eles têm uma dupla punição. Mas os cristãos têm apenas a metade dela. Apesar de experimentarem o sofrimento externamente, eles são confortados internamente.

Observe também que Pedro estabeleceu um limite para o nosso sofrimento quando diz: “Por um pouco de tempo, devam [vocês] ser entristecidos por todo tipo de provação” (1Pe 1.6). Em outras palavras, Deus não quer que olhemos para o sofrimento e o escolhamos por conta própria. Portanto, vá em frente com amor e fé. Se a cruz vier ao seu encontro, aceite-a. Se ela não vier, não procure por ela. Nós devemos cuidar dos nossos corpos de tal maneira que não nos tornemos comodistas nem os destruamos (Rm 13.13-14). Devemos sofrer de boa vontade quando alguém infligir sofrimento a nós, mas não devemos buscá-lo com nossas próprias mãos. É isso que significa quando Pedro diz: “Se for da vontade de Deus…”. Quando Deus nos envia sofrimento é melhor do que quando não envia. Somos mais felizes e melhores quando sofremos por fazer o bem.

Em 2017, Ultimato vai relembrar e celebrar os 500 anos da Reforma Protestante. O Blog publica, sempre às segundas-feiras, uma devocional do reformador Martinho Lutero, retirado do seu Somente a Fé - Um Ano com Lutero.

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