Como um homem inteligente pode crer em Deus?
Imagina um encontro de Freud com C. S. Lewis. O pai da psicanálise e ateu conversando com o ex-ateu e famoso autor de “As Crônicas de Nárnia”. Freud gostaria de saber “como um homem inteligente pode crer em Deus?”. Seria um tipo de “duelo final”?
A peça de teatro sobre este diálogo imaginário já percorreu vários cantos do mundo (inclusive, o Brasil), e agora voltou a ser exibida em Madri, na Espanha, com o título “La sesión final de Freud”. Quem nos informa (em espanhol) é José de Segovia, do site Protestante Digital, que afirmou que o espetáculo é uma das melhores apresentações sobre o problema da fé:
Su encuentro imaginario, el mismo día en que el Reino Unido entró en la segunda guerra mundial, el 3 de septiembre de 1939, vendría motivado por las referencias irónicas a Freud, en “El Regreso del Peregrino” –donde aparece un petulante personaje llamado Segismundo, el verdadero nombre de Freud, hasta que a los 22 años, lo cambió por Sigmund–. La humanidad de los personajes y la honestidad de su conversación, hacen de esta reunión, un momento memorable.
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El autor de “Cristianismo básico”* reconoce que cuando era estudiante en la universidad, devoraban los libros de Freud, para descubrir nuevas perversiones. A lo que el profesor de Viena responde irónicamente, que espera que las encontraran. Lewis añade sarcásticamente, que lo que pasaba, es que luego, competían para encontrar peores. La complicidad que se va creando, anuncia que el diálogo nos va a llevar a lugares sorprendentes…
* Em português: “Cristianismo Puro e Simples”.
Leia o artigo completo aqui.
Pouca gente sabe, no entanto, que a peça teve como fonte o livro Deus Em Questão, de Armand M. Nicholi, publicado em português pela Ultimato.
Assim o autor de Deus Em Questão escreveu no prefácio:
O propósito deste livro é contemplar a vida humana, a partir de dois pontos de vista diametralmente opostos: o da fé e o da incredulidade. (Freud classificava todas as pessoas nessas duas categorias.) Examinaremos vários temas ligados à vida, em relação a essas duas visões conflitantes. Tentaremos observar essas duas visões da forma mais objetiva e menos passional possível, deixando os argumentos falarem por si mesmos. (Tenho consciência de que ninguém — inclusive o autor — é neutro, quando se trata de temas com tamanha carga emocional. Nenhum de nós é capaz de tolerar a noção de que a nossa visão de mundo possa estar baseada em pressupostos falsos e, assim, toda a nossa vida esteja tomando um rumo errado.) Devido às implicações abrangentes para as nossas vidas, tendemos a descartar e contradizer a visão de mundo que rejeitamos. Espero que cada leitor possa abordar criticamente os argumentos tanto de Freud, quanto de Lewis, seguindo a recomendação de Francis Bacon: “Ler não para contradizer… mas para pesar e ponderar”.