ult_358_altos_papos_2Helen de Oliveira tem 28 anos e é enfermeira. Ela entendeu que Deus a chamou para usar sua profissão como instrumento para comunicar o evangelho, principalmente a povos não alcançados. Ela está se especializando em enfermagem obstétrica com o objetivo de levar atendimento completo a mães, desde o pré-natal até após o nascimento do bebê, cuidados com o recém-nascido etc. “Por meio desse trabalho, enquanto prestamos atendimento médico, compartilhamos do amor de Deus”, afirma Helen.

Como você descobriu que podia usar sua profissão em missões?

Sempre soube que a necessidade de profissionais de saúde em missões era grande. Um ano antes de eu prestar vestibular, fiquei sabendo que uma conhecida tinha iniciado faculdade de enfermagem para usar a profissão como estratégia para fazer missões. Aquilo ficou em meu coração e senti Deus me direcionando a fazer o mesmo.

Como sua família e amigos reagiram à sua decisão de usar sua profissão em missões, e não como um meio para alcançar estabilidade financeira?

Minha família sempre me apoiou inteiramente e meus amigos também. Sempre que compartilho sobre meu chamado e porque sou enfermeira e missionária, as pessoas admiram a decisão; nunca recebi comentários negativos.

O que significa ser um profissional em missão para você?

Significa que eu coloquei toda minha vida a serviço de Cristo, incluindo minha profissão. Deus me deu habilidades e capacidade para ser enfermeira, preciso usar isso para que mais pessoas sejam alcançadas pelo amor dele. Trabalhando em um hospital em uma cidade grande ou prestando atendimento aos tribais de uma vila na África, o princípio é o mesmo.

Como você foi parar na Índia?

Vim parar na Índia por meio da JOCUM (Jovens Com Uma Missão). Estou cursando a Birth Attendant School (Escola de Obstetrícia), que é parte da Universidade das Nações (vinculada à JOCUM). O curso tem o objetivo de treinar enfermeiras obstetras para servirem voluntariamente em países subdesenvolvidos onde faltam profissionais e recursos. A parte teórica acontece em Perth, na Austrália, e a parte prática, em países carentes. Depois da Índia, irei para dois países da África: Tanzânia e Zâmbia.

O que mais impactou você nos países por onde tem passado?

A necessidade comum em meio à diversidade de culturas: Jesus. De diferentes formas, em diversas coisas, sempre vejo que estão à procura de algo que as preencha, que traga paz ao coração e alegria na vida. Sabemos que é Jesus, e é mais incrível ainda ver a transformação, muitas vezes imediata, que a presença dele traz quando compartilhamos sobre seu amor e sobre o plano de salvação.

Como foi estar no Nepal nos dias dos terremotos?

Difícil. Foi muito triste ver o sofrimento das pessoas. Muitos perderam tudo. Em alguns lugares, as pessoas não podiam receber nem ajuda porque o governo não estava permitindo a entrada de estrangeiros nas vilas. Mas, ao mesmo tempo, foi gratificante pensar que Deus nos tinha colocado ali com um propósito, e como foi valioso poder dar assistência às famílias, orar com elas, falar do amor de Cristo e também levar consolo.

O que é mais gratificante e mais desafiador no seu trabalho?

Sem dúvida o mais gratificante é receber o retorno dos pacientes e até dos profissionais de saúde com quem convivemos. Perceber que eles veem Cristo em nós, quando pedem para orarmos por eles ou agradecem pela ajuda que prestamos. Um dia desses eu estava dando assistência a uma mulher na sala de parto. Ela não era cristã. Durante todo o trabalho de parto, eu a apoiava e falava que Jesus daria força a ela para dar à luz e viria uma criança forte e saudável porque ele estava abençoando. Algumas horas depois, a criança nasceu, e no rosto dela eu via tanta alegria! Uma das instrutoras a elogiou, dizendo que ela tinha sido muito forte. Ela respondeu: “Minha força é Jesus”. Não existe nada mais gratificante do que isso!

Desafiador é andar na contramão e, com amor, enfrentar a triste e dura realidade do local. Levar paz e dar o exemplo de como as mulheres devem ser tratadas e não se deixar desanimar ao ver como os demais profissionais o fazem. Ver a pobreza e miséria nas ruas, mas não perder a esperança de que em Jesus pode haver transformação.

Quais lições valiosas você tem aprendido neste tempo?

O amor de Deus é maior do que todas as coisas. E precisamos receber esse amor todos os dias para que tenhamos condições de estendê-lo a quem não o conhece. Somente na dependência de Deus, deixando ele nos usar, podemos impactar a vida de outras pessoas e levar o reino aonde ele ainda não chegou.

O que você diria aos jovens que ainda enxergam a faculdade apenas como algo “secular”, desconectado da missão de Deus?

Se você é cristão, você é um seguidor de Cristo 24 horas por dia, sete dias por semana. A vida de Cristo em você deve ser refletida em todas as áreas da sua vida, inclusive em sua profissão. A faculdade em si já é uma mega oportunidade de estar “em missão”. Vale a pena pedir direção de Deus até mesmo para escolher seu curso e entender que cada dia como estudante ou profissional é uma chance de servir a Deus e às pessoas.

Existem outras oportunidades para profissionais brasileiros interessados em missão nestes países?

Sim! E como! A necessidade é maior do que se pode imaginar. Não apenas para profissionais de saúde, mas também para educadores, administradores, engenheiros, advogados, designers, comunicadores etc. Existem diferentes instituições missionárias que oferecem cursos e viagens de longo e curto prazo para pessoas interessadas em servir. A que eu realmente conheço é a JOCUM, mas posso citar outras como a OM, Missão Horizontes, Junta de Missões Mundiais e Missão Antioquia.

 

Nota:
Uma versão resumida desta entrevista foi publicada na seção “Altos Papos” da revista Ultimato 358.

  1. Helen,bom dia, como ta a missão hoje que Deus de muita saúde para vc em nome de jesus para continuar o chamado,o teu Galardão e 100 vezes mais no cel ,você não ta esquecida,ta chegando teu premio de Deus,tamo junto mesmo longe,nas missões ,eu surpreende ?.

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