A Igreja e o Meio Ambiente
A diferença que uma igreja local pode fazer em um lixão a céu aberto
Por Siméa Meldrum
A igreja tem um papel importantíssimo na sociedade, porém seu silêncio, sua ausência ou falta de respostas práticas pode expressar nosso pecado de omissão contra a natureza que geme. Em Gênesis 1.26-2.17, Deus determinou que o ser humano deveria dominar sobre os peixes, as aves e os animais terrestres. Essa declaração de missão foi entregue como sua primeira responsabilidade. Este domínio representa a grande responsabilidade com a sua sobrevivência; e neste sistema todos dependem uns dos outros, e o ser humano criado por último, “superior” a todos, porém também dependente de todos, mas o maior responsável por este equilíbrio e sobrevivência de todos.
A missão da Nova Criação na Palavra de Deus não foi suspensa; “….e pelo trabalho sofrido o homem se alimentaria da terra” (Gn 3.17). Inclui resgatar a relação com a terra também é um sinal importante do Povo das Boas Novas.
O que o mundo diria se a Igreja fosse inovadora na responsabilidade pela nossa sobrevivência neste planeta?
Nossa história começou com um projeto para a Juventude da Paróquia Emanuel em Olinda, chamado “Deus é Verde”, em 1991. Naquela época eu era a pastora da juventude da primeira Igreja Anglicana que abrimos no centro de Olinda, a Paróquia Emanuel. Porém, este tema soava tão estranho se comparado aos temas tradicionais, que outros líderes questionavam se estávamos entrando numa teologia panteísta. Por outro lado, deixava alguns ambientalistas maravilhados com a proposta de missão, e assim estávamos quebrando um paradigma de que a igreja é alienada e excludente dos temas tão importantes para a sobrevivência humana.
Logo alguns órgãos governamentais e não governamentais começaram a oferecer colaboração para nossas ações. A CIPOMA (Policia Militar Ambiental) colocou à nossa disposição os transportes e toda infraestrutura em vários locais como: florestas, reservas de peixe boi, sítios históricos no interior do estado, e nos transportavam para acampamentos e capacitação de crianças e jovens, forneciam os técnicos da Universidade Federal e dos órgãos ambientais governamentais com treinamentos. A prefeitura solicitava nossa presença e colaboração nos eventos educativos e nos eventos da cidade, onde o tema fosse relevante. Em poucos meses a relação da juventude com a cidade e com outros órgãos da sociedade civil era tão intensa que nosso calendário de atividades cresceu e, por isso, estávamos com oportunidades de testemunhar o plano original de Deus para a sua criação de uma forma tão “sobrenaturalmente natural”. Com disposição e voluntariado preparado, estávamos prontos para servir com alegria. Encontramos as oportunidades com muita naturalidade. Uma relação perfeita entre igreja e sociedade. Mas, isso não ficaria apenas nesta “lua de mel”, pois a Igreja além de papel educativo, tem um papel profético, quando algo irregular é revelado.
Após alguns meses de treinamento já contávamos com um bom número de jovens destacando-se por um comportamento inovador. Tivemos um episódio muito interessante que aconteceu após o culto. Um grupo desses jovens foi tomar sorvete e na sorveteria estavam numa mesa com seu sorvete e violão, quando de um deles percebeu como a sorveteria estava suja com tanto papel no chão, e gritou: “Pessoal! É hora de um arrastão!” Todos se levantaram e, em pouco tempo, a sorveteria estava totalmente limpa. Eles deram um susto nos outros clientes, mas depois que estes perceberam o que os jovens queriam dizer com “arrastão”, o aplaudiram.
Estas ações chamavam atenção e várias pessoas começaram a procurar a igreja em busca desta forma diferente e comprometida de adorar a Deus. Para elas, esta igreja era relevante.
A partir deste projeto, nós conhecemos a comunidade que morava dentro do lixão de Olinda. Chegamos àquela comunidade e uma igreja foi surgindo como resultado das ações de combate à fome e ao abandono que esta comunidade sofria por parte das autoridades e da sociedade. Ninguém administrava aquele lixão e as pessoas que moravam ali, dentro do lixo, sem nenhuma assistência social do governo local.
Elas estavam tão integradas naquele meio ambiente que não tinham mais nenhuma referência de higiene, saúde, organização familiar. Se é difícil ensinar novos paradigmas a pessoas que conhecem o básico para a sua sobrevivência, imaginem iniciar um processo educativo para quebrar esse ciclo da miséria e autoindulgência!
Mudança de hábitos é um processo lento e desafiador. É uma mudança de paradigmas que para a igreja da pós-modernidade pode parecer um desperdício de tempo, pois vivemos em tempos de resultados rápidos. Porém o mundo está mais exigente quanto aos direitos humanos e a sustentabilidade do planeta. Apesar de todo avanço tecnológico e ideológico, o mundo não consegue encontrar meios eficazes de cura e transformação. A ciência e o governo não conseguem indicar caminhos que modifiquem comportamentos para interromper o processo de destruição do planeta.
A Igreja Cristã tem, sim, os recursos e habilidades para enfrentar o desafio. Mas como?
1. Voluntariado
A igreja é formada por cidadãos, e nela estão os talentos competentes que ocupam lugares estratégicos na sociedade e no sistema de desenvolvimento. Estes técnicos cristãos, sabendo da ação da Igreja com o projeto e depois no lixão, nos procuravam para oferecer apoio ou informações importantes que nos equipavam para agir de forma correta com resultados.
Por isso, a igreja causou tanta repercussão quando entrou num ambiente tão insalubre para levar socorro assistencial a uma comunidade desprezada e excluída da sociedade. Porque ela tem a Mensagem que explica as razões para os problemas ambientais gravíssimos, como: mal uso dos recursos naturais; corrupção na gestão pública; injustiça social; desnutrição infantil; adolescentes fora da escola e envolvidos no trafico; êxodo escolar; violência doméstica; trabalho infantil; tráfico humano….. Mas até aquele momento, igreja e sociedade não enxergavam nem se interessavam por pessoas tão fora dos padrões. E apesar de tantos desafios, essa população não estava incluída na relação de povos não-alcançados que chamavam tanta atenção nos cultos de missões.
2. Voz profética ou “advocacy”
Um grito de alerta foi lançado pelo próprio Deus! Nem o governo pôde esconder sua corrupção quando os jornais internacionais explodiram com as matérias sobre o lixo hospitalar que estava sendo despejado a céu aberto no lixão de Olinda, deixando que pessoas comessem restos cirúrgicos, como se fosse carne bovina.
O mais interessante quando nos envolvemos com os temas que movem o coração de Deus é que nosso vocabulário muda, nosso coração é literalmente transformado pelo Amor que Deus começa a derramar sobre estas pessoas tão sofridas. A Mensagem que Deus transmite por meio de nós é: amor, amor e amor! Perdão, perdão e perdão!
Aquelas pessoas estavam desumanizadas e seus comportamentos eram bárbaros e sem perspectivas de futuro e de melhoras. Muitos não tinham documentos e achavam que nunca precisariam deles e eles também não acreditavam mais em mudanças.
Comiam os restos que encontravam nos materiais trazidos pelos caminhões. Conseguiam catar papel, latas, plásticos e vendiam ao único atravessador que também dominava aquela população. Ele reinava sobre eles, controlando o tráfico, as vendas, fazia benefícios para manter o povo dominado. As crianças ao completarem dez anos, o responsável vendia a criança para a sua primeira experiência sexual por um pedaço de terra ou uma quantia. O aborto era realizado por líderes de terreiros, como vimos em fotos de uma mulher que fez seus vários abortos em um desses locais. A pedofilia, a bestialidade faziam parte do dia a dia destas pessoas. E por causa de uma “lei do silêncio”, ninguém falava.
Quando a Justiça de Deus vem sobre uma situação, fica claro que não pode ser apenas uma ação humana. Não era somente uma ação para socorrer 400 pessoas num lixão de uma cidade. O UNICEF foi pesquisar outras cidades brasileiras e aquele episódio que causou um furo jornalístico internacional sobre a família que comeu a mama humana revelou que no Brasil existiam 5.000 lixões a céu aberto, sem nenhuma administração pública, nas mesmas condições do lixão de Olinda. E todos, habitados.
Advocacy é um importante papel que a igreja tem: de conhecer as necessidades do povo e levar essas necessidades até as autoridades competentes exigindo delas ação. Esse é um papel profético.
O governo local, agora não era mais tão amigo como antes, mas era obrigado a acompanhar e incluir a igreja. Mas eles tinham os meios e conexões que fazem funcionar o sistema. Então, é importante aprender a caminhar junto.
Nós começamos com a denúncia sobre o lixo hospitalar despejado junto com lixo doméstico, mas este processo com “advocacy” não para. Outros momentos foram muito importantes para manter a ordem e a comunicação correta entre catadores e órgãos governamentais, e assim protegendo a transparência e os direitos. Mais tarde, quando o Lixão foi fechado pelo Ministério Público, em dezembro de 2010, houve confronto com a polícia, balas de borracha, queima de pneus. Os catadores recorreram à igreja para ser facilitadora de comunicação e proteção de direitos. Esse espaço é importante porque é uma construção de parcialidade e confiança para todos os envolvidos. Nesta situação as soluções surgem com mais facilidade porque existem relacionamentos construídos nestes anos, como: OAB, CDL, Igrejas, autoridades da sociedade civil, e outros. Que veem acompanhando esses relacionamentos e eles representam peso nesta comunicação, e o respeito para as partes envolvidas.
O exemplo disso foi que a CDL (Câmara dos Dirigentes Lojistas) se reuniu e começou a apoiar os catadores durante esse processo, com cestas básicas e oportunidade de trabalho. Uma empresa construtora ligou solicitando catadores para serem registrados no quadro de auxiliar de pedreiro. Também houve importante mobilização nas redes sociais. Diante desta atenção da sociedade, a prefeitura foi obrigada a apresentar um Programa de Assistência Social para os catadores que ficaram sem trabalho e renda. E a Igreja mais uma vez interagiu com sabedoria em favor dos catadores e seus familiares.
3. Construindo parcerias
O amor de Deus pode incomodar e constranger a nós, e aos que estão fora apenas observando, mas é urgente construir parcerias. Porque transformação acontece com o envolvimento de parceiras com outras igrejas, governo local e outras organizações não governamentais.
Um dos maiores desafios da igreja hoje, neste mundo irresponsável, egocêntrico e intolerante, é AMAR como JESUS amou. Pois o mundo pós-moderno não aceita sacrifícios, e as igrejas não aceitam mais a CRUZ; seu alvo é prosperidade e bem-estar. Mas a caminhada em parceria nos leva a compartilham com os parceiros os valores e princípios do Reino. Ao caminhar com catadores, famílias desconstruídas e técnicos que também enfrentam seus problemas pessoais, a igreja caminha pastoreando e acolhendo estas pessoas com o amor de Deus. Por isso, os voluntários passam pouco tempo; não suportam o compromisso de enfrentar a rotina numa comunidade com tantos riscos.
Mas, para que haja justiça tem que haver serviço sacrificial! O tempo para alfabetizar adultos, realizar treinamentos para pais, ensinar higiene básica, organização pessoal, responsabilidade com compromissos, etc.. Este é o mundo em que vivemos, de contrastes e indiferença com o sofrimento humano em todos os sentidos.
Depois de alguns anos, um grupo de voluntários presbiterianos estava iniciando um trabalho aos sábados com as crianças do outro lado do lixão. Então descobriram que já estávamos ali há alguns anos e foram conversar conosco. Aquela conversa foi providência de Deus, pois até então não tínhamos nenhum apoio concreto de nossa denominação. E ali estava uma inovação: uma Igreja Presbiteriana do Brasil oferecendo parceria a uma Igreja Anglicana. O Pr. Sérgio Lyra, da Primeira IPB de Casa Caiada, Olinda, desde 2004 está conosco liderando um Projeto Transformação: Quebrando o Ciclo da Miséria através de Recreação Infantil no Centro Cristão de Apoio à Família.
Tantos desafios e tão poucos recursos! Só podemos continuar se inovarmos. Voluntariado que vem da igreja não permanece muito tempo, a não ser que encontremos grupos, empresas, organizações da sociedade civil e igrejas parceiras na mesma visão. Então, além disso, para manter os programas e metodologias de desenvolvimento o caminho é treinamento de liderança local.
4. Formando liderança local
No lixão e em comunidades carentes, os métodos ensinados para a igreja chegar aos 2 mil membros não funcionam facilmente. Transformação estrutural acontece lentamente. Esses métodos talvez funcionarão nas próximas gerações. Esta primeira geração precisará de voluntários que sejam referência de amor, compromisso e responsabilidade. Mesmo que deles não permanecerem por muito tempo, precisamos inspirar uma liderança rotativa, mas com qualidade e que tenha a mesma visão.
A missão da Igreja no mundo se torna evidente quando os líderes locais começam a surgir transformando a miséria em comunidade mais saudável e com referenciais da própria comunidade. Começamos a capacitar adolescentes para serem os primeiros líderes. Como? Bem, o método tivemos que criar: as Escolas de Missões em Férias. Essas escolas eram anuais e, elaboramos um currículo que inclui Introdução Bíblica; Discipulado para a Vida; Meio Ambiente e Cidadania; Missão Integral e Voluntariado. Nas férias, oferecíamos um trabalho de suporte a alguma igreja do interior, onde o pastor estivesse precisando de apoio.
Os resultados destas escolas são acelerados e surpreendentes! Porque jovens gostam de aventuras e os jovens de áreas carentes não têm essas oportunidades. Por não ter apoio de adultos, os jovens mais atentos e compromissados, eram promovidos assim que fosse possível. Coisa que não acontece com muita frequência nas igrejas dos centros ou nas mais antigas. Essas oportunidades fazem surgir líderes com mais criatividade e garra.
Os resultados são visíveis. As pessoas da comunidade, além de se orgulhar de ver jovens saindo da ociosidade, do vandalismo e se tornando líderes, também se interessam e trazem seus filhos para participarem dos trabalhos da igreja; procuraram os pastores ou líderes da igreja para aconselhamento; para providenciar documentos, para casar ou mesmo para pedir orientação sobre seus relacionamentos. Isso mostra desejo de mudança, e os que mudam se tornam referências e outros começam a admirar e a procurar seguir seu exemplo. Mas, em alguns casos, não é tão fácil assim; e surgem as oposições.
5. Garantindo os direitos e a paz na família e na comunidade
Como já mencionamos acima, esse processo de proteção de direitos e desenvolvimento não para. Pois a cada dia vão surgindo novos desafios para serem trabalhados. Também a comunidade tem muitos desafios que precisam de apoio, como o tráfico que é muito forte; o controle dos interessados na prostituição como fonte de renda. Em relação com a baixa autoestima, os líderes destes grupos vão se levantando, de uma forma ou outra, contra qualquer beneficiamento ou desenvolvimento local. Também os sistemas de Proteção à Criança e Assistência Social estão cheios de opositores à Igreja e aos trabalhos confessionais. Eles querem um trabalho profissional e laico; e hoje essa oposição cresce mais ainda. Mas a forma de participar é se envolver no sistema. E, como havia muitas crianças abandonadas dentro do lixão e, naquela época o sistema ainda era muito fraco, então criamos uma ONG para acolher crianças e adolescentes e concorrer as eleições e participar dos Conselhos de Proteção. Assim, desde 2004 que estamos acolhendo essas crianças das áreas em torno do Lixão e da cidade de Olinda. A Casa de Meu Pai é uma organização que funciona junto aos Conselhos e ao Ministério Público como uma das melhores Casas de Acolhimento da cidade. Mas, foram anos de lutas, aprendizagem e reconhecimento, para chegar a este ponto.
Cada dia nos aprendemos algo novo, que não temos oportunidade de aprender na EBD ou no seminário teológico. As pessoas e o ambiente do lixão proporcionaram oportunidades de aprender com o próprio Jesus. É um ministério solitário porque poucos permanecem, mas os livramentos dos perigos, o direcionamento que temos para fazer as decisões corretas, tudo é tão sacrificial que você não tem dúvida de estar caminhando com Jesus.
6. Mobilizando atores sociais
Os catadores estavam dentro do lixão há mais de 20 anos, representavam o meio mais importante de renda local; mas sem administração, sem regras e sem princípios. E então, com a chegada da prefeitura após a pressão internacional por causa da reportagem sobre o escândalo da mama humana, esses catadores agora estavam sendo forçados a se enquadrarem nas novas regras e relacionamentos. A prefeita não tinha acesso e temia fazer pressão, então eles mandaram nos chamar para pedir apoio no diálogo com os catadores. A forma que pressionamos para garantir os direitos de trabalho e renda dos catadores, e, ao mesmo tempo, apoiar a prefeitura a dar atendimento correto no Lixão, tanto na administração do aterro quanto a assistência aos catadores, foi conseguir um equipamento que facilitasse a formação de uma Associação de Recicladores e, mais tarde, com um contato com uma ONG da União Europeia foi necessário criar um Grupo de Trabalho para organizar e fortalecer a Associação de Recicladores, que se tornou a parceira principal para implantar a coleta seletiva da cidade. Para isso, fomos inovadores na aproximação dos catadores no “Primeiro Encontro de Catadores” em Brasília, onde conseguimos com o UNICEF e a prefeitura a participação dos catadores de Olinda. Eu também estive presente com mais de 5.000 mil catadores do Brasil, e ali, participamos da criação do Movimento de Catadores do Brasil.
Fomos aprendendo que nunca podemos assumir um diálogo sozinhos; precisamos sempre trabalhar com mobilização de atores sociais. Todos os interessados precisam participar e nós, como igreja, precisamos aprender que somos parte de uma sistema social e nem sempre precisamos pregar sermões para poder mostrar que as ações do Reino são visíveis e transformadoras. René Padilla diz que a “missão é uma ação que exige explicação”.
A comunidade de Aguazinha continua pobre, mas não miserável como antes. O número de mortandade infantil foi reduzido e sinais do Reino estão presentes ali: jovens estão concluindo seus estudos na faculdade; valores do Reino para o casamento fazem parte das escolhas dos jovens, podemos ver criação de filhos felizes; lares fundamentados na Palavra de Deus, pois nada disso existia naquele lugar antes da chegada da Igreja.
Uma coisa aprendemos naquele lugar: que a Palavra de Deus é a mesmo ontem, hoje e eternamente.
“E plantou o SENHOR Deus um jardim no Éden, do lado oriental; e pôs ali o homem que tinha formado. E o Senhor Deus fez brotar da terra toda a árvore agradável à vista, e boa para comida; e a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal. E tomou o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar.” (Gênesis 2:8, 9, 15).
“Lavrar e cuidar”
Tudo o que recebemos de Deus para cuidar, também dependemos dele. Não podemos negligenciar essa responsabilidade de cuidar da criação de Deus, pois as consequências são incalculáveis! Vemos os prejuízos nos noticiários; e, além desses prejuízos, também vemos na falta de respeito e relevância que a igreja enfrenta na sociedade.
Ainda temos oportunidade de trazer mudanças comportamentais para nosso país por meio da Igreja, a grande agência do Reino de Deus neste mundo. Toda ação transformadora promove Boas Novas e glória ao Pai que está nos céus. Podemos incluir nos materiais da EBD os temas ambientais que estão na Palavra de Deus; podemos atuar nos morros onde existem riscos capacitando para prevenção de deslizamentos; podemos capacitar as comunidades que estão instaladas nas áreas ribeirinhas, prevenindo as enchentes e protegendo os rios e córregos dos despejos de resíduos sólidos; podemos proteger contra o desmatamento e participar ativamente acompanhando as autoridades e discutindo as melhores formas de administrar o patrimônio ambiental do país, dos estados e das cidades. A igreja precisa aprender o que a Bíblia diz sobre a criação e como nos somos responsáveis por essa área.
“E iraram-se as nações, e veio a tua ira, e o tempo dos mortos, para que sejam julgados, e o tempo de dares o galardão aos profetas, teus servos, e aos santos, e aos que temem o teu nome, a pequenos e a grandes, e o tempo de destruíres os que destroem a terra.” (Apocalipse 11.18)
Oramos por um Brasil mais sensível às causas ambientais e por uma igreja que pratique a Missão que Deus nos entregou e assim seja sinal do Reino de Deus neste mundo. Que a igreja tenha disposição para fazer a Palavra de Deus se cumprir nas cidades do Brasil. Em todo lugar onde a ordem da criação esteja sendo destruída, que a igreja promova o Jardim de Deus no meio desta cidade.
• Siméa Meldrum é pastora da Paróquia Anglicana Água Viva em Olinda (PE) e assessora de Compromisso Cristão da ONG Visão Mundial.
Gilberto de Souza França
Fui membro da Igreja Anglicana por quinze anos. De lá sai quando houve mudança para Igreja Episcopal Carismática e voltei à Igreja Presbiteriana. Conheci Siméa desde o seu início neste apostolado incrível. Que belo e frutífero trabalho. Que o Senhor a fortaleça, dando ânimo para as lutas! Deixo aqui a benção Araônica: “O Senhor te abençoe e te guarde. O Senhor faça resplandecer o Seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti. O Senhor sobre ti levante o Seu rosto e te dê a paz!”.Amém.