“A internet resgatou nossos ouvintes”
Como a rádio evangelística “A Voz dos Andes” se transformou com o advento da internet
Há um ministério cristão que leva, por meio do rádio, a Palavra de Deus a lugares distantes. A HCJB (Hoje Cristo Jesus Bendiz), chamada de “A Voz dos Andes”, foi fundada em 1931, em Quito, Equador. A mais nova tecnologia usada é o megafone, um tocador de áudio movido por energia solar. Ela está presente em muitos países e chega também a mais de trinta cidades brasileiras. A revista Ultimato é uma das fontes de conteúdo nas programações da HCJB. Conheça um pouco mais sobre esta organização na entrevista que o Portal Ultimato fez com Curt Cole, vice-presidente da HCJB Global USA e Marly O. Breus, diretora de HCJB Brasil.
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O que é e como funciona o Megavoz?
O Megavoz é um pequeno player de áudio digital, alimentado por energia solar capaz de armazenar até 320 horas de conteúdo bíblico. Pesando apenas 65 gramas, e menor do que um telefone celular, o Envoy é leve e discreto, tornando-o ideal para a distribuição aos povos que vivem em locais onde é difícil acesso ao Evangelho. Ele vem equipado com um painel solar e bateria recarregável, reduzindo a dependência de fontes de energia externas. Nós o preenchemos com a Bíblia inteira e programas diversos dando preferência aos evangelísticos e de estudos bíblicos. Ele só pode ser abastecido através de um programa especial de computador, assim é impossível para qualquer pessoa que não tenha o programa tirar ou colocar outra coisa. Quando enjoar da programação pode nos devolver que trocamos por uma nova programação. Quando é distribuído em grande quantidade em uma localidade, a responsabilidade da troca de programação fica por conta do responsável pela distribuição (missão ou evangelista). Nós nos responsabilizamos pelo envio de novos programas.
Quais mudanças o advento da internet trouxe na relação da HCJB com o ouvinte?
Diariamente entram em contato conosco ouvintes que nos acharam na internet, alegres por ver que continuamos ativos, pois quando crianças moravam no interior e sua igreja era a HCJB através da onda curta. Conheceram a palavra, tiveram suas vidas e suas famílias transformadas através da programação da HCJB. Depois cresceram, foram para a cidade grande e perderam o contato, pois nas grandes cidades o sinal de rádio não chegava por conta da interferência. É muito interessante notar que a internet resgatou ouvintes que ouviam a HCJB desde a infância, para serem novamente ouvintes.
Soubemos que a revista Ultimato é usada para ajudar a responder perguntas enviadas por ouvintes da HCJB. Em que momento a Ultimato “entra no ar”?
A Ultimato entra no ar no momento em que, ao ler a revista, encontramos em seus artigos conteúdo esclarecedor, de interesse do nosso público alvo, atuais e principalmente escritos por pessoas conhecedoras e comprometidas com a Palavra de Deus. Temos muitos ouvintes que moram no interior, com dificuldade para acesso à informação séria e verdadeira. Essa dificuldade em muitos casos infelizmente expõe esses ouvintes aos falsos mestres. Temos a oportunidade de ajudá-los e, para isso, buscamos em muitos momentos o conteúdo de Ultimato.
Há alguma seção da revista mais procurada para ajudar nas respostas aos leitores?
Os artigos de “Capa” sem dúvida alguma têm tido grande destaque em cada edição de Ultimato, abordando os mais diversos temas relacionados com a eclesiologia atual, levando muitos leitores à reflexão.
Como Ultimato tem contribuído para a obra de reconciliação de Deus no mundo?
Os artigos que publicam testemunhos de vidas transformados por intermédio da Palavra de Deus, sem sombra de dúvida, têm levado muitos a considerarem também a necessidade da sua reconciliação com Deus.
Quantos são e onde estão os escritórios do ministério HCJB?
A HCJB possui escritórios de operação regional em Quito, Equador; Accra, Gana, e três outros escritórios na região Ásia/Pacífico, Ásia e Europa que não são publicados por motivos de segurança. Também temos representação, parceiros e centros de produção de programas no Canadá, Brasil, Suécia, Suíça, Reino Unido, Nova Zelândia e Austrália.
Como a programação da HCJB Brasil é preparada? Há uma equipe específica para isso? A programação inclui a participação do ouvinte? Qual a percentagem de programas de evangelização (com vistas aos não crentes) e de edificação (com vistas aos crentes)?
Cada programa tem seu próprio produtor e apresentador que prepara os programas dentro da profissão de fé da HCJB. São pastores e ou produtores comprometidos com a Palavra, participantes ativos em igrejas. Atualmente a programação não tem a participação efetiva do ouvinte, pois segue para diversos estados brasileiros, atendendo a rádios locais no interior e web rádios. Em torno de 40% são programas evangelísticos e o restante são programas de edificação.
Quem são os provedores de conteúdo?
Nosso principal provedor é a Bíblia, sem dúvida! Mas também utilizamos livros e revistas como Ultimato e “Defesa da Fé”, pois ambas têm um conteúdo de qualidade incontestável.
Em quantas línguas há programas da HCJB? Quais são elas?
Atualmente a HCJB Reach Beyond transmite, por meio de rádio local, ondas curtas e internet em espanhol, russo, hindu, thai e mongol.
A HCJB Brasil trabalha em parceria com alguma agência ou organização missionária?
Temos parceria com a Escola Bíblica do Ar, Missão Projeto Amazônia, Ministério Pão Diário e Missão Seara. E estamos sempre abertos e dispostos a novas parcerias.
Há uma estimativa do número de cidades brasileiras em que a programação da HCJB Brasil é ouvida?
As informações que temos é de mais de trinta cidades, mas não temos mais como ter um número exato, pois nossos programas estão disponíveis em nossa página na internet para serem baixados e retransmitidos por qualquer pessoa que queira. Sempre pedimos para que apenas nos avisem, mas muitos não o fazem.
Em reportagem publicada na edição 141 da revista Ultimato (novembro/dezembro de 1981) há informação de que, naquela época, a HCJB recebia mais de cem mil cartas por ano. Vocês continuam recebendo cartas postais? Se ainda recebem, qual é a média anual?
As cartas realmente diminuíram muito, mas os contatos aumentaram consideravelmente. Hoje a maioria das pessoas tem acesso a celular, então recebemos muitos telefonemas, e a nossa página na internet também é muito visitada, em torno de 1.200 a 1.500 visitas semanais. E a quantidade de programas baixados é para nós uma resposta positiva e maravilhosa de que a tecnologia pode, e deve sim, ser usada como meio de evangelismo e edificação espiritual.
Em 1981, além da rádio, o ministério HCJB em Quito mantinha a “Academia Cristiana del Aire” (escola radiofônica para obreiros cristãos) e o Hospital “Vozandes”. Em que áreas o ministério atua hoje?
Houve muitas mudanças desde 1981, quando todas as nossas transmissões em ondas curtas se originavam de Quito, Equador, e todo nosso ministério médico se encontrava ali também. Hoje nós somos verdadeiramente um ministério global, enfocando grupos de pessoas não alcançadas em algumas das áreas mais desafiadoras do mundo. Nós mantemos o foco em parcerias, capacitando a igreja local para alcançar seu próprio povo, usando os meios de mídia e medicina.
Em 2016 a HCJB completará 85 anos. Há motivos para celebrar? E quais são os desafios para o próximo período?
Sim, há muito para celebrar! Estamos animados com os 85 anos. Deus nos abençoou com muitos anos de serviço para Ele. Há muitos desafios, primeiro com as mudanças de liderança política em muitos países e o movimento radical islâmico. Também precisamos continuar a ser flexíveis e capazes de agir rapidamente quando uma porta de oportunidades se abre. Nós também enfocamos a mídia digital online, pois o mundo está se movendo rapidamente para aparelhos móveis para transmissão de conteúdo.
Como o ministério HCJB é sustentado?
Apenas e tão somente por doações. Nós temos doadores que patrocinam muitos de nossos ministérios. Todos nossos ministérios providenciam seu próprio sustento. Em algumas partes do mundo projetos são mantidos principalmente na localidade.
• Para saber mais sobre “a voz dos Andes”, acesse: http://hcjb.com.br/
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