“Cidades do Interior”: melhor livro de missão
Cidades do Interior, escrito pelo pastor e missiólogo Sérgio Lyra e publicado pelo Betel Brasileiro em parceria com a Editora Ultimato em agosto de 2013, ganhou o Prêmio Areté 2014 na categoria “missão”. A premiação foi concedida no último sábado, dia 19, em São Paulo (SP)
O autor elabora, com rigor acadêmico, uma proposta missionária para um contexto pouco analisado nos seminários teológicos: as cidades pequenas do interior do Brasil. O autor parte de um estudo específico com igrejas presbiterianas do interior de Pernambuco, onde é pastor desde 1994, para então desenvolver, de forma prática, uma estratégia de trabalho bíblica e socialmente relevante. Sem, é claro, ignorar as dificuldades históricas para isso (como sincretismo e perseguições religiosas).
Dados do IBGE, de 2000, apontavam mais de 300 cidades pobres do interior nordestino com até 1% de evangélicos, e os dados do censo de 2010 apontam, em Pernambuco, 33 cidades interioranas com menos de 3% de evangélicos, e mais de 90, na Paraíba.
O Prêmio Areté de Literatura existe desde 1991 e é uma iniciativa da ASEC (Associação de Editores Cristãos) que premiou ontem livros, editoras e autores em 43 categorias. Desde que foi criado, já foram entregues mais de 800 troféus em reconhecimento à literatura evangélica. “Areté” é uma palavra grega e evoca ainda os conceitos pelo qual algo ou alguém se mostra excelente.
A ASEC também concedeu à professora Durvalina Bezerra, autora de A Missão de Interceder, o prêmio de Personalidade Literária 2014.
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Eduardo
Declara isso:
“O autor elabora, com rigor acadêmico, uma proposta missionária para um contexto pouco analisado nos seminários teológicos: as cidades pequenas do interior do Brasil.” (ULTIMATO).
Com isso:
“Dados do IBGE, de 2000, apontavam mais de 300 cidades pobres do interior nordestino com até 1% de evangélicos, e os dados do censo de 2010 apontam, em Pernambuco, 33 cidades interioranas com menos de 3% de evangélicos, e mais de 90, na Paraíba.” (ULTIMATO).
O autor do livro é professor de missões no SPN – Recife, e detentor de um Doctor of Ministry no Reformed Theological Seminary, Miss., USA., sob os cuidados do departamento de missões daquela instituição e professor adjunto do departamento de Practical Theology, David Jussely.
Parabéns ao Sérgio.
Não li e não vou ler o livro. Mesmo não lendo, se me pedirem para recomendar um livro sobre missões (conheço um excelente pastor no Recife interessado) certamente mencionaria o livro de Sérgio.
Chamou-me atenção a tese. Deixando de lado as grandes e mega cidades, partiu para as pequenas do interior.
Moro no Nordeste e reconheço que há centenas de pequenas cidades com um número reduzidíssimo de cristãos-evangélicos.
Natal, por exemplo, ao contrário, aproxima-se de 1 milhão de habitantes, enquanto algumas pequenas cidades com 20-40 mil habitantes em um raio de 70 quilômetros carecem do básico para aquilo que faz um sujeito sair da pobreza social e seguir crescendo socialmente, quanto mais igrejas.
Mas nasci e me criei no sul do Brasil e morei por quatro anos no Estado do Mississippi e posso fazer uma conclusão: igrejas (denominações) não investirão em cidades pequenas porque sabem que na primeira oportunidade seus habitantes migrarão para as grandes metrópoles. Fato.
Não é porque quero, é porque assim é.
Estou imaginando um grupo de ilustres iluminados que diante de um orçamento voltado para missões, devem decidir o que fazer, vez que não têm dinheiro suficiente para todas as causas.
O que é que o leitor acha que farão?
Os mais antigos devem lembrar da figura do ‘evangelista’ na IPB em contraste com os ‘reverendos’ também da IPB. Os primeiros iam para o campo e as pequenas cidades, os outros para as cidades grandes; os primeiros na primeira oportunidade almejavam ser ‘reverendo’, os já reverendos almejavam a cidade maior ainda.
Duas observações:
1. Se por evangélicos, seja 3% ou mais, segundo o IBGE, incluírem membros das igrejas neo-pentecostais, os tradicionais, presbiterianos, por exemplo, se pensarem pequeno, em termos de igreja de interior, podem fazer o ‘balanço’, ‘dar o prefixo e sair do ar’. Não conseguem, os tradicionais, baterem os neo- sobretudo porque não têm como eles um ‘discurso’ convincente. E o Sérgio é um sólido conservador.
2. Não duvido — mesmo porque o RTS provavelmente exigiria um trabalho de pesquisa profundo — que a tese do autor, se correto o que diz ULTIMATO, seria um exemplo, de que a proposta missionária seria a de atingir cidades pequenas do interior do Brasil, bíblica e social. Esquece!
Sonho de uma noite de verão, Sérgio. Sua tese, admito, deve ser boa, mas ela vai contra a corrente, contra a maré, e contra o orçamento daquele imaginário grupo de pessoas que tem diante de si pouco dinheiro, obreiros, mas que não tem como ajudar a todos.
Sua tese opera contrário a tudo àquilo que me parece ser o mais óbvio: a seara é grande, os ceifeiros pouco e a grana curta.