Cantando o tempo 6
“Sinal Fechado”, Paulinho da Viola
Olá, como vai?
Eu vou indo e você, tudo bem?
Tudo bem eu vou indo correndo
Pegar meu lugar no futuro, e você?
Tudo bem, eu vou indo em busca
De um sono tranquilo, quem sabe…
Quanto tempo… pois é…
Quanto tempo…
Me perdoe a pressa
É a alma dos nossos negócios
Oh! Não tem de quê
Eu também só ando a cem
Quando é que você telefona?
Precisamos nos ver por aí
Pra semana, prometo talvez nos vejamos
Quem sabe?
Quanto tempo… pois é… (pois é… quanto tempo…)
Tanta coisa que eu tinha a dizer
Mas eu sumi na poeira das ruas
Eu também tenho algo a dizer
Mas me foge a lembrança
Por favor, telefone, eu preciso
Beber alguma coisa, rapidamente
Pra semana
O sinal…
Eu espero você
Vai abrir…
Por favor, não esqueça,
Adeus…
A arte do encontro e o tempo
A vida é a arte do encontro, já dizia o poetinha*. Mas encontro demanda tempo ou é apenas mais um esbarrão. Suspeito, entristecido, que somente esse esbarrão nos restou na correria dos centros urbanos. Encontro é peça de museu. Nos esbarrões nos permitimos uma brevíssima parada, mas jamais sem abrir mão da angústia (que é nosso vício) pelo próximo compromisso. Mas o próximo é como o amanhã; não chega nunca. Poucos segundos e duas ou três frases clichês depois, o amigo fica para trás e seguimos à procura do vento. Se a vida é a arte do encontro, a morte é feita de esbarrões.
*Vinícius de Moraes
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Tuco Egg diz que não é exatamente um músico, mas contabiliza o posto de poeta e/ou letrista. É também produtor do Sarau Facamolada em Blumenau (SC). Visite seu site: www.atrilha.blogspot.com
rubens osorio
Meu mano virtual, e tão real, dá sábias lições que, espero, possa eu aprender e praticar…
Marcio Ribeiro
Vamos pensar juntos … Reflexões como essa nos fazem ir além das cercas !!! Precisamos usar a criatividade e o amor e acima de tudo questionar nossa identidade !!! Afinal, não somos estáticos !!!
Érika
Adorei o artigo e vídeo, interessante que nos apegamos ao “mundo gospel”e nos esquecemos que há tão bom compositores seculares que valem a pena ouvir, refletir e por quê não aplicar como é o caso da música “Sinal Fechado”. Que a religiosidade não nos impeça de apreciar a vida em toda sua forma de manifestação, afinal Deus é o criador.