— Portanto, precisamos escolher outro homem para pertencer ao nosso grupo e ser testemunha junto conosco da ressurreição do Senhor Jesus. Deve ser um daqueles que nos acompanharam durante o tempo em que o Senhor Jesus andou entre nós, desde que foi batizado por João até o dia em que foi levado para o céu.
E foram apresentados dois homens:José, chamado Barsabás, que tinha o apelido de Justo, e Matias.  Em seguida oraram, dizendo:
— Senhor, tu conheces o coração de todos. Mostra agora qual dos dois escolheste  para trabalhar conosco como apóstolo, pois Judas abandonou este trabalho e foi para o lugar que ele merecia.
Depois fizeram um sorteio para escolher um dos dois. O nome sorteado foi o de Matias, que se juntou ao grupo dos onze apóstolos. — Atos 1.21-26

Atos 1.15-26 conta a liderança de Pedro, em uma reunião de cento e vinte discípulos, para completar o grupo de apóstolos. O grupo havia sido reduzido para onze por causa da traição e morte de Judas e agora era necessário substitui-lo e completar o grupo dos doze. Mas por que era tão importante que o grupo de apóstolos fosse doze? Por que não poderia ficar em onze? Por que não esperar a vinda do apóstolo Paulo para completar os doze?

O texto não responde a todas estas perguntas explicitamente. Apenas nos informa que o substituto precisava ser alguém que tivesse acompanhado o ministério terrestre de Jesus que se iniciou com o seu batismo e terminou com a sua ascensão… critério este que elimina a possibilidade de incluir o apóstolo Paulo, que de qualquer maneira ainda não era discípulo de Jesus naquele momento.

Poderia pensar que precisava ser doze porque este foi o número de discípulos que Jesus escolheu. Uma resposta melhor ainda, e que é largamente divulgada, é que doze é o número de tribos de Israel e que Jesus, por escolher doze, estava deixando a entender que ele próprio estava restaurando Israel, o povo de Deus. Essa explicação é boa e tem respaldo tanto histórico quanto bíblico. Vejamos…

A necessidade de ter doze apóstolos para representar as doze tribos de Israel e assim indicar um programa de restauração de Israel tem respaldo histórico simplesmente porque havia diversos grupos, notoriamente os essênios e a comunidade dos Rolos do Mar Morto, que procuravam fazer exatamente isto: reconstruir o “Israel de Deus”. Este e outros grupos naquele período acreditavam que os atuais líderes do povo judeu, o sumo sacerdote e Herodes por exemplo, eram líderes corruptos que comprometiam os princípios sagrados de Israel. Portanto, um plano de “restaurar” Israel tinha precedência histórica.

Mais importante ainda é o respaldo bíblico. Ao assumir o seu destino, a sua morte violenta e impura (morrer pendurado em madeiro), Jesus se identificou com o Servo Sofredor de Isaías 53 que morre pela nação. E ao incumbir os seus seguidores logo após a sua ressurreição de levar a mensagem para todos os povos, ele traz à memória e realiza a promessa dada para Abraão e repetida muitas vezes para os seus descendentes de que a sua constituição em povo, e digo povo grande, tinha o propósito desde o início de abençoar todas as famílias da terra.

Pronto. Logo após a ascensão de Jesus e sua incumbência para os seus seguidores de levar a mensagem para todos os povos, e logo antes do Pentecostes quando tal incumbência é possibilitada pelo derramamento do Espírito Santo, era necessário que a primeira comunidade de fé assumisse a sua constituição como o Israel de Deus e a liderança da comunidade em doze apóstolos concretizava tal identidade.

É fácil esquecer que somos povo de Deus com um propósito maior que nós, isto é, com o propósito de sermos um instrumento de Deus para o Seu projeto de alcançar todas as famílias da terra e estabelecer novo céu e nova terra. Mas não temos papel menor que este.

  1. Na Biblia o numero 12 representa governo. Apenas uma parte a respeito dos 12 foi respondida nesta matéria. Inumeras vezes surge o 12: Josué cruza o Jordão e pede 12 pedras como memorial; as 12 tribos de Israel; são 12 pedras no peitoral do sacerdote; os 12 primeiros apóstolos de Jesus; os 12 tronos descrito em Apocalipse, e muitas outras informações e revelações. Se o autor quiser posso comentar mais a respeito. Deus abençoe.

  2. Numa das mais recentes pregações de Marcos Feliciano, ele fala que a razão de ter sido escolhido 12 é que cada apostolo nasceu em um mês diferente. E isso mostra que Deus não faz acepção de pessoa para o seu ministério.

  3. Excelente exposição sobre o tema também gostaria de ver um abrangência maior sobre o assunto, discussões podem nos ajudar a entender mais sobre o tema. A ideia de que este ciclo de doze se refere a governo é aceitável, também por causa das escolhas de Deus no antigo Testamente, 12 portas, 12 tribos, doze pães da proposição e etc…

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *