Semana 16: Lucas 5.37-39

Ninguém põe vinho novo em odres velhos. Se alguém fizer isso, os odres rebentam, o vinho se perde, e os odres ficam estragados. Não. Vinho novo deve ser posto em odres novos. E ninguém quer vinho novo depois de beber vinho velho, pois diz: “O vinho velho é melhor.” (NTLH)

Entendemos a primeira parte do ditado de Jesus acima, não é? Imaginamos que o “vinho novo” representa a fé interior, o mover do Espírito, um novo momento na vida da igreja e coisas semlhantes. E isto é uma aplicação razoável. Mas a passagem anterior (5.17-35) esclarece um pouco melhor. O que estava acontecendo? Jesus estava exercendo o seu ministério de modo poderoso, inovador e até mesmo irritante para os fariseus e mestres da Lei que vieram de longe para assisti-lo (v.17). Por exemplo, Jesus ousava declarar os pecados perdoados das pessoas que ele curava (vv.18-26), teve a coragem de se socializa com gente “ruim” para o estabelecimento religioso (vv.27-32). E talvez pior de tudo, parecia que ele estava sempre em clima de festa ao invés do habitual luto politicamente (leia religiosamente) “correto”. Sim, Jesus estava fazendo muito coisa de modo diferente e fazia de propósito.

A lição: um momento novo exige maneiras novas. Uma nova maneira de tratar as pessoas no mundo de fé exige logo novas estruturas de fé. Usos e costumes não poderiam continuar como antes.

E então a última frase acima? Como entendê-la: “O vinho velho é melhor” (v.39)? Jesus, ele próprio, está afirmando que o vinho velho é melhor, ou ele está simplesmente observando que as pessoas que não gostam de vinho novo (veja a frase anterior) pensam desta formam? Uma vez que reparamos o papel dos fariseus e mestres da Lei nesta passagem (vv.17, 21, 30, 33) se torna evidente que Jesus está criticando a posição deles, uma posição que prefere o velho ao novo. Sabe onde estou querendo chegar?

E nós? O que preferimos? Estamos preparados para um novo sopro do Espírito nas nossas vidas e nas nossas igrejas? E os odres velhos? Estamos dispostos a abrir mão deles? O que você pensa?

Oração

Majestoso Pai, abre os nossos olhos e os nossos corações à Tua ação em nossas vidas e em nosso redor e nós, Senhor amado, abriremos mão das formas habituais que Te cultamos a fim de adorá-Te em espírito e em verdade. Em nome de Jesus. Amém.

  1. Boa noite Pr. Timóteo.

    Visito sempre aqui por apreciar os temas e a sua abordagem.

    Apesar de ser esse também um desafio, é antes de tudo maravilhoso.
    Em Jesus tudo é novo! É Deus que se apresenta, e com Ele a lei também foi renovada. Ele nos apresentou esse aspecto da lei que, apesar de não ser novo na concepção dos Fariseus, não era conhecido.
    Nesse novo aspecto Jesus valoriza mais as pessoas do que os formalismo, os legalismos e as tradições e isso era uma novidade que não era boa na concepção dos Fariseus.
    E esse continua sendo um desafio.
    Entendo que enquanto não compreendermos esse aspecto do coração de Deus, a missão da igreja estará comprometida.
    É razoavel sim, essa consideraçao do artigo acima, posto que, se hoje não temos aquelas instituições religiosas, temo-las em outras formas, o denominacionalismo , por exemplo.

    Viver essa proposta na prática é romper com todo o formalismo e legalismo que nos separa da verdadeira adoração. É entender que para Deus as pessoas estão muito acima disso.
    O vinho novo, por mais desconfortável dissabor que possa pressupor, resultará no real e autêntico propósito da simbologia do vinho na ilustração do Mestre.

  2. No meu modesto entendimento, a ênfase está no recepiente e não no vinho. Nós (os odres, os recepientes) devemos estar sempre flexíveis para receber o vinho novo do Espírito. Se estivermos com os corações endurecidos não permitiremos que o Espírito trabalhe nossos corações. Mas ao trabalhar ganhamos maturidade e o novo passa a ser velho no sentido de que amadureceu.
    A primeira ênfase foi no recepiente que precisaria estar preparado. No final a ênfase vai para o vinho. Quem admira vinho sabe que ele precisa de um tempo para amadurecer e ter qualidade.
    Nesse sentido que eu vejo que o vinho velho é melhor. Porque a maturidade cristã (aquele vinho novo que foi nos moldando e esticando) produz um fruto agradável.
    Mas esse é um exercício diário. Apresentar-se diante de Deus com corações que se deixam moldar mas ao mesmo tempo amadurecer a cada ensinamento.

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