O livro

Não é difícil perceber, entre cristãos, um jeito “angelical” de ser. Em nome de Deus insinuamos um ideal de santidade e nos impomos uma agenda “divina”: uma vida sem contradições, dúvidas, aflições. E, pior, sem pequenos prazeres, sem alegrias banais. 

Porém, o Deus bíblico insiste em se encontrar conosco não em “outra vida”, mas na vida mesma que temos. Ele quer nos ajudar a vencer a pretensão venenosa, insinuada pela Serpente, de uma vida perfeita. Salvos da Perfeição foi escrito para nos livrar deste veneno.

Leia um trecho
 

Foi assim

“Desde já vá se revestindo de todas as desilusões possíveis. O livro será pouco vendido, os ataques serão muitos e as casas de revendedores não se amolam com ele… É um inferno."

Não. Esse conselho nada animador não diz respeito ao nosso Salvos da Perfeição. O conselho foi dado a outro “estreante”, Carlos Drummond de Andrade, por ninguém menos do que Mário de Andrade, em carta escrita em 1926. Os tempos não mudaram tanto assim e a troca de cartas (agora e-mails) continuam. Foi por meio de um deles, de um amigo comum, que Elienai Cabral Jr. chegou até as gôndolas da Editora Ultimato.

Nosso mais novo autor nacional nos chegou pela mão de um velho conhecido e também autor, Ricardo Gondim. Em 2007, ao contrário de Mário de Andrade, Ricardo Gondim acreditava que o “livro” poderia “dar samba”. E, modéstia às favas, exagerava: “Acho que vocês ganharam um diamante”. Claro, um editor que se preze é também garimpeiro, mesmo que desconfiado. Dois anos e algumas idas e vindas depois, nasceu o novo livro. Agora, sem falsa modéstia, um achado. Ninguém é perfeito.

  1. #1 por Meire Fernandes Barbosa em 24/06/2009 - 15:45

    Dentre tantos trechos que enchem meus olhos, coloco um deles, que me fez lembrar-me de um grande amigo que passa por uma crise de fé:
    “Perder uma fé é perder-se na ausência dos amigos, das certezas e dos discursos. É tornar-se, por um lapso terrível de tempo, solitário, inseguro e mudo. Esse é o peso suportado por quem experimenta uma crise de fé, o peso de toda a sua existência.” pp.48
    Só escreve isso quem é absolutamente imperfeito!
    Emocionante!

  2. #2 por Marcos em 24/06/2009 - 20:45

    Meio chocante o título do livro, pois à primeira vista vai de encontro à algumas passagens das Escrituras, como “Anda na minha presença e sê perfeito” lá no Gênesis. Contudo, imagino a mensagem que o autor deseja repassar, algo como uma vida menos farisaica. Estou ansioso por descobri-lo. Tomara q nao seja mais um na onda dos decepcionados com o sistema tradicional e q traga algo verdadeiramente novo… Abraço

  3. #3 por Eduardo Brasil em 26/06/2009 - 14:09

    Só consigo dizer que estou ansioso pelo lançamento desse livro e poder devorá-lo o quanto antes.

  4. #4 por Rita em 28/07/2009 - 20:12

    Esse livro é pura heresia, Jesus perdoe “ele” não sabe o que fala.

  5. #5 por Adalberto Rossi em 29/07/2009 - 14:50

    Como diz o jargão do programa da rádio: “Sem Rodeios”… ou o título do novo livro do Pr. Gondim: “Direto ao Ponto”. Chega de emburrecimento e empobrecimento intelectual e espiritual!!! Precisamos de novas vozes que ecoem muito acima da ortodoxia paralisante e grassante no meio evangélico. Melhor: precisamos de lideranças mais humanas, mas corajosas e atuantes. Em frente, Elienai!!! “Os cães ladram e a caravana passa” (ditado árabe).

  6. #6 por Marcelo Santos em 12/08/2009 - 13:32

    Para ler Salvos da Perfeição é preciso, como já disse o próprio Elienai Cabral Jr, “deixar as pedras no chão e pegar o pão e o vinho”.

    É um livro pertubador, porque mexe com cômodos obscuros de nossa alma. Desperta aquela inquietação que aprendemos a domesticar durante os anos.

    É mais fácil condená-lo ao inferno dos hereges e tocar a nossa pacata caminhada, esperando que tudo o que a gente sempre aprendeu se concretize no Grande Dia.

    Mas, quem se aventura pelas páginas de Salvos da Perfeição pode encontrar um caminho libertador. Encontrar um Deus amigo, um Jesus de Nazaré humano. Pode encontrar um repouso para as cobranças demasiadamente pesadas que nossa educação religiosa nos ensinou. Pode aprender a viver não com a hipocrisia dos semi-deuses, mas com a poeira nos pés daqueles que decidem seguir Jesus de Nazaré. Seja pelos caminhos de Jerusalém ou pelas calçadas da zona leste de São Paulo. É um livro corajoso e que faz bem a alma.

    Pelo menos, foi assim comigo.

(não será publicado)