Depois de dois anos hibernando, o Som do Céu voltou em 2017 com novidades. Realizado nos dias 13 a 16 de abril, retornou numa roupagem diferente voltada para o público jovem e adolescente. Isso sem desconsiderar seus fiéis seguidores de anos, os quarentões e cinquentões, sempre presentes.

O Rebanhão apresentou seus antigos sucessos

A grande mudança nesta edição foi a descentralização dos shows, que antes aconteciam somente na tenda do circo ou na capela do Acampamento da MPC, em São Sebastião das Águas Claras (Macacos). Para este ano, as reuniões matutinas, que incluíam os cafés da manhã com estudos bíblicos, workshops e almoços musicais, continuaram no acampamento. Os shows foram todos transferidos para o Teatro Izabela Hendrix, nas proximidades da Praça da Liberdade, em BH. Começavam às 15h se estendendo até as 22h. Se por um lado trouxe algumas inconveniências logísticas para os que estavam hospedados no acampamento, por outro apresentou vantagens: a melhoria na qualidade do som por conta do ambiente, o conforto dos assentos, além atrair o público da cidade que pôde escolher assistir somente os artistas preferidos.

O Som do Céu começou na quinta-feira, 13, com o show do grupo Rebanhão, relembrando seus 35 anos de caminhada. Estavam no palco o trio Carlinhos Félix, Paulinho Marotta e Pedro Braconnot, que ao lado de Janires Manso e Kandell Rocha, no início da década de 1980, encabeçaram uma revolução na musica cristã jovem. No repertório músicas consagradas como Princípio, Muro de Pedra, Selo do Perdão, Hoje sou feliz, Primeiro amor, Baião, entre outras. O teatro estava lotado, especialmente de saudosistas deste grupo que pisou inúmeras vezes o palco do Som do Céu nos anos 80 e 90.

Scardini e Caldeira pela primeira vez no Som do Céu

Na sexta, 14, pela manhã aconteceu no acampamento o lançamento do livro “O Café da Transfiguração”, de Marcelo Gualberto e a apresentação musical do grupo Terno e Saia. Daniel Caldeira & Guilherme Scardini abriram os shows da tarde no teatro, apresentando canções autorais e contando com a vibração do público presente. Na sequência o Trio Tuyo apresentou seu trabalho, que foi descrito por eles como um show minimalista. As vozes das irmãs Lilian e Layane acompanhadas pelo violão tecnológico de Jean arrancaram aplausos de todos. A noite contou com o violão e a voz harmoniosos de Gerson Borges, sempre muito preciso e talentoso, e o carisma de Lorena Chaves acompanhada de uma super banda.

A manhã de sábado, 15, foi de estudos, workshops e o almoço musical com o Trio Tuyo, Daniel e Guilherme. A tarde foi iniciada pelo Terno e Saia, um grupo do interior do Paraná, que lançou o CD “Volume Dois”, num show bonito e diversificado. No palco os seis músicos se revezavam em mais de uma dezena de instrumentos acústicos e eletrônicos espalhados. A última música apresentada, “Calmo, sereno e tranquilo”, teve a participação de João Alexandre que fez o show na sequência. João foi um dos representantes dos “jurássicos” do Som do Céu deste ano, ao lado do Rebanhão. Representou a história desses mais de 30 anos do evento. Acompanhado de seu inseparável violão, desfilou canções antigas, algumas MPBs, recheando o repertório com causos e dicas aos músicos. Sua esposa Tirza participou em algumas músicas.

O show envolvente de Gerson Borges

A noite de sábado talvez tenha reunido o maior público do evento. Erlon Lemos subiu ao palco para um show autêntico de rock e blues, acompanhado de um trio da pesada. Além de cantar canções autorais, relembrou clássicos da música cristã, homenageando Nelson Bomilcar. A noite foi encerrada com Marcos Almeida e o show “Sarau”, nome de seu último CD. Acompanhado apenas do violão, alguns pedais de efeitos e um bumbo de bateria, Marcos envolveu o público presente que cantou animadamente as canções.

O Som do Céu foi encerrado na manhã da Páscoa no acampamento com a apresentação do Terno e Saia e a santa ceia conduzida pelo pastor Marcelo Gualberto, idealizador e diretor do evento.

Os presentes saíram dali na expectativa de que o Som ganhe fôlego e prossiga firme. Um evento que caminha há mais de 30 anos não pode parar. Ele não apenas ajudou a escrever as linhas das artes cristãs no Brasil, lançando nomes e fomentando a criatividade de tantos no passado. Ele tem ainda muito a contribuir para o reino de Deus, como seu instrumento na construção de um novo futuro de justiça e paz, por meio das suas armas: o Evangelho e as artes. Que Deus continue dando longevidade ao Som do Céu!

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