Semana 35: Lucas 9.37-45

No dia seguinte eles desceram do monte, e uma grande multidão veio se encontrar com Jesus. Aí um homem que estava no meio do povo começou a gritar: — Mestre, peço ao senhor pelo meu filho, o meu único filho! Um espírito mau o agarra, e, de repente, o menino dá um grito e começa a ter convulsões e a espumar pela boca. O espírito o maltrata e não o solta de jeito nenhum. Já pedi aos discípulos do senhor que expulsassem o espírito mau, mas eles não conseguiram. Jesus respondeu: — Gente má e sem fé! Até quando ficarei com vocês? Até quando terei de agüentá-los? Então disse ao homem: — Traga o seu filho aqui. Quando o menino estava chegando, teve um ataque, e o demônio o jogou no chão. Então Jesus deu uma ordem ao espírito mau, curou o menino e o entregou ao pai. E todos ficaram admirados com o grande poder de Deus. Todos estavam admirados com o que Jesus fazia, e ele disse aos discípulos: — Não esqueçam o que vou dizer a vocês: o Filho do Homem será entregue nas mãos dos homens. Mas eles não entenderam isso, pois o que essas palavras queriam dizer tinha sido escondido deles para que não as entendessem. E eles estavam com medo de fazer perguntas a Jesus sobre o assunto.

Continuamos com a tema da admiração, da incompreensão e do medo dos discípulos, três características que parecem não coabitáveis, mas evidentemente são.

Quais foram as circunstâncias desta confusão dos discípulos?

Um homem havia pedido que Jesus expulsasse o demônio da sua filha depois do insucesso de fazê-lo por parte dos discípulos. Diante disto, Jesus desabafa: “Gente má e sem fé! Até quando ficarei com vocês? Até quando terei de agüentá-los?” Repare bem o uso do plural. De quem Jesus está faando? Está chateado com quem? O pai de filha aflita ou os discípulos? Obviamente o plural se refere aos discípulos. Então…

Jesus, com a maior simplesidade e tranquilidade trata da menina. Poderíamos fazer longa reflexão aqui sobre as implicações da simplesmente do trato de Jesus e mais tarde, dos apóstolos, comparado com o drama e orações elaboradas—para inglês vê—de alguns ministérios hoje de exorcismo e cura. E às vezes imagino se não era isto mesmo o “estilo” e o procedimento dos discípulos quando foram pedidos para expulsar o demônio. Admitidamente é especulação minha, mas havia algum motivo pela chateação de Jesus. Que foi este motivo, senão o mal êxito dos discípulos no seu ministério?

Faltou-lhes admiração? Não. A passagem deixa claro que os discípulos permaneceram admirados com o ministério de Jesus. Mas a explicação posterior de Lucas parece apontar para a deficiência dos discípulos que provocou a chateação de Jesus. Novamente, pela “n” vez, Jesus falou que o Filho do Homem terá que sofer. Eis a confusão. Como mencionamos antes, a nomenclatura do “Filho do Homem” se referia, ao menos em Daniel, a uma figura sobrenatural. Como, então, uma figura divina poderá sofrer? Como isto é possível? As evidências—a manifestação de grande poder no ministério de Jesus—não “provam” que Jesus seria uma figura invencível? Eles não entenderam. Não poderiam correlacionar ministério eficaz com uma postura que, aos olhos humanos, poderá ser derrubado.

E eis o dilema e o desafio do ministério até os dias de hoje. Como resolvê-lo? Que pensas tu?

Oração

Nós Te louvamos Deus eterno e todo-poderoso e Te agradecemos pela Tua graça manifesta nas nossas vidas. Ensinas-nos a viver pela fé, mesmo em meio de circunstâncias que parecem nos derrubar. Em nome de Jesus. Amém.

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