Semana 25: Lucas 7. 31-35

E Jesus terminou, dizendo: — Mas com quem posso comparar as pessoas de hoje? Com quem elas são parecidas? Elas são como crianças sentadas na praça. Um grupo grita para o outro: “Nós tocamos músicas de casamento, mas vocês não dançaram! Cantamos músicas de sepultamento, mas vocês não choraram!” João Batista jejua e não bebe vinho, e vocês dizem: “Ele está dominado por um demônio.” O Filho do Homem come e bebe, e vocês dizem: “Vejam! Esse homem é comilão e beberrão; é amigo dos cobradores de impostos e de outras pessoas de má fama.” Mas aqueles que aceitam a sabedoria de Deus mostram que ela é verdadeira.

É tão fácil julgar não com objetividade e perspicácia. Às vezes, mais que deveria ser, se julga com preconceito e a predisposição de destruir. Esta é a lição que vemos nos versículos acima: alguém, ou alguns, conseguem aplicar a mesma condenação para duas situações opostas. Obviamente estão faltando a elas objetividade e até mesmo coerência. Se não, como as duas situações contrárias poderiam gerar a mesma condenação?

A resposta está na predisposição, ou para a bondade ou para a maldade. Quem está predisposto a ver maldade por todos os lados é capaz de ver maldade em tudo. E o mesmo se aplica ao olhar bondoso. E que tal a objetividade para avaliar as circunstâncias como boas ou  ruins? Claro, a objetividade deverá ser sempre o nosso ideal. Mas veja só: nós não somos máquinas esvasiadas de sentimentos. Todos nós temos tendências. E as tendências podem ser para o lado da bondade ou da maldade.

Amo a minha esposa, Marta. Ela é uma joia. Sempre me impressionou, especialmente no início do nosso relacionamento 35 anos atrás, mas também ainda hoje, pela sua predisposição de gostar as coisas que eu gostava, compreender as coisas que eu achava importante, e de modo geral, me apreciar. Quem não iria gostar de uma pessoa assim?! Eu gostaria de ser mais como ela, especialmente em relação a ela. Pois, de certo modo, acredito que ela segue mais de perto o ideal implícito nas palavras de Jesus acima.

Predispor-se a bondade não significa necessariamente ingenuidade (embora possa levar a isto). Da mesma forma, predispor-se a maldade não favorece necessariamente uma avaliação mais “correta”.

Precisamos nos predispor a ouvir, a entender bem, a acreditar, a confiar… lógico, sem sermos bobos.

Oração

Pai amado, queremos ser pessoas moldadas pelo Teu Espírito para “somar” e não para “destruir”. Ensina-nos a ouvir a Tua Palavra e andar conforme o Teu querer. E dá-nos uma porção grande da Tua bondade para que nos tornemos pessoas mais bondosas. Em nome de Jesus. Amém.

  1. “[…] Esta é a lição que vemos nos versículos acima: alguém, ou alguns, conseguem aplicar a mesma condenação para duas situações opostas.”

    Essa não é a ‘lição’. A rigor não passa de um exercício travestido de arremedo ‘exegético’ sobre a passagem de Lucas, metendo-lhe um ‘exemplo moralista em cima’.

    Ainda me lembro, acho que li umas 3 vezes pelo menos, SOLA SCRIPTURA – PROBLEMS AND PRINCIPLES IN PREACHING HISTORICAL TEXTS, de Sidney Greidanus, que todo estudante de teologia deveria ter a obrigação acadêmica de ler: “This book deals with a key question every pastor faces every week in prparing his sermons…”.

    Trata-se de um livro sobre o conflito “… known as the ‘exemplarist – redemptive-historical controversy’ (‘exemplarisch-heilshistorisch’) raged in the Reformed Churches of the Netherlands in the 1930s and 1940s.” AMAZON oferece-o!

    Errou feio o articulista.
    Imagino Lucas escrevendo um texto-moralista desses, ou, por outro viés, assumindo ou admitindo ter feito as devidas pesquisas para “… pôr em ordem a narração dos fatos …” (Lucas 1:1), com aquela pecha de lições para uma plateia!

    Melhor (escolheu melhor onde pontuar moralismos) fez João Calvino a um de seus amigos, a quem mais tarde dedicaria um opúsculo, baseado em ‘De Clementia’ de Sêneca; esse, sim, autor conhecido pelo seu estoicismo de onde sai muito de moralismo (do bom!).

    • Puxa, agradeço novamente a crítica ácida, Eduardo. Pois me sinto bem dentro do estilo de hermenêutica neotestamentária frequentemente alegórico que também não se prendia à exegese histórica e se dava à liberdade de fazer reptidos moralismos. Outra nota para todos, jamais ofereço as reflexões como sendo a mais próxima aproximação dos sentidos que Jesus ou lucas ou quem quer que fosse tivesse. São pensamentos meus que o texto provoca. Exegese é uma coisa. Ruminações pessoais são outras. Um abraço fraterno…

  2. Então temos: excelentes ruminações textuais bíblicas, certo? Faz sentido!

    Se alguém acordar de manhã e achar que no texto em que o garoto adolescente, menor impúbere (Samuel) ouviu ‘vozes’ e correu para o ancião da vez (Eli), nada impede que esse alguém acorde ruminando pensamentos que indicam que provavelmente pode muito bem ter sido alucinações de almondegas azedas de sopa kosher servida no Pessach. Ou almôndegas de rolinha amontoado no dia anterior nos ofertórios do Templo, misturadas em farinha de matzá e ovos com arroz branco!

    E concluir que muito provavelmente Eli teria dito exatamente isso: mandando o adolescente troncho dormir porque azedara seu estômago e ele passar sofrer visões e alucinações fruto de azedume estomacal.

    “Ah! Mas o texto não diz isso?”, gritarão os abestalhados de plantão.

    Claro que não. Mas se não se usa a “aproximação dos sentidos” de Jesus ou Lucas e no lugar “pensamentos meus”, logo, tudo é possível ao que crê, não é Doutor?

    • Ainda não sacou, não é, querido? Jamais alegei que "o texto disse" isto, apenas observei uma postura que Jesus assumiu acerca dos dizeres ao seu redor. Será que não dá para entender a diferença? Alías, você encarna de modo espetacular a atitude que Jesus condenou...

  3. Dobre a tua língua Doutor, que querido é coisa de gente que sai do artigo para outra área. E não faço o seu gênero. Aliás, ele tipo de delicadeza fica muito bem para os seus. Se descer para esse tipo de coisa, o Doutor vai perder. Aliás, já perdeu!

    Sim, eu entendi a diferença, mas estou dizendo que o Doutor está equivocado. E equivocado permanece.

    Aliás, o equívoco não é só nesse artigo. É um estilo.

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