Semana 12: Lucas 4.14-29

Jesus voltou para a região da Galiléia, e o poder do Espírito Santo estava com ele. As notícias a respeito dele se espalhavam por toda aquela região. Ele ensinava nas sinagogas e era elogiado por todos. (vv.14-15)
…. Todos começaram a elogiar Jesus, admirados com a sua maneira agradável e simpática de falar, e diziam: — Ele não é o filho de José? (v.22)
…. Então se levantaram, arrastaram Jesus para fora da cidade e o levaram até o alto do monte onde a cidade estava construída, para o jogar dali abaixo. (v.29 NTLH)

Há doze anos moro em Florianópolis, Santa Catarina. O catarinense tem as suas expressões e manias como os moradores de qualquer outra região no Brasil. Uma delas é “ias tão bem, mas descambaste!” Quando leio a passagem acima é isto que me ocorre. Jesus foi um sucesso! Pelo menos enquanto realizava curas e milagres e enquanto ensinava, expondo as Escrituras. Tanto a sua palavra quanto a sua compaixão e poder impressionava. Mas, como é de costume, há certos tabus, certas coisas que não se deve pensar, muito menos se afirmar, especialmente quando isto agride a prática do ouvinte ou se de outra sorte ameaça a sua percepção de justiça própria. E foi este o “pecado” que Jesus cometeu. Falou a verdade mesmo contra os seus ouvintes, uma conduta fatal para qualquer palestrante. Mas antes de refletir mais sobre isto, uma pergunta: percebeu a agressão de Jesus? Vamos ver mais detalhadamente…

O “pecado”

O fato de Jesus citar o profeta Isaías e ousadamente aplicar aquelas palavras para a sua própria vocação e para o seu próprio ministério (vv.17-21) surpreedentemente não ofendeu ou agrediu as sensibilidades dos seus ouvintes. Muito pelo contrário, aqueles frequentadores da sinagoga, “todos começaram a elogiar Jesus, admirados com a sua maneira agradável e simpática de falar.” Não foi a sua exposição bíblica que gerou a confusão, pelo menos não em termos de interpretação das Escrituras. A encrenca veio dos exemplos bíblicos que Jesus citou, mesmo sem nenhuma interpretação destes exemplos! O “pecado” de Jesus é que ele teve a coragem de citar dois exemplos das Escrituras que ilustram a compaixão de Deus em relação a duas pessoas não judias. A razão que estes exemplos tanto irritaram os judeus é que, apesar da vocação judaica de ser bênção para todas as famílias da terra (Gn 12.1-3), as repetidas opressões políticas dos judeus por governos não judeus durante séculos (Egito, Babilônia, Assíria, Grécia e agora, Roma) deixou o povo judeu extremamente desconfiado e na defensiva em relação aos outros povos. Demonstrar o amor de Deus para com povos não judeus simplesmente não descia na garganta. Era uma ofensa, mesmo que cultural e não teológica (como muitos dos nossos “usos e costumes”), que não se podia tolerar. O que era vocação missionária dada por Deus se tornara “pecado” intolerável para os judeus e Jesus acabou de o cometer!

A “LIÇÃO”

Não sei se você percebeu, mas às vezes o que se importa não é verdade. Jesus simplesmente falou a verdade nua e crua, sem maiores comentários. Mas o povo da verdade, às vezes por motivos históricos e/ou culturais, nem sempre consegue ver aquilo como a verdade e assim acaba não tolerando a própria verdade. Ao longo da história, os maiores avivamentos ocorrem quando um profeta de Deus consegue inverter este quadro, abrindo os olhos dos cegos. Mas quase sempre o despertamento é apenas parcial, provocando também imensa oposição, como foi com Jesus.

O que eu estou querendo dizer? Talvez isto: tenhamos a coragem primeiramente de conhecer a verdade que desafia as nossas pressuposições mais sagradas. E segundo, tenhamos a coragem de falar esta verdade mesmo sem arrogância e desprezo pacientemente aguardando a renovação que poderá vir e se dispondo a pagar o preço pela oposição que certamente virá.

Que pensas tu?

Oração

Pai, nos encha do Teu Espírito para enxergar e anunciar as Suas Boas-Novas, mesmo quando pareçam Péssimas-Novas para muitos. E isto com humildade e contrição. Em nome de Jesus. Amém.

  1. Achei interessante o artigo. Entendo, porém, que o “pecado” de JESUS, e que teria “justificado” a sua morte por aplicação da então vigente Lei (antiga aliança), teria sido a “blasfêmia” de ter se comparado a Deus, porque ELE disse que era Filho de Deus (Levítico 24: 16), “fazendo-se igual a Deus” (Mateus 26: 63 a 66) (João 5: 16 a 20), e também teria “violado” o sábado quando curou um homem, e isso também seria pecado (Êxodo 3: 14), e por tudo isso Ele seria “digno de morte”. Deus abençoe ao irmão e que essa interpretação seja útil de alguma forma.

  2. Jesus era pecador sim. Um mentiroso que disse que seu pessoal não terminaria de percorrer todo o Israel antes que ele viesse. O cara pecou ao apoiar o imposto de César; pecou ao entregar od porcos para os demônios matarem; ele também faz secar uma árvore frutífera; Comete suicídio ao mecher com os doutores da lei e os vendilhões do templo, já que depois disso, condenaram-lhe à morte.

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