Semana 7: Jó 4.1-5.7
A aflição não brota da terra;
a desgraça não nasce do chão:
somos nós mesmos que causamos o sofrimento,
tão certo como as faíscas das brasas voam para cima. (Jó 5.6-7 NTLH)
Reflexão
Desculpe te dar este trabalho, mas realmente é preciso ler a passagem toda, todo o capítulo 4 e os primeiros sete versículos do capítulo 5. Aqui, um dos amigos de Jó começa a falar. A gente havia louvado o seu silêncio e solidariedade com Jó nas últimas reflexões. E aqui, Elifaz começa bem, pois antes de levantar qualquer crítica, ele elogia Jó pela força que dá às pessoas desanimadas (4.2-4). Começar elogiando geralmente é uma boa estratégia de consolação. Mas neste caso, durou muito pouco. Logo Elifaz questiona a falta de fé de Jó (4.5-6). Pior, o seu raciocínio é aquele do evangelho da prosperidade e da compensação que é fácil resumir: cada um recebe o que merece (4.7-11).
Pior ainda, — e lamento dizer, mas na observação que se segue eu sinto cheiro da minha própria raça, a “raça” dos pastores — Elifaz não resiste à tentação do discurso da auto-legitimação espiritual e reivindica a inspiração divina de modo nada sutíl (4.12-16). É aquele papo de “Deus me revelou” ou “Deus me deu esta palavra”. Pode me achar muito mundano, mas confesso que frases assim me dão arrepio. E são frases corriqueiras entre a liderança evangélica. É a tentação de ser voz de Deus absoluto ao invés de mero servo dele, que enxerga obscuramente como por um espelho ee cujo “conhecimento” é imperfeito (inclusive a habilidade de escrever devocionais).
E o que é que Elifaz foi “inspirado” para dizer a Jó? Isto: “sofres porque mereces!”(5.6-7, os versículos acima citados). Mas pare para pensar um pouquinho. Elifaz foi coerente com a sua teologia, a teologia da prosperidade e da compensação. Coerente com um teologia errada. Coerente porque esta teologia leva mesmo para a arrogância. E o cûmulo da arrogância é quando confundimos o nosso pensamento com a voz de Deus. “Minha” opinião não é mais minha. É divina. Por isto, favor, bedeça!
Hoje à tarde voltei do hospital. Nada sério, porém doloroso. Duas pedras de rim. Minha esposa ficou comigo durante toda o drama que começou na sexta-feira à noite. Acompanhou-me silenciosamente sem partir para “explicações”. Não precisava. A dor já dá conta de nos acusar sem subsídios.
E nós vivemos ainda dentro dum contexto de muito sofrimento causados por mudanças climáticas e violência sociais. Somos povo de Deus. Como respondemos? Como não responder?
Oração
Pai, somos como os amigos de Jó. Acertamos na solidariedade e fracassamos ao mesmo tempo miserávelmente. Quermos ouvir a tua voz interna, sem pretenção de ocupar o teu lugar. Dê-nos humildade como a de Jesus. Dê-nos o espírito de misericórdia e justiça, também como teu filho nos demonstrou. Em nome dele oramos. Amém
Erika
Timóteo.. tudo bem?
recebia seus recados pelo facebook, sobre as devocionais….
ha alguns dias em um roteiro de leitura devocional da biblia que faço, com duracao de 4 anos estamos no livro de Jo… hoje li com o coração as suas devocionais sobre Jó……
ter cólica de rim meditando sobre Jó nao feve ser nada fácil, imagino!
Ler Jó com o coração nao é facil…. cólica de rim tb nao é facil.. os dois juntos entao???? risos
saudades de voces! saudades de conviver perto de voces!
abs
erika
Timóteo
Muito bom ouvir notícias suas. Também temos muitas saudades. Quem sabe o marido pode promover umas férias para os Ingleses. A Diane e seu marido estavam aqui recentemente e tomamos sorvete italiano juntos! Grande abraço aos dois…