“Eventos hoje têm agenda publicitária e pragmática. Apresentados como um lugar mágico em que não há dúvidas e todos se sentem mais inteligentes no final, a maioria tem um forte componente de autoajuda, principalmente quando levado em conta o currículo e conteúdo apresentado. No TED, a mais popular (e copiada) entre as conferências “new age”, apresentações curtas, rasas e emotivas são intercaladas com números musicais ou cômicos. […] O resultado é um ambiente raso e hipócrita, em que críticas são desencorajadas. As apresentações, quase religiosas, pregam que só há um lado “certo” a seguir: aquele apresentado pela celebridade que ocupa o palco e apresenta, para uma plateia ignorante, sua visão particular de Paraíso.Todos estão livres para expressar suas opiniões, desde que concordem. O milenar hábito de discordar e debater vem se tornando, aos poucos, fora de moda. A maior crítica permitida é uma ironia covarde, camuflada sob perfis anônimos ou mascarados.”
Luli Radfahrer – Folha de S.Paulo, 09/01/2012

“Pecado aqui significa a consciência de que você não é dono de si mesmo. Suas reações, pensamentos e esquemas rotineiros de enfrentamento da vida entram em colapso. E dói. E mais: é pecado porque o adultério faz você ver que existe alguém dentro de você que é despertado do sono por outra pessoa que não aquela que divide honestamente e cotidianamente o dia a dia da sua vida. Aquela pessoa que envelhece com você ao longo de uma vida de ‘pequenos detalhes’ que, ao serem somados, representam uma parceria de confiança, retribuição e generosidade.”
Luiz Felipe Pondé – Folha de S.Paulo, 09/01/2012

“Por dados recentes do IBGE, descobre-se que a segunda maior favela do país, a Sol Nascente, com 56.483 moradores, fica em Brasília, a 30 km do Palácio do Planalto. Você dirá: como pôde esse complexo de ilegalidade e miséria, composto de 15.737 domicílios, expandir-se sob as barbas do governo federal? E a resposta será: Por que não? A 30 km, tal complexo não é visível a olho nu. E Brasília foi concebida para não ver nada além de seu núcleo.”
Ruy Castro – Folha de S.Paulo, 09/01/2012

“Tática contumaz do especialista preguiçoso é fazer-nos supor que todo problema é muito mais amplo do que parece. Depois, faz firula até mostrar que não há solução.”
Vinicius Mota – Folha de S.Paulo, 09/01/2012

“Steven Spierlberg é o cineasta mais influente de Hollywood. Com 43 anos de carreira, o diretor e produtor se mantém atual, e as imagens de seus filmes continuam a evocar simplicidade e sofisticação. Ele não só inova em tecnologias com o mesmo entusiasmo de um jovem estreante, como é fiel às fontes clássicas. ‘A fonte da minha juventude está no entusiasmo que algumas ideias me despertam’, disse Spielberg em entrevista a Época. ‘Há momentos em que saio pulando de alegria de uma sessão de cinema, porque vejo nascer em mim uma nova aventura’.”
Luís Antônio Giron e Marcelo Bernardes, Revista Época – 09/01/2012

“Métodos inovadores para estimular a poupança estão em estudo no mundo todo porque a abordagem tradicional – dizer às pessoas que elas precisam guardar para o futuro – simplesmente não está funcionando. Talvez porque a sociedade ofereça estímulos desproporcionais para o consumo imediato e o endividamento. Talvez porque a natureza humana seja resistente a encarar o futuro. ‘Em vez de fazer a melhor opção, simplesmente escolhemos a mais fácil’, afirma Vera Rita Ferreira, doutora em psicologia econômica pela PUC-SP.”
Revista Época – 09/01/2012

“Brasileiros apostaram R$ 9,73 bilhões nas loterias da Caixa Econômica Federal no ano passado, aumento de 10,5 em relação a 2010. A Mega-Sena segue como carro-chefe: arrecadou R$4,6 bilhões, 16% a mais que no ano anterior.”
O Estado de S. Paulo, 10/01/2012

“Como serão os hábitos de leitura dos brasileiros? Os resultados não são nada lisonjeiros. A média brasileira é de 1,8 livro por habitante/ano. Isso se compara com 2,4 para nossos vizinhos colombianos, cinco para os americanos e sete para os franceses.”
Claudio de Moura Castro, Revista Veja – 11/02/2012

“Na internet, nada sobrevive sem criatividade, inovação constante e confiança na marca.”
Marion Strecker – Folha de S.Paulo, 12/01/2012

“Não agimos segundo o que achamos certo, por “força de vontade”, mas para evitar punições e vergonhas. Ou seja, não somos nunca verdadeira e corajosamente bons, apenas queremos fazer bonito e não perder dinheiro (ainda menos em prol de nossos inimigos).”
Contardo Calligaris – Folha de S.Paulo, 12/01/2012

“Ao contrário do que dizem os advogados da internação compulsória, dependentes conservam algum grau de controle sobre a continuidade do uso. Estudos mostram que, quando o preço da droga sobe, cresce a procura por programas de tratamento. Considerando que o cérebro humano, com seus 90 bilhões de neurônios interligados em 100 trilhões de sinapses, é a estrutura mais complexa do Universo, o surpreendente seria se nossos comportamentos fossem unívocos e 100% previsíveis. O que os trabalhos neurocientíficos sugerem é que a mente é o resultado de uma cacofonia de módulos e sistemas autônomos atuando em rede.”
Hélio Schwartsman – Folha de S.Paulo, 13/01/2012

“No Brasil, nos palanques, os candidatos dizem as piores verdades um sobre o outro. Dois anos depois, esquecidas as eleições, vencedor e vencido são vistos aos abraços. Campanha é uma coisa; política, outra. E nenhuma é para valer.”
Ruy Castro – Folha de S.Paulo, 13/01/2012

“É nessa direção que caminhamos. A educação é uma ferramenta de grande alcance para conquistas individuais e coletivas. Com ela, poderemos redesenhar o futuro de milhões de jovens brasileiros.”
Marconi Perillo – Folha de S.Paulo, 13/01/2012

“Uma reportagem da revista britânica The Economist mostrou que as asiáticas, de modo geral, estão fugindo do casamento. Mesmo em países com culturas que defendem a união precoce, às vezes arranjada, e para a vida toda, as mudanças ocorrem. Taiwan, Coreia do Sul e Hong Kong seguem a tendência japonesa. Na capital tailandesa, 20% das mulheres de 40 a 44 anos estão solteiras e, em Cingapura, o percentual chega a 27%. Nesses locais, a taxa de natalidade cai: com valores arraigados, as mulheres não se arriscam a providenciar filhos sem pais. A produção independente não é bem assimilada e corresponde a 2% dos bebês, número pequeno se comparado à Suécia, onde 55% das crianças nascidas em 2008 foram concebidas fora do casamento.”
Revista Claudia – janeiro de 2012