O que disseram
A Religião Mais Negra do Brasil apresenta uma crítica bastante oportuna às igrejas evangélicas não pentecostais, que, em geral, fazem suas opções pastorais e eclesiásticas pelas elites e apresentam grande dificuldade de criação de linguagem, estratégias missionárias e espaços litúrgicos que estejam em sintonia com a realidade de vida das pessoas negras. Mesmo valorizando o contexto pentecostal, favorável à expressiva participação de negros no país, o autor não nos oferece uma interpretação ingênua ou romântica dessa realidade. Ao contrário, ele também nos mostra as contradições, as formas de fundamentalismo, a manutenção de estigmas de inferioridade e de cultura do branqueamento presentes nesse contexto. De fato, pensar a Igreja não é tarefa das mais simples […] Há no interior das igrejas e nas suas fronteiras com a sociedade inúmeras experiências de ações afirmativas que marcam o campo da negritude no país. Em boa parte das vezes, tais iniciativas estão encobertas, fragmentadas e sem visibilidade. A leitura deste livro é um bom ponto de partida para maior sensibilização humana e política, para vencermos diversas formas de preconceito e discriminação no Brasil.
– Claudio de Oliveira Ribeiro, professor de teologia e ciências da religião da Universidade Metodista de São Paulo.