Por Maycon Barroco

 

Existe beleza na continuação sim. A ressurreição de Cristo foi a vitória na Cruz.

Imagine comigo: se você estivesse compartilhando o evangelho em um vilarejo bem longínquo, com pessoas que você nunca viu, onde o povo que vive ali não conhece a história de Jesus. Então, você começa a ministrar e relatar sobre a vida de Jesus, falando sobre sua vida em favor do outro, sobre os milagres, a sua obediência, entre outras coisas, até chegar a parte onde Ele foi preso pelos soldados romanos, humilhado, espancado, cravado em uma cruz e por fim, após dizer “Está consumado”, Ele morre.

E se os ouvintes te interrompessem e questionassem por que um homem tão bom, tão justo, tão amável, teve que padecer daquela forma? E se as pessoas se levantassem após esses relatos e não permitissem que você continuasse a história? E se as pessoas te agredissem porque elas esperavam um final feliz? Essas perguntas parecem absurdas, mas já aconteceram com outros amigos missionários. E se, após esses fatos, eles te dessem a oportunidade de continuar a história? E qual é a continuação dessa história e como ela afetou o curso da humanidade?

Existe beleza na continuação sim. A ressurreição de Cristo foi a vitória na Cruz. A fé na ressurreição é algo tão especial que o apóstolo Paulo escreveu: “Se Cristo não ressuscitou, a nossa pregação é vazia, e vazia também é a vossa fé” (1 Co 15:14). “E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados” (I Co 15:17).

Perceba a beleza dos detalhes relatados na Bíblia:

Na sexta-feira ele doou sua própria vida diante dos soldados após perdoá-los. Na sexta-feira ele se entregou pelos nossos pecados e se fez justiça por nós, para que fôssemos salvos por Ele.

No sábado houve silêncio. Seu túmulo estava fechado e a esperança como se escorresse pelos dedos. Como se há dois dias ele estivesse ceiando conosco, rindo, alegre, nos ensinando e agora ele está sepultado. Que dia triste!

Chegou o domingo, primeiro dia da semana (João 20). Maria Madalena ousou ir ao sepulcro logo pela manhã. Para sua surpresa a pedra que estava o fechando foi retirada. Imediatamente ela foi correndo contar aos discípulos que alguém havia retirado o corpo de Jesus. Prontamente, Pedro e outro discípulo foram ao sepulcro para conferir o que Maria Madalena tinha dito e constataram o fato que o corpo de Jesus não estava mais ali. Os discípulos retornaram para casa sem saber o que fazer e nem tão pouco o que acontecera com o corpo de Jesus. Maria Madalena permaneceu ali no túmulo, chorando, até que apareceram dois anjos de branco, que disseram: “Por que está chorando?” Ela disse: “Levaram o corpo do meu Senhor e não sei para qual lugar.” Depois disso, Jesus apareceu em pé na entrada da porta e disse a mesma coisa: “Por que está chorando? Quem você está procurando?”. Jesus estava muito diferente. Maria pensou que fosse o jardineiro e disse: “Se você o levou, por favor, me diga onde ele está, e irei até Ele.” Então, Jesus a chama pelo seu nome: Maria. Pela sua voz ela o reconheceu e disse: “Mestre”. Jesus disse: “Eu ainda não fui para o Pai, avise meus irmãos e fala com eles que eu irei subir para o nosso Pai e para o nosso Deus”.

Rapidamente Maria foi contar para os discípulos que ela viu o Senhor e relatar tudo que Ele mesmo disse. Naquele mesmo dia os discípulos permaneceram em casa com as portas fechadas. Estavam com muito medo, mas algo de muito importante estava prestes a acontecer. Jesus então apareceu para eles e disse: “Paz seja com vocês, paz seja com vocês.” Ele mostrou suas mãos e o lado e disse novamente: “Paz seja com vocês.” Depois disso ele disse: “Da mesma maneira que o Pai me Enviou, eu vos envio”. Então, Jesus soprou sobre eles o Espírito Santo e foram cheios da presença de Deus.

Da mesma maneira que Jesus discorreu seu ministério na terra, os discípulos seguiram seu modelo, anunciando as boas novas novas do Reino de Deus, embelezando corações e até mesmo cidades com o evangelho. Até os dias de hoje somos afetados pela entrega desses homens, que obedeceram e viveram intensamente a nova humanidade.

Sejamos assim, obedientes no ministério da continuidade, na proclamação da boa notícia, da vida, morte e ressurreição do nosso Senhor Jesus Cristo, iluminando cidades, para glória de Deus.

• Maycon Barroco é casado com Vivian, pai de Estevão e Samuel. Atualmente, são missionários no sertão do Alagoas, na cidade de São José da Tapera. É diretor, missionário e fundador da base do IRIS Global no Piauí e Alagoas, da Expedição Internacional The Fisherman e da Escola de Missões Diáspora. Atualmente trabalha com outros missionários no processo de plantação de igrejas e com projetos de desenvolvimento comunitário no sertão brasileiro. É palestrante internacional e tem dedicado sua vida aos estudos e práticas missiológicas.

 

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> Cristianismo: uma religião de ressurreição

  1. Paulo Sherman

    Deus seja louvado. Parabéns pelo texto e profundidade a respeito da Ressurreição do nosso amado Jesus Cristo.

  2. André Schuindt

    Muito bom meu amigo Maycon Barroco, sua colaboração neste artigo foi muito pontual. Obrigado pelo compartilhar vivo, simples e profundo. Isso é reflexo de quem você é está cada vez mais se tornando Nele. Inspirou-me! Shalom.

  3. Airton Vieira

    Tanto é que o poder mais grandioso não se manifesta na criação, mas na ressurreição: Em ressurreição, nosso Cristo ascendido gerou a Nova criação, a Igreja, o Novo Homem. Sem a ressurreição Deus não cumpriria seu eterno propósito, de Se dispensar ao homem.

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