Crescimento do IDHM regional indica que Nordeste reduziu desigualdades em relação a outras partes do país. Disparidades internas, porém, perduram. Em 2010, a região contava com 1.099 municípios de IDH considerado baixo. Foto: Flickr / Dasha Gaian (CC)

Crescimento do IDHM regional indica que Nordeste reduziu desigualdades em relação a outras partes do país. Disparidades internas, porém, perduram. Em 2010, a região contava com 1.099 municípios de IDH considerado baixo. Foto: Flickr / Dasha Gaian (CC)

De 2000 a 2010, o Norte e o Nordeste do Brasil apresentaram um crescimento maior de seu Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) do que o aumento verificado no Sudeste, Sul e Centro-Oeste. A diferença contribuiu para eliminar as desigualdades acentuadas entres as partes do país que, atualmente, apresenta taxas de desenvolvimento médio e alto em todas as suas macrorregiões.

As informações são de um novo relatório elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e a Fundação João Pinheiro, e publicado na última quinta-feira (31). O documento avaliou as variações dos IDHMs regionais dos anos 1991, 2000 e 2010.

De acordo com a pesquisa, o Sudeste, o Sul e o Centro-Oeste apresentaram taxas de crescimento mais elevadas dos IDHMs durante a década de 90. Entre 1991 e 2000, as três regiões registraram aumentos de 0,123, 0,132 e 0,128, respectivamente, ao passo que Norte e Nordeste observaram elevações mais modestas: 0,111 e 0,119.

Em 1991, todas as regiões apresentavam médias de desenvolvimento humano consideradas baixas ou muito baixas. Sul, Sudeste e Centro-Oeste apresentavam IDHMs acima dos 0,5, mas inferior a 0,6, enquanto Norte e Nordeste registravam 0,416 e 0,397.

A virada foi a década seguinte, quando os IDHMs das duas regiões que ocupavam os últimos lugares das listas crescerem 0,140 (Norte) e 0,147 (Nordeste), alcançando os índices 0,667 e 0,663 em 2010.

Embora tenham permanecido as porções do território brasileiro com os menores índices, os avanços foram bem mais altos do que os verificados para o Sudeste (0,090), Centro-Oeste (0,118) e Sul (0,094). As três regiões ainda apresentam os maiores IDHMs: 0,766; 0,757; e 0,754, respectivamente.

O levantamento nota que há diferenças entre as três regiões quando considerados os critérios específicos para o cálculo do IDH. A expectativa de vida foi avaliada como mais alta no Sul, mas a renda per capita é maior entre a população do Centro-Oeste. Quando considerado o quesito educação, o Sudeste apresenta o IDH mais alto.

Segundo o PNUD, as variações entre os ritmos de crescimento regionais mostram que o Norte e o Nordeste conseguiram reduzir suas desigualdades em relação às outras partes do Brasil.

O hiato de desenvolvimento entre as regiões Sudeste e Nordeste, ou seja, a diferença entre a macrorregião brasileira com IDHM mais alto e a com IDHM mais baixo, registrou um leve aumento entre 1991 e 2000, passando de 0,156 para 0,160. Já entre 2000 e 2010, a diferença entre as duas regiões caiu para 0,103.

O PNUD alerta que a análise das macrorregiões deve ser feita com cautela, pois as desigualdades internas são, muitas vezes, mascaradas pelas médias, dando a falsa impressão de que os municípios, estados e as próprias regiões são homogêneos.

Por exemplo, embora as taxas regionais sejam consideradas como índices médios ou altos de desenvolvimento, em 2010, o Nordeste contava com 1.099 municípios de baixo desenvolvimento humano (IDHM de 0,5 a 0,599) e outros 14 de IDHM avaliado como muito baixo (abaixo de 0,5).

No mesmo ano, no Norte, 180 municípios registraram IDHM baixo e, em 18, o índice foi calculado como muito baixo. No Sudeste, o número de cidades de baixo desenvolvimento humano chegou a 73.

Acesse o levantamento completo aqui.

Fonte: ONU/Brasil

  1. Essa notícia deveria motivar igrejas a se engajarem ainda mais nas causas de desenvolvimento humano

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