Por Elsie Gilbert

Lendo o boletim eletrônico da revista TIME hoje, me deparo com uma história com a seguinte manchete: “Como um amputado escalou o Monte Everest”. Ao ler o relato descubro a história de Jeff Glasbrenner, 44 anos, natural de Wisconsin, EUA, que após dois meses de escalada e com 9 kg a menos, chega ao cume da montanha mais alta do mundo. O que o levou até o topo do mundo não foram duas pernas normais, mas sim uma perna normal auxiliada por uma perna mecânica que a medida que ele subia (e perdia peso) ia ficando mal ajustada. Jeff perdeu uma de suas pernas ainda com 8 anos de idade num acidente doméstico na fazenda de seus pais.

Jeff Glasbrenner

Mas o que me faz parar e pensar é a fala dele no terceiro parágrafo do artigo:

“Quando eu tinha 12 anos, meu pai me disse que eu podia escolher ser manhoso (tendo dó de mim mesmo) ou poderoso. Mas eu não podia escolher ser os dois”.

E estas foram as palavras que lhe ocorreram quando ele lutava para respirar a 5.100 metros de altura. Jeff definiu sua vida como uma luta para provar que as limitações prescritas para ele pelos médicos de sua infância podiam ser superadas.

Qual é a medida de sucesso de Jeff? Chegar no topo do mundo.

Qual é a medida de sucesso do seu adolescente?
Os discípulos de Jesus também jogavam no time de Jeff. Chegar no topo e ser poderoso. Nosso herói nacional, Ayrton Senna também gostava de dizer:

“Quem chega em segundo lugar é o primeiro e maior perdedor”.

Não é difícil perceber então como a ideia de sucesso é algo atraente que explica e orienta grande parte das aspirações e comportamento dos adolescentes, principalmente os do sexo masculino. Não digo com isto que as meninas não estão sujeitas a este tipo de ideologia orientadora (uma expressão moderna para definir idolatria), mas, ao meu ver, há uma outra, mais potente, especialmente focada nas meninas e que devo tratar separadamente.

A mensagem básica é que o contrário do fracasso é o sucesso, sucesso pautado no poder. E é o medo do fracasso, mais do que tudo, que alimenta a busca incessante pelo poder. E qual é o resultado? O que fica de fora?

 

  • Ser um marido compassivo, que tira tempo para estar com sua esposa e aprende a ouvi-la, faz parte do currículo?
  • Ser um pai amoroso, que se sacrifica pelo filho ao ponto de sofrer humilhação, está dentro da definição de sucesso?
  • Ser um vizinho promotor da paz e do bem-estar está na agenda dos poderosos?
  • Ser amante dos mistérios de Deus, que Ele tem prazer em revelar aos humildes de coração, pode tomar o tempo precioso dos poderosos em sua corrida maluca pelo primeiro lugar?

O que você deve dizer ao seu filho:
O que todo pai deveria dizer ao seu filho adolescente é que o contrário do sucesso, não é o fracasso, mas sim o medo do fracasso! Mas este medo é fruto de uma mentira, uma mentira tão antiga quanto o Jardim do Éden. A mentira dizia que Deus não tinha dotado o ser humano com tudo o que ele precisava para uma existência feliz. Estava faltando algo. O contrário de ser manhoso não é ser poderoso e sim ser inteiro. É isto que confere ao homem a coragem para tomar decisões difíceis. É a integridade de seu caráter que lhe confere honra e conquista a admiração das pessoas ao seu redor. Estar bem consigo mesmo, ter uma autoconfiança fundamentada em quem realmente somos, desde o nosso nascimento – obra prima de um Deus amoroso – é o que nos impede de viver em derrota. Como Jesus define sucesso? “Não busco a minha vontade, mas a vontade do Pai que me enviou” João 5.30.

E se, o sucesso movido pelo amor a Deus e ao próximo, compelir o seu filho a subir uma montanha, ele o fará acompanhado das pessoas a quem ama. Mas para incluí-los, muito provavelmente ele terá de trocar o Monte Everest por uma montanha menos imponente e mais acessível, porque o que ele almeja é fazer uma expedição bem acompanhado e em segurança. E neste cenário, o que o impulsionará morro acima é a perspectiva de compartilhar um momento de total grandeza diante da maravilhosa obra do Criador oferecida a nós para o nosso deleite. Talvez ele entre na pauta dos noticiários publicados no Céu, mas dificilmente será retratado na revista TIME!

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