Crianças da comunidade de São Felix do Araguaia / Amazon - Brazil, 2011. ©Neil Palmer/CIAT

Amazon – Brazil, 2011. 
©Neil Palmer/CIAT

 

Por Welinton Pereira da Silva

As crianças no Brasil representam o segmento mais vulnerável de nossa sociedade. São as maiores vítimas da discriminação e violência. Segundo a UNICEF, a violência contra as crianças e adolescentes manifesta-se em todos os lugares. Pode ser na comunidade onde moram, na escola, na família e, infelizmente, até nas igrejas. Assim como a cultura do machismo contribui para a violência contra as mulheres, ideias equivocadas, algumas até baseadas em interpretações da Bíblia, contribuem para perpetuar a grande escalada de violência contra as crianças.

Em muitos lugares de nosso país a figura do pai é a grande ausência e muitas casas de nossas cidades são lideradas por mulheres, como se elas tivessem a capacidade de dar a luz sem a participação dos homens. Em 1959, a ONU (Organização das Nações Unidas) aprovou uma declaração que contém os dez direitos das crianças, que devem ser defendidos e protegidos. Infelizmente, vemos muitos exemplos de desrespeito a esses direitos:

1 – Todas as crianças, independentemente de cor, sexo, língua, religião ou opinião, têm os direitos a seguir garantidos.

2 – A criança será protegida e terá desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social adequados.

3 – Crianças têm direito a nome e nacionalidade.

4 – A criança terá direito a alimentação, recreação e assistência médica.

5 – Crianças deficientes terão tratamento, educação e cuidados especiais.

6 – A criança precisa de amor e compreensão.

7 – A criança terá direito a receber educação, que será gratuita pelo menos no grau primário.

8 – As crianças estarão, em quaisquer circunstâncias, entre os primeiros a receber proteção e socorro.

9 – A criança será protegida contra qualquer crueldade e exploração. Não será permitido que ela trabalhe ou tenha ocupação que prejudique os estudos ou a saúde.

10 – Toda criança terá proteção contra atos de discriminação.

 

No contexto mundial, quais as principais situações nas quais os direitos das crianças são violados?

Como avaliamos a situação dos direitos das crianças em nosso bairro, em cidade e país?

 

Para refletir e agir

José manifestou sua justiça ao ir além do que se esperava de um homem de sua época. Saiu de sua “zona de conforto”.

Pensando para dentro da igreja:

Que tipo de relação buscamos com Deus? Uma relação de conforto ou consumo na qual Deus satisfaz nossas necessidades e nós pagamos com nossa devoção? A mesma pergunta pode ser repetida com a igreja: Que tipo de relação buscamos com a igreja? Uma relação de conforto ou consumo na qual Deus satisfaz nossas necessidades e nós pagamos com nossa devoção?

Os direitos das crianças são garantidos em nossa igreja? Elas são prioridade na nossa missão ou são vistas como obstáculos? Elas são integradas ao culto e estimuladas a participarem dele? A igreja dispõe de atividades, salas equipadas e pessoal qualificado para garantir que recebam o melhor ou elas ficam relegadas às salas mais escondidas e mal iluminadas, são retiradas do culto o mais rápido possível e são atendidas por pessoas sem o devido preparo ou a devida vocação? Como atuar em cada uma dessas situações?

 

Pensando para fora da igreja:

Quais situações de vulnerabilidade de crianças ao redor de nossa igreja? Em nosso bairro ou cidade?

O que podemos fazer para sermos agentes de transformação nessas situações, com vistas a preservar os direitos das crianças?

 

Oração

Que nesse tempo de advento, Deus nos ajude e levante em nossa comunidade, homens e mulheres justos, que tenham compromisso com os direitos das crianças.

 


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