3° Semana – A Igreja e o empoderamento das mulheres: emergindo da marginalidade
Por Sandra Duarte de Souza
Historicamente testemunhamos o sexismo da sociedade brasileira, levado a cabo por meio da organização patriarcal das relações sociais. O estatuto social diferenciado de homens e mulheres se materializa nas desigualdades de gênero observadas no país. Essa desigualdade está presente também em muitos outros lugares do mundo.
Os avanços tecnológicos, a industrialização, as mudanças políticas, não foram suficientes para erradicar o abismo existente entre os sexos. As mulheres constituem a maioria das pessoas empobrecidas, sendo consequentemente a maioria das pessoas famintas da terra, estando mais expostas a doenças e epidemias. As mulheres têm menos acesso ao direito à terra e ao crédito. No campo da educação, a maioria das pessoas não alfabetizadas do mundo são mulheres. O mercado formal de trabalho é menos permeável à presença feminina do que à masculina, obrigando as mulheres a se submeterem a subempregos e a salários inferiores aos dos homens. A violência doméstica acomete majoritariamente meninas e mulheres adultas, e o feminicídio é realidade no mundo todo. Também são as mulheres as que estão mais expostas ao assédio e a abusos sexuais. Anualmente milhões de mulheres de distintas idades são traficadas e submetidas ao trabalho escravo e à prostituição. Menos de 20% das mulheres do mundo são legisladoras, e isso tem implicações diretas sobre a afirmação e garantia de seus direitos.
Todos os dados acima apresentados podem ser ainda mais problematizados se considerarmos também o dado da raça/etnia, da regionalidade, da idade e muitos outros. Existe uma explícita articulação e integração das diferentes formas de dominação. As desigualdades de gênero estão articuladas com as desigualdades de classe, de raça/etnia, de idade e assim por diante. No Brasil, por exemplo, uma mulher negra ou indígena, pobre e idosa, tem menos probabilidade de acessar direitos básicos se comparada a uma mulher jovem, branca, de classes mais favorecidas. Isso significa que há mulheres que estão em condições ainda mais marginais do que outras, e essa situação precisa ser denunciada e combatida.
A condição de subumanidade e opressão das mulheres foi denunciada e repudiada por Jesus, que anunciou a sua humanidade plena. É o que podemos ler em nosso texto de referência, que trata de Maria e Isabel, mas que também pode ser visto em Lc 13,10-17, quando o mestre curou a mulher encurvada; ou em Jo 4, 6-30, quando conversou longamente com a mulher samaritana; ou em Mt 9,20-22, quando curou a mulher que vivia há anos com hemorragia; ou então em Lucas Lc 7,11-17, quando devolveu à vida o filho da viúva da cidade de Naim.
Essas e tantas outras passagens dos Evangelhos indicam o empenho de Jesus na luta contra a opressão das mulheres. Mais do que a cura física, Jesus devolveu a elas a humanidade e a dignidade. De sua parte, as mulheres não ficaram paradas. Elas inquiriram o mestre. Elas o tocaram. Elas confrontaram os padrões sociais estabelecidos. Elas se autorreconheceram como humanas, como sujeitos de direitos, como imagem e semelhança de Deus.
Diante de tudo isso, perguntamos: em que medida a Igreja tem denunciado a negação dos direitos das mulheres? De que forma a Igreja tem contribuído para afirmar a sujeiticidade feminina? É preciso que a Igreja seja um espaço de denúncia do mal, bem como um espaço de solidariedade, de cumplicidade, de reconhecimento dos direitos das mulheres e de empoderamento.
Assim como a intervenção de Deus nas vidas de Isabel e Maria libertou-as da opressão patriarcal de sua época, outras mulheres podem ser empoderadas para sair da marginalidade. Há muitas mulheres na expectativa da visita libertadora de Deus, e é missão da Igreja anunciar a boa nova da sua salvação.
Valeria Trigueiro Adinolfi
Olá!
O texto acima – excelente, por sinal – não é de minha autoria, e sim de Sandra Duarte de Souza.
Att
Valeria Trigueiro Adinolfi
elsie
Obrigada Valéria eu já alterei em nosso blog.
Rafael de Jesus Lacerda
ola Irmas, boa tarde.
O motivo que me conduziu ate esta pagina, foi por procurar uma resposta ,e ao mesmo, uma orientaçao biblica para esse tema tanto em evidencia nas Igrejas , e na midia.
Ao ler o texto em questao, pude perceber que , na verdade , oque fez a autora ,foi fazer varias citaçoes ; digo de antemao, bem sucedidas, a respeito de ulgumas das grandes mulheres , num universo tao vasto da Biblia Sagrada .
Oque ,com toda humildade gostaria de sugerir; e que , ampliando um pouquinho nossa visao, incluirmos tambem , alguns outros pontos , tais como: qual a fonte deste movimento, sua fundamentaçao, visao geral e objetivos. Desde ja , gostaria de deixar para vossa analize:Pv- 31/ 2Ts-2;7-17.site(portuguese.weprinciples.org/ 2017womens/empowerment. Abraços, a Paz.
elsie
Oi Rafael, tudo bem?
Agradecemos o seu carinho conosco. iremos analisar com carinho a sua sugestão.
Que Deus te abençoe!