Bebês do Reino de Deus 3
Quando Herodes percebeu que havia sido enganado pelos magos, ficou furioso e ordenou que matassem todos os meninos de dois anos para baixo, em Belém e nas proximidades, de acordo com a informação que havia obtido dos magos (Mt 2.16).
A história do nascimento de Jesus é bem conhecida, festejada, cantada. Porém, aqui o foco da meditação será a chacina de bebês em Belém que foram mortos, porque não conseguiram fugir de Herodes.
Herodes era muito poderoso, mas mesmo assim temeu que outro rei pudesse vir a usurpar seu trono e não exitou em matar inocentes. Diz a Bíblia, que os magos chegaram a Herodes, e este lhes disse: “vão informar-se com exatidão sobre o menino. Logo que o encontrarem, avisem-me, para que também eu vá adorá-lo” (Mt. 2.8). Na verdade, Herodes não queria adorar o menino, mas matá-lo. Toda vez que alguém tenta assassinar Deus, morre antes (Mt 2.19).
Através de sonhos Deus avisou os magos a não voltarem a Herodes, isto mostrou a providência de Deus para proteger o bebê Jesus. Por meio do anjo, José e Maria também foram orientados para fugir e proteger o bebê. Jesus foi salvo da morte, no início de sua vida.
Os magos ouviram a voz e Deus e obedeceram. Isso nos mostra que Deus usa quem quer para ajudar os pequenos, e muitas vezes pessoas as quais nem esperamos! Deus nos surpreende! Deus não discrimina ninguém, não vê como nós humanos pecadores vemos, Deus é maravilhosamente poderoso para usar quem ele quer, para fazer o que ele quer!
As perguntas que surgem, em decorrência destes versículos giram em torno dos bebês que não foram salvos: porque Deus permitiu que bebês inocentes morressem por causa do orgulho e maldade de Herodes? Porque o anjo não avisou os outros pais para também fugirem com seus bebês, como fez com Jesus? Porque Deus permite que tantas coisas horríveis aconteçam com os bebês?
Poderíamos ficar felizes pelo fato do bebê Jesus ter sido salvo; mas, e os que morreram? E os pais que ficaram sem seus queridos? São muitas perguntas, e provavelmente não temos nem ideia do que seriam as respostas de Deus para elas. Achamos que o que faziam no passado era injusto. Mas, e hoje, como e porque tantos bebês continuam sendo mortos injustamente, sem terem chance de se defender? O aborto é uma destas formas de matar inocentes.
Se pensarmos na responsabilidade que os pais tem sobre seus filhos, nos reportaríamos a fuga de Maria e José com o bebê Jesus, para o Egito a fim de salvá-lo. Muitos pais, hoje, também correm riscos, e fazem esforços para salvar seus filhos. Outros pais, contrariamente, praticam aborto e outros tipos de violência contra seus bebês, coisas que não conseguimos nem entender, nem aceitar tamanhas atrocidades.
No relato bíblico, bebês foram mortos para saciar o ódio de Herodes. Famílias ficaram enlutadas, houve pranto, indignação, perplexidade. Hoje, parece que nos acostumamos com o mal praticado contra bebês; não comove mais ouvir que crianças foram mortas injustamente; tantos casos de aborto ficam nas estatísticas, e não pouco mudam o comportamento dos pais e líderes para agirem em defesa dos bebês.
Herodes era um líder: e o que esperamos dos nossos líderes? Não é que trabalhem a favor da vida, do respeito, da dignidade, do bem de toda população? Esperamos que as pessoas que tem grande influência usarão seu ‘poder’ para favorecer o povo. O problema é, quando querem continuar com o ‘poder’ independente do que acontecer com o povo.
A ordem de Herodes calou para sempre a voz e o choro de muitos bebês. A mesma ordem fez iniciar o choro de muitos familiares, que ergueram sua voz pelo que tinham sofrido. Luto.
Ao analisar este pedacinho da história do nascimento de Jesus, o bebê que veio trazer a vida; que nasceu protegido, e que sobreviveu em meio a muita morte, já desde o início, podemos pensar um pouco sobre a responsabilidade que os líderes, depois dos pais, tem sobre os bebês. As decisões tomadas pelos adultos é que vão decidir se eles vão viver ou morrer. A reflexão cai sobre dois poderes: de um lado os pais, e de outro o Estado. Se os pais rejeitam as crianças e o Estado não cumpre seu dever, o que lhes resta?
Herodes representa o uso do poder para matar. Os magos usaram sua sabedoria para adorar. José e Maria são os pais que fazem de tudo por seus filhos. Os soldados são os que executam as leis, mesmo que não concordem com elas. Os bebês representam a vida interrompida, a injustiça, o limite entre a maldade e o orgulho de um líder.
A partir destas reflexões, podemos concluir que precisamos unir forças para conseguir defender a vida de milhares de bebês. Aborto é assassinato. Precisamos orientar os pais em como proteger seus filhos de leis que os prejudicam; ajudar a fazer políticas públicas que cuidem e preservem a vida dos bebês; e, se chegar ao ponto de a vida deles correr riscos, é necessário fugir, para os salvar. Outra forma de ajudar, é cobrar das autoridades providências contra os que cometem maldades. E, se for para defender a vida, talvez precisaremos ir até as últimas consequências, para que a vida não seja interrompida!
Que deixemos Deus atuar em nossos corações, derretendo a comodidade, a frieza e a falta de amor com que algumas vezes estamos empregnados. Como tratamos a causa dos bebês indefesos? Porque não conseguimos agir mais, mesmo em meio a tanta modernidade, tecnologia e evolução do pensamento humano? Porque a tragédia apenas nos causa tristeza, mas não faz com que tomemos atitudes para mudar as coisas, e impedir que novos “lutos” aconteçam?
Sejamos pais que lutem pela vida de seus filhos; sejamos pessoas sábias que tomem atitudes em favor dos outros; sejamos líderes que usem seu poder de influência em defesa da vida; sejamos agradecidos pelo dom da vida, pelo nascimento de Jesus para que nós também pudéssemos nascer de novo!
Questões para reflexão:
- Como a Igreja pode defender as crianças de futuras chacinas?
- O que os pais podem fazer para defender suas crianças de uma cosmovisão pagã?
- O que seria “ir até as últimas consequências” para salvar uma vida?
Quero terminar esta reflexão com as palavras do profeta Jeremias 31.16-17:
Assim diz o Senhor: “Contenha o seu choro e as suas lágrimas, pois o seu sofrimento será recompensado”, declara o Senhor. “Eles voltarão da terra do inimigo. Por isso há esperança para o seu futuro”, declara o Senhor. “Seus filhos voltarão para sua pátria”.
Feliz e abençoado Natal a todos.
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Vanderlei Schach, é casado com Aline e tem dois filhos: Daniel (9 anos) e Samuel (7 anos). Fez mestrado em Novo Testamento e doutorado em Teologia Prática, é também pesquisador de crianças em situação de vulnerabilidade social e afetiva, pastor e professor na Faculdade Batista Pioneira de Ijuí – RS. Vanderlei e Aline ministram capacitações para pais e líderes de ministério infantil.
Anja Schach
mach weiter so Herr Dr. Vanderlei
Vanderlei Alberto Schach
Já, já.
Gruss aus Brasilien von füller Kinder.