O que fazer quando tudo está fora do lugar? (4)
“Alegrem-se sempre.” 1 Tessalonicenses 5.16
São vários os verbos no português que indicam o ato de ter prazer em algo: saboreie a comida, aproveite o sol, aproveite a vida, desfrute sua aposentadoria, aprecie esta fotografia, divirta-se na festa, curta a sua netinha. Em inglês há uma palavra que reúne todos estes significados: ENJOY. En no latim significa “fazer”, e joy vem do francês arcaico e significa “alegria”. Ficar alegre com alguém ou alguma coisa parece uma atitude um tanto passiva, que depende mais da circunstância do que de uma decisão. O que eu gosto no verbo ENJOY é que ele é ativo. Eu determino, faço a partir da minha vontade, com que eu tenha prazer em algo, alguém, alguma coisa.
Com certeza, isto é mais fácil de falar do que praticar. Até aqui, nenhuma novidade! Mas de vez em quando estas lições, já lidas e relidas em passagens bíblicas ficam mais evidentes para nós.
Tenho convivido nestes dias com dois polos opostos no que diz respeito ao ato de curtir, de ter prazer. Por um lado, percebo nos meus filhos, a determinação de não perder uma só oportunidade de ter prazer, de desfrutar, de se divertir, de se alegrar. Eles estão longe dos amigos, longe do lar que eles conheceram desde o nascimento, temerosos quanto ao que virá pela frente nas próximas semanas — escola nova, novas regras, expectativas desconhecidas e que geram ansiedade. No entanto, reagem a tudo com criatividade e com uma capacidade incrível de gerar e extrair prazer de tudo à sua volta.
Neste momento resolveram transformar alguns balões, sobras do aniversário de 81 anos da avó, em bebês. Desenharam rostos nos balões, criaram um berço com uma caixa de papelão, e lá estão eles, curtindo suas próprias invenções.
Mais cedo, fizemos um passeio de bicicleta. Eles insistiram que o passeio teria de se transformar em um evento com lençol para a grama, e comida sobre o lençol, como um piquenique, muito embora a comida que acharam na casa foi sementes de girassol e uva passa! Deitamos no lençol, brincamos de contar histórias, e eu, no meu interior me diverti ao ver a plaquinha não muito longe no nosso piquenique instruindo os moradores a pegar o cocô de seus cachorros e depositar na lata do lixo anexada à placa!
No outro polo, vejo minha sogra octogenária perdendo a capacidade de desfrutar das coisas boas da vida. E pior, percebo esta tendência em mim! Quando me comparo aos meus filhos, vejo que preciso voltar a “ser criança” se quiser longevidade. Com tudo fora do lugar, algumas coisas importantes estão voltando para o seu devido lugar, com a ajuda dos pequeninos na minha vida!
“Alegrem-se sempre”, disse o apóstolo Paulo. Foi uma ordem, não um desejo ou uma esperança.
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*Elsie escreve dos Estados Unidos onde morará nos próximos meses para dar uma atenção especial à sogra que está com vários problemas de saúde. Elsie e James Gilbert são missionários da missão Equip Inc e trabalham no Brasil desde 1998.
Ali Worrall
Pra nos Dona Elsie…
Ser criança…
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