Nossos governantes e a primeira infância
Enquanto muitos de nós evangélicos pedimos orações uns aos outros pela nossa nação, eu me pergunto o que esta menina pediria nas suas súplicas:
A julgar pelas crianças que participaram do Mutirão Mundial de Oração pelas Crianças Socialmente Vulneráveis, ela pediria a bênção do Senhor sobre sua família. A maioria dos pedidos das crianças têm como referência a sua situação familiar. E a maioria dos projetos sociais cristãos procura justamente aliviar a carga de um número crescente de famílias em pobreza extrema, sujeitas a situações de moradia desumanas, submetidas ao descaso das nossas autoridades de maneira aviltante.
A Rede Nacional da Primeira Infância quer que nós eleitores tenhamos consciência da boa vontade de nossos candidatos à presidência a aos cargos de governador no tocante às políticas públicas que nos ajudem a apoiar as famílias empobrecidas e mais vulneráveis do país.
Para tanto, pediram a todos os candidatos que assinassem uma carta de boas intenções em relação às criancinhas de 0 a 6 anos.
Veja a carta em sua íntegra e as informações sobre os candidatos que a assinaram no final desta postagem.
A seguir o texto da Karina Lira, especialista na proteção da criança que atua na Visão Mundial, sobre uma das dimensões abordadas pela carta:
Criança é Prioridade 2018!
Essa campanha é uma iniciativa da Rede Nacional Primeira Infância (RNPI) para convocar nestas eleições candidatas e candidatos à presidência da República e aos governos estaduais para que assumam um compromisso público pelos direitos das crianças na primeira infância.
O objetivo é fazer com que esses direitos saiam do papel – e tornem-se realidade na vida das crianças e famílias brasileiras, por meio de políticas públicas integradas e intersetoriais. Para atingir este objetivo, a vontade política e o compromisso dos futuros governantes é fundamental.
No direito à Saúde
Empenhar-se efetivamente para acabar com as reduções de recursos na área da saúde decorrentes do congelamento dos gastos sociais determinado pela EC 95/2016 e que vêm sendo associado ao aumento dos índices de mortalidade infantil que se verifica atualmente no País.
Frente a crise econômica o governo decidiu assumir uma política de austeridade que a partir da emenda constitucional 95/2016 congelou o teto de gastos públicos com o Sistema Único de Saúde, já então subfinanciado.
Dados do IBGE da PNAD contínua 2016 também revelaram aumento da pobreza extrema no país, entre 2014 e 2016 o aumento desse contingente foi de 93%, passando de 5,1 milhões para 10 milhões de pessoas.
Recentemente fomos tomados por notícias sobre saúde pública que fazia tempo não nos deparávamos com elas. A taxa de mortalidade infantil volta a crescer depois de 26 anos, afirmam os especialistas da Associação Brasileira de Saúde Coletiva- ABRASCO .
Referem ainda que a mortalidade materna está sofrendo os mesmos efeitos dos fatores associados ao aumento da mortalidade infantil, o país está passando ainda pela queda de coberturas de imunização e riscos para ressurgimento de doenças consideradas do passado como a poliomielite. O avanço desse cenário é preocupante não só para as crianças, mas para a sociedade quanto um todo. O compromisso em recuar sobre essa decisão da EC 95/2016 é fundamental para qualquer candidato ou candidata que tem a saúde como prioridade.
Minha oração é para que as crianças do Brasil possam dar graças pelo alimento recebido de forma suficiente e constante. Que os ladrões de suas merendas escolares sejam punidos, que elas não tenham que ficar órfãs porque suas mães morreram no parto, que não sofram a angústia e dor relativas a doenças que poderiam ter sido evitadas. Eu estou pedindo muito? Pois eu acho que o meu desejo está alinhado como o coração de Deus pelas crianças!
Mortalidade materno-infantil em alta!