Natal em Família 1
Recentemente descobri um diário escrito por mim mesma quando tinha 11 anos. Minha filha Victoria está com 11 anos. Achei então oportuno presenteá-la com o meu antigo diário. Ela por sua vez, declarou que vai escrever nele e que quando sua filha completar 11 anos, também passará para ela o diário com os escritos da mãe e da avó (eu!).
Imagino que seja assim que as tradições familiares se iniciam. E quantos de nós se sentem pobres neste aspecto! Sinto que minha família pode melhorar bastante quando o assunto é tradição. E isto se dá devido ao fato que optamos quando nos casamos por começar tudo de novo, quebrar paradigmas, criar novas regras. Há grandes vantagens em se começar algo novo, mas há perdas também.
No aniversário de 80 anos da minha sogra, em agosto deste ano, meu marido desenterrou uma fita VHS dos guardados de sua mãe e assim assistimos em uma única noite, filmagens dos natais de sua família começando em 1946 indo até 1976. Estas filmagens foram feitas em filmes de 8 mm e depois regravadas para o VHS. Meus filhos, sentados na sala, com sua avó, viram os avós dela! Viram a avó ainda jovem, ela com seu noivo, depois marido. Viram seu pai ali, um cinquentão, e na tela um recém-nascido, em seu primeiro natal. Aquele cinema mudo nos transportou para um tempo que não existe mais de forma impactante.
De tudo, o que mais me impressionou, foi a regularidade do ritual familiar. Os anos foram se passando, mas a forma de celebrar o natal não mudou. E isto, eu posso dizer com certeza, não é a prática da minha família que tem como característica o multiculturalismo e a ausência de rituais.
Resolvi então compartilhar meu natal este ano. Quem sabe assim eu formalizo aqui minha vontade de transformar esta celebração em algo digno de ser relembrado pelos meus netos, bisnetos e tataranetos!
Considerem os próximos 10 dias como uma recaída ao meu antigo desejo de manter um diário… até amanhã!