Dia 2 – Lego, Lausanne e as relações intergeracionais: brincadeira de criança?
O brinquedo dispôs todos a um processo extraordinário de colaboração e identificação das fortalezas e fraquezas
Por Gabriel Neres
#LGC23 #JornadaLausanne4
O mundialmente conhecido brinquedo de montar da Lego numa conferência de Lausanne? O que Billy Graham, um dos idealizadores do movimento, acharia disso? Provavelmente extraordinário!
A diversão começou muito antes das peças do brinquedo serem distribuídas aos grupos de trabalho. Nas primeiras horas da manhã, Lindsay Olesberg, uma das organizadoras do evento e integrante do YLGen (Geração de Líderes Jovens de Lausanne), convidou os grupos para realizarem, de modo coletivo e colaborativo, a exegese de Atos 7 a 9.
Que experiência! Pessoas de diversas idades, diversas nacionalidades, diversos contexto lidando com um excerto bíblico tão precioso. Todos juntos tentando conectar as partes mais significativas, as palavras-chave, os aspectos geográficos e os traços de personalidade dos personagens citados na passagem. Um verdadeiro quebra-cabeça resolvido a muitas mãos, gerações (5 no total) e nações (41, precisamente).
No final da sessão, o quebra-cabeça de palavras deu lugar ao quebra-cabeça de peças. Lindsay entregou uma caixa de Lego para cada mesa e desafiou os participantes a montarem o brinquedo no menor tempo possível. Assim que o comando de início foi dado, as posições se estabeleceram naturalmente, alguns assumiram a construção, outros a análise do manual e outros a aferição de cada etapa do processo. O pequeno brinquedo dispôs todos a um processo extraordinário de colaboração e identificação das fortalezas e fraquezas.
No final da atividade, todos obtiveram êxito na construção do pequeno brinquedo. O empenho de tempo foi diferente para cada grupo, alguns terminaram mais rápido do que outros, mas, ao final da manhã, todos concluíram o desafio.
A montagem das palavras e das peças do Lego edificou profundamente os participantes do encontro Conversas de Gerações de Lausanne (LGC23). Ficou clara a importância das amizades intergeracionais e como elas são fundamentais para a expansão do Reino de Deus. Elas devem ser desenvolvidas de modo leve e significativo, com o frescor de uma brincadeira de criança e com a seriedade de quem tem em mente o chamado de Deus. Amizades intergeracionais proporcionam crescimento e vitalidade. Nesses relacionamentos, os espaços de confiança são construídos, as dificuldades dos mais jovens tornam-se campo de atuação missionária dos mais velhos, assim como as dificuldades dos mais velhos tornam-se campo de atuação missionária dos mais jovens.
Ninguém melhor do que Ramez Atallah, histórico colaborador do Movimento de Lausanne e um dos organizadores do LGC23, para conduzir a última sessão do segundo dia (dia 01/06). Em seus termos, no Lausanne 1 ele “foi convidado por ser jovem demais e no LGC23 foi convidado por ser velho demais”. Sua vida expressa a identidade intergeracional do Movimento de Lausanne.
Ramez Atallah encerrou a sessão falando sobre Liderança Colaborativa: o caráter sacrificial exercido na liderança de Jesus foi elemento central de sua fala e a essência do desafio feito ao grupo.
Talvez você não tenha um brinquedo de Lego diante dos seus olhos, mas com certeza tem uma diversidade de gerações no seu entorno. O desafio de estabelecer conexões intergeracionais é premente e necessário. Sinta-se desafiado a começar a gerar ou ampliar seus relacionamentos intergeracionais, pois eles resultarão em eficaz expansão do Reino de Deus na Terra.
- Gabriel Neres é casado com Suzy e pai do Benjamin e do Vincent. Fez bacharelado e licenciatura em história pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), mestrado em filosofia pela mesma instituição e cursou Master of Arts in Biblical Leadership no Seminário Teológico Servo de Cristo. Atua como professor de história e coordenador nacional de Projeto de Vida no Colégio Presbiteriano Mackenzie. É pastor do ministério de adolescentes da Igreja Batista do Morumbi.
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