Declaração de Lausanne sobre nossa Interação com Muçulmanos
A reunião de líderes cristãos de todo o mundo no 3º Congresso de Lausanne na Cidade do Cabo em dezembro de 2010 produziu o Compromisso da Cidade do Cabo. Como base para o envolvimento dos cristãos com o islamismo e os muçulmanos, o Movimento de Lausanne afirma a seção 2C em sua inteireza e chama a atenção para o seguinte na Seção 1:
(a) Nós nos comprometemos a ser escrupulosamente éticos em nossa evangelização. Nosso testemunho deve ser marcado por “mansidão e respeito, conservando boa consciência” (1Pe 3.15-16). Por isso, rejeitamos qualquer forma de testemunho que seja coercivo, antiético, enganoso ou desrespeitoso.
(b) Em nome do Deus de amor, nós nos arrependemos por não procurar criar laços de amizade com pessoas de outras formações religiosas. No espírito de Jesus, tomaremos a iniciativa de demonstrar amor, boa vontade e hospitalidade para com eles.
(c) Em nome do Deus da verdade, nós (i) nos recusamos a promover mentiras e caricaturas de outras religiões e (ii) denunciamos o preconceito, o ódio e o medo racista incitados na mídia popular e na retórica política e resistimos a eles.
(d) Em nome do Deus da paz, rejeitamos o caminho da violência e da vingança em todas as nossas relações com pessoas de outras crenças, mesmo quando atacados com violência.
À luz dos compromissos acima, o Movimento de Lausanne adota e recomenda o seguinte como DECLARAÇÃO DE LAUSANNE SOBRE NOSSA INTERAÇÃO COM MUÇULMANOS. Confiamos que, tendo uma visão mais clara do que envolve a missão cristã no mundo do islã e respondendo a propostas realistas para concretizar essa visão, os cristãos serão desafiados e estimulados a desenvolverem um meio de promover esses pontos de ação em seu país e região e serem enriquecidos e apoiados pelo trabalho com cristãos em outras partes do mundo.
1. FUNDAMENTOS BÍBLICOS E TEOLÓGICOS PARA O RELACIONAMENTO DE CRISTÃOS COM OS MUÇULMANOS E O ISLAMISMO
Os muçulmanos e o islamismo apresentam desafios para os cristãos e o cristianismo, e é preciso refletir isso na maneira de articularmos nosso entendimento da missão cristã hoje. Estamos lidando com uma religião que historicamente surgiu seis séculos depois de Cristo e que absorveu muito tanto do judaísmo como do cristianismo e se define tanto em continuidade como em descontinuidade com essas religiões. Nosso ponto de partida, por conseguinte, deve ser a apreciação de todo o terreno comum entre as crenças cristãs e muçulmanas e, ao mesmo tempo, compreender o significado das diferenças em nossa maneira de pensar em Deus e procurar lhe prestar serviço.
– Muçulmanos e cristãos acreditam na unicidade ou unidade de Deus, embora divirjam no entendimento do significado disso. Os cristãos afirmam a unicidade de Deus, já que “O Senhor, o nosso Deus, é o único Senhor” (Dt 6.4), mas têm um entendimento trinitário da unicidade. É isso que nos permite declarar que “Deus é amor” (1Jo 4.16); isso deve significar que ele é amor em sua natureza eterna, sempre houve um relacionamento de amor entre Pai, Filho e Espírito Santo dentro da deidade. Por amor, ele criou a humanidade à sua imagem e semelhança (Gn 1.26-27) e, em resposta à sua rebelião contra ele, deu andamento a seu plano de salvação para reconquistar seu amor: “Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito” (Jo 3.16). Seguidores de Jesus consideram-se envolvidos nos propósitos do amor divino ao mundo porque, depois de ressuscitar, ele comissionou seus seguidores dizendo: “Assim como o Pai me enviou, eu os envio” (Jo 20.21). O que o cristão entende por missão está, portanto, profundamente arraigado em nosso entendimento do caráter de Deus como um Deus de amor.
– Como cristãos, vemos os muçulmanos como seres humanos como nós, em meio a quem Jesus, a Palavra eterna, está agindo como “ a verdadeira luz, que ilumina todos os homens” (Jo 1.9). Também consideramos os muçulmanos nosso próximo a quem somos chamados a amar, já que o segundo dos grandes mandamentos no ensino de Jesus nos diz: “Ame o seu próximo como a si mesmo” (Mt 22.39). Amar os muçulmanos como nosso próximo deve incluir a construção de relacionamentos genuínos baseados em respeito, compreensão e abertura para com eles, bem como trabalhar por justiça social e pelo bem comum em todas as diferentes sociedades em que vivemos ao lado deles como cidadãos. Ensinamos os cristãos a seguirem a Regra Áurea (Mt 7.12), tratando os de outras comunidades como eles mesmos gostariam de ser tratados.
– Temos muita consciência das maneiras pelas quais os muçulmanos têm questionado as crenças cristãs, muitas das quais giram em torno da autenticidade das Escrituras e de nosso entendimento da verdadeira pessoa de Jesus. Queremos responder as perguntas e objeções deles no espírito do apóstolo Pedro que escreveu: “Estejam sempre preparados para responder a qualquer pessoa que pedir a razão da esperança que há em vocês. Contudo, façam isso com mansidão e respeito” (1Pe 3.15). Entendemos que as Escrituras são a Palavra de Deus inspirada que vem a nós nos escritos e por meio dos escritos de seres humanos que foram guiados pelo Espírito Santo: “… pois jamais a profecia teve origem na vontade humana, mas homens falaram da parte de Deus, impelidos pelo Espírito Santo” (2Pe 1.21). Nós, assim como os muçulmanos, consideramos Jesus um profeta (Lc 24.19), mas muito mais que profeta – como a Palavra de Deus eterna que, tornando-se homem, deu-nos a mais clara e completa revelação possível da natureza e do caráter de Deus. “… A Palavra … estava com Deus e era Deus … Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós … Ninguém jamais viu a Deus, mas o Deus Unigênito, que está junto do Pai, o tornou conhecido” (Jo 1.1, 14, 18). “O Filho é o resplendor da glória de Deus e a expressão exata do seu ser, sustentando todas as coisas por sua palavra poderosa. Depois de ter realizado a purificação dos pecados, ele se assentou à direita da Majestade nas alturas” (Hb 1.3).
– Sendo isso o que cremos acerca de Jesus, queremos testificar dele. Assim como ouvimos os muçulmanos explicando suas crenças acerca de Jesus, queremos apresentá-lo por meio de nossa vida e palavras, conforme as Escrituras o revelam e nós experimentamos. Testificamos de Jesus em resposta à sua ordem na Grande Comissão (“Vão e façam discípulos de todas as nações…” Mt 28.19), mas também queremos compartilhar com os outros o que é precioso para nós. Nossa motivação, portanto, é que “o amor de Cristo nos constrange…” (2Co 5.14). Nas palavras dos primeiros apóstolos, “não podemos deixar de falar do que vimos e ouvimos” (At 4.20). Queremos que os muçulmanos tenham oportunidade de conhecer Deus conforme acreditamos que ele se revelou em Cristo.
– Embora cristãos e muçulmanos concordem que Deus é misericordioso e perdoador, diferimos em nosso entendimento de como o perdão divino é demonstrado e comunicado. Para os cristãos, a suprema demonstração do amor e do perdão de Deus é vista na encarnação da Palavra eterna, Jesus, sua fidelidade e vida abnegada, sua morte na cruz e sua ressurreição. “Deus em Cristo estava reconciliando consigo o mundo, não levando em conta os pecados dos homens…” (2Co 5.19). “Deus demonstra seu amor por nós: Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores” (Rm 5.8). É por causa da singularidade de Jesus e daquilo que ele realizou que o apóstolo Pedro pode afirmar: “Não há salvação em nenhum outro, pois, debaixo do céu não há nenhum outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos” (At 4.12).
– Nas relações entre cristãos e muçulmanos, boa parte costuma depender do equilíbrio de poder em contextos específicos. Embora cerca de um terço de todos os muçulmanos viva em situações em que é minoria, em muitos países de maioria muçulmana os cristãos formam uma comunidade minoritária. Se, em geral, os muçulmanos têm ideias variadas acerca do relacionamento ideal entre religião e Estado, os cristãos são mais cautelosos no que diz respeito a juntar a autoridade de Deus à de César. Apesar de não querermos recriar a cristandade, as Escrituras nos dão uma visão de uma sociedade pacífica e justa em que os valores do reino de Deus são preservados e honrados para benefício de todos.
– Em todas as nossas relações com os muçulmanos, nossa responsabilidade é amá-los como nosso próximo e testificar de Jesus conforme o entendemos e experimentamos. Acreditamos que cabe ao Espírito Santo agir no coração das pessoas para que abram a vida, atendendo ao Deus que se revela e ao seu amor em Jesus (Mt 16.17; 1Co 12.3). Na prática do testemunho cristão não pode haver espaço para nenhum tipo de indução, pressão ou compulsão para persuadir as pessoas a crerem. O resultado de nossa missão está inteiramente nas mãos de Deus. Ele conhece os segredos de todos os nossos corações e de todos os povos – muçulmanos, cristãos e outros – que se colocarão diante dele no Dia do Julgamento.
– Conscientes do fato de que o testemunho cristão é realizado num mundo dividido e despedaçado, somos chamados a assumir o ministério de reconciliação como pilar chave de nosso testemunho. Nas palavras do apóstolo Paulo, “Tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação” (2Co 5.18). O ensino de Paulo a respeito do mundo despedaçado é instrutivo: “Alegrem-se na esperança, sejam pacientes na tribulação, perseverem na oração … Abençoem aqueles que os perseguem; abençoem-nos, não os amaldiçoem … Façam todo o possível para viver em paz com todos. Amados, nunca procurem vingar-se, mas deixem com Deus a ira, pois está escrito: ‘Minha é a vingança; eu retribuirei’ … Não se deixem vencer pelo mal, mas vençam o mal com o bem” (Rm 12.9-21).
2. PRINCIPAIS PRIORIDADES PARA OS PRÓXIMOS ANOS NO RELACIONAMENTO DOS CRISTÃOS COM OS MUÇULMANOS E O ISLAMISMO
Somos gratos a Deus pelo testemunho ininterrupto da Igreja por meio da vida e das palavras ao longo dos catorze séculos desde o surgimento do Islã. Dando prosseguimento a esse testemunho vivo, encorajamos toda a igreja, onde quer que ela esteja no mundo, a continuar se empenhando na missão cristã aos muçulmanos. Cremos que essas são as principais prioridades em que precisamos nos concentrar no momento presente. Todas as nossas atividades nessas áreas precisam ser sustentadas por persistente oração:
– Motivar e mobilizar igrejas
Cada igreja, seja uma comunidade, seja uma denominação, em todo o mundo precisa encontrar meios para que os cristãos atentem para os desafios do Islã e para as oportunidades de testemunho aos muçulmanos. Em lugares em que são impedidos pelo medo, os cristãos precisam ser encorajados a construir relacionamentos genuínos e naturais com seus vizinhos muçulmanos, praticando a hospitalidade e assumindo iniciativas ousadas. Onde são impedidos pela ignorância, precisam aprender mais acerca dos muçulmanos e do islamismo, para explorarem, sustentados por muita oração, algumas das novas oportunidades que se têm aberto para comunicação do evangelho em anos recentes. Onde são impedidos por preconceitos, precisam ser lembrados de como Jesus capacitou seus discípulos a vencer seus preconceitos raciais e religiosos.
– Demonstrar pertencimento ao Corpo de Cristo
Há dois desafios específicos apresentados pelo número crescente de muçulmanos em muitas partes do mundo que se têm tornado seguidores de Jesus em anos recentes. Primeiro, os cristãos em igrejas já existentes precisam compreender as dificuldades enfrentadas por esses novos crentes e fazer de tudo para ajudá-los a descobrir a própria identidade dentro do Corpo de Cristo. Segundo, é importante apreciar a variedade e complexidade dos contextos em que os muçulmanos estão se convertendo. É, portanto, vital que recebam liberdade e responsabilidade para encontrarem as maneiras mais adequadas de expressarem o compromisso com Jesus dentro do contexto deles.
– Reconhecer a importância das questões sociais e políticas
Desde 1974, o Pacto de Lausanne tem encorajado os cristãos a encararem com seriedade as questões sociais e políticas. Cremos que há razões especiais pelas quais precisamos levar isso a sério em nosso relacionamento com os muçulmanos. Na maior parte das situações em que cristãos e muçulmanos vivem lado a lado, há questões sociais e políticas que afetam ambas as comunidades. Certas reações cristãs a algumas delas têm criado uma grande pedra de tropeço na mente dos muçulmanos, tornando-os, com frequência, resistentes ao Evangelho. Os cristãos precisam estar dispostos a dar ouvidos às percepções que os muçulmanos têm dessas questões e saber como tratar com os muçulmanos ao se relacionarem com eles. Uma dessas questões é o conflito israelo-palestino. Convocamos a igreja global para devotar mais tempo e energia na busca de meios para resolver essa questão de tal maneira que se promovam a justiça e a reconciliação e discutam as questões bíblicas e teológicas profundas.
– Trabalhar por justiça e reconciliação
Com frequência, os cristãos levantam a voz em questões de liberdade religiosa, chamando a atenção para a discriminação e perseguição que os cristãos sofrem em muitos países de maioria muçulmana. Eles também se preocupam profundamente com o tratamento rude que os muçulmanos recebem em muitas situações quando querem mudar de religião. Esse tipo de advocacia deve ser exercido com vigor à luz do Artigo 18 da Declaração dos Direitos Humanos da ONU, que afirma os direitos humanos fundamentais de “praticar, propagar e mudar de religião”. Ao mesmo tempo, os cristãos precisam ser insistentes na defesa dos direitos dos muçulmanos e de quaisquer minorias que sofrem discriminação e perseguição, mesmo quando isso ocorre nas mãos de governos muçulmanos. Há também uma série de situações em diferentes partes do mundo em que cristãos e muçulmanos podem trabalhar juntos por uma sociedade justa. Assuntos como meio ambiente e comércio internacional geram discussões acerca da justiça que interessam a pessoas de todas as crenças, inclusive cristãos e muçulmanos.
– Discernir questões éticas na missão e no discipulado
Como os cristãos podem desenvolver práticas missionárias holísticas sem agendas ocultas? Como ajudar os interessados a refletir sobre problemas éticos sensíveis (e.g. família e cultura) sem lhes impor valores culturais estrangeiros? Críticas por parte dos muçulmanos e do mundo secular contra o modo de algumas obras humanitárias serem usadas por cristãos para induzir à conversão devem ser examinadas com cuidado, tornando-nos muito mais atentos a questões morais envolvidas no nosso jeito de cumprirmos nossa missão. Nesse ministério precisamos ouvir e compreender as perspectivas islâmicas, de modo que nossos relacionamentos com a comunidade muçulmana possam não só ser baseados em princípios bíblicos, como também ser culturalmente apropriados e contextualmente relevantes. Esperamos que os muçulmanos também estejam dispostos a tomar a mesma atitude autocrítica com respeito à sua prática de assistência, desenvolvimento e da‘wa.
– Encorajar reflexão bíblica e teológica mais profunda
Embora muitos dos dilemas que os cristãos enfrentam em missões não sejam diferentes dos que encontravam no passado, os contextos em que os enfrentamos hoje estão em mudança constante. Muitos, por exemplo, estão fazendo perguntas: Como os cristãos lidam com o sentimento de serem uma minoria impotente? Como fazer distinção entre perseguição por causa do evangelho e sofrimentos causados por uma variedade de fatores sem relação alguma com o evangelho? Como a reflexão cristã sobre a teologia da cruz influencia sua teologia política? E se os cristãos, depois de oferecerem a outra face, sentirem-se compelidos a recorrer à violência para se defenderem? Como os cristãos podem superar a mentalidade de gueto e acreditar que podem desempenhar um papel positivo na construção da nação? Há espaço para polêmicas? E qual a diferença entre polêmica e apologética? Como devemos compreender o lugar do islamismo nos propósitos de Deus na história? Há necessidade de uma reflexão teológica contínua e criativa sobre temas desse tipo.
– Empenhar-se no diálogo com os muçulmanos
Alguns cristãos podem precisar vencer seus temores e reservas associados com a palavra “diálogo”, vendo que não é preciso haver contradição entre missão e diálogo. Se diálogo simplesmente significa uma conversa entre duas pessoas ou partidos, podendo levar a um encontro real de corações e mentes, não há motivo para os cristãos não aproveitarem cada oportunidade para interações desse tipo, em todos os níveis da sociedade. Diálogos sérios precisam não só tratar de questões de crença e experiência pessoal, como também de questões sociais e políticas. Não é preciso temer concessões ou a simples busca de um denominador comum, uma vez que os dois lados poderão apresentar todas as questões difíceis sobre as quais querem concordar ou discordar. É especialmente necessário que líderes e estudiosos das duas comunidades se empenhem num diálogo honesto, aberto e contínuo onde há um potencial de conflito entre as duas comunidades. A Rede Temática de Lausanne sobre o Islamismo iniciará e facilitará essas conversas em nível global e regional.
– Ensino e treinamento de professores
Para que os cristãos em nossas igrejas recebam o tipo de orientação e encorajamento de que precisam para se relacionarem com os muçulmanos, é vital que pastores e professores de todo os tipos sejam capacitados para saberem o que e como ensinar em cada nível, de crianças a adultos, para dissipar o medo e os estereótipos e instilar confiança. Todos os seminários, cursos superiores de Bíblia e missões precisam fazer uma provisão adequada em seus currículos para ensinarem sobre o islamismo e grupos de povos muçulmanos, de modo que todos os obreiros cristãos saibam o suficiente para ensinar e treinar toda a igreja para sua missão.
– Buscar proficiência adequada em Islamismo
Os cristãos não devem jamais se contentar com o conhecimento do passado, mas procurar construir sobre ele usando uma variedade de disciplinas para compreender o islamismo e todas as suas formas e manifestações. Além do estudo das relações cristão-muçulmanas (inclusive a história das relações cristão-muçulmanas e a história do ministério entre povos muçulmanos específicos), do Corão e da Hadith, da lei e da teologia islâmica, precisamos das informações que podemos obter da antropologia, da sociologia e da ciência política. Em anos recentes, estudiosos e profissionais têm se empenhado em análises rigorosas de diferentes abordagens de missões e testemunho, refletindo, por exemplo, sobre questões a respeito de contextualização e traduções da Bíblia. Nosso conhecimento precisa ser escrupulosamente imparcial e lidar com toda a diversidade do islamismo e suas faces mutantes de hoje e, se for o caso, precisamos buscá-lo num diálogo aberto e franco com os muçulmanos.
– Estabelecer redes
Podemos ser gratos pelo fato de haver vários centros de estudos, redes e grupos de reflexão cristãos que se têm estabelecido em diferentes partes do mundo, concentrados nas questões do relacionamento de cristãos com os muçulmanos e o islamismo. Onde existem, esses centros precisam ser apoiados para fornecerem aos cristãos estudos acadêmicos da melhor qualidade possível sobre assuntos islâmicos e missão em contextos muçulmanos. Onde esses centros ainda não se comunicam entre si, pode haver necessidade de desenvolver uma rede de comunicação para facilitar maior fertilização cruzada e cooperação. Novos centros precisam ser estabelecidos para atender às necessidades das igrejas especialmente em diferentes regiões do Mundo dos Dois Terços e se tornarem parte dessa rede mais ampla de trabalho.