Stott em 5 minutos: Por Que Sou Cristão
Os seres humanos são um paradoxo estranho e trágico. Somos capazes da mais excelente nobreza e da mais baixa crueldade
Que tal ler o livro Por Que Sou Cristão, de John Stott, em apenas 5 minutos? Confira a seguir os trechos que mais sintetizam o conteúdo da publicação.
Capítulo 1: O Cão de Caça do Céu
O fato de eu ser cristão não se deve em última análise à influência de meus pais e professores, nem à minha decisão pessoal por Cristo, mas ao “Cão de Caça do Céu”, ou seja, ao próprio Jesus Cristo, que me perseguiu incansavelmente, mesmo quando eu estava correndo dele a fim de seguir meu próprio caminho. Se não fosse pela perseguição graciosa do Cão de Caça do Céu, hoje eu estaria na lata de lixo das vidas desperdiçadas e descartadas. (p 16 e 17)
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Jesus nos assegura em suas parábolas que, quer estejamos conscientemente buscando a Deus, quer não, ele com certeza está nos buscando. Cristo é como uma mulher que varre a sua casa em busca de uma moeda perdida; é como um pastor que se arrisca nos perigos do deserto em busca de apenas uma ovelha que se perdeu; e é como um pai que sente saudades de seu filho pródigo e deixa que ele experimente as amarguras de seus desatinos, mas que está pronto, a todo momento, para correr e encontrá-lo, e dar-lhe as boas-vindas de volta ao lar. (p 32)
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Se nos tornarmos cientes da incansável busca de Cristo, desistirmos de tentar escapar dele e nos entregarmos ao abraço desse “amante tremendo”, não haverá espaço para ostentação em relação àquilo que fazemos, mas somente para uma profunda ação de graças por sua graça e misericórdia, e para a firme resolução de passar o tempo e a eternidade a seu serviço. (p 33)
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Capítulo 2: As afirmações de Jesus
A segunda razão por que sou cristão não é porque isso é bom, mas porque é verdadeiro. (p 38)
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Sejamos claros em dizer que as afirmações do cristianismo são, em sua essência, as afirmações de Cristo. Não tenho desejo particular de defender o “cristianismo” como um sistema ou a “igreja” como uma instituição. Mas não nos envergonhamos de Jesus Cristo, que é o centro e o cerne do cristianismo. (p 39)
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Sem dúvida, a característica mais marcante do ensino de Jesus é sua extraordinária autocentralidade. Na verdade, ele estava constantemente falando a respeito de si mesmo. Ele falava muito sobre o reino de Deus, mas acrescentava que viera para inaugurá-lo. Falou a respeito da paternidade de Deus, mas acrescentou que era o Filho do Pai. (p 39)
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Com relação às Escrituras do Antigo Testamento, Jesus afirmava ser o seu cumprimento. Esse sentido de cumprimento foi um ingrediente essencial de sua autoconsciência do início ao fim do seu ministério público. (p 41)
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Em relação a Deus, a quem chamava de “Pai”, Jesus reivindicou a relação única de “Filho”. (p 44)
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Em relação aos seres humanos, Jesus reivindicou a autoridade de ser o Salvador e Juiz das pessoas. (p 46)
Capítulo 3: A Cruz de Cristo
Qualquer pessoa que investigue o cristianismo pela primeira vez ficará impressionada pelo destaque extraordinário que os seguidores de Cristo dão à sua morte. No caso de todos os outros grandes líderes espirituais, a morte deles é lamentada como fator determinante do fim de suas carreiras. Não tem importância em si mesma; o que importa é a vida, o ensino e a inspiração do exemplo deles. Com Jesus, no entanto, é o contrário. Seu ensino e exemplo foram, na verdade, incomparáveis; mas, desde o princípio, seus seguidores enfatizaram sua morte. (p 53 e 54)
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Mas por que Cristo foi voluntária e deliberadamente para a cruz? Por que ele deu a sua vida por nós? Várias razões poderiam ser apontadas, pois a cruz é um evento muito rico para receber uma simples explicação. Discutiremos as três principais que a Bíblia apresenta:
– Primeiro, Cristo morreu para expiar os nossos pecados.
– Segundo, Cristo morreu para revelar o caráter de Deus.
– Terceiro, Cristo morreu para conquistar os poderes do mal.
Ou, usando uma simples palavra para cada explicação, a morte de Cristo foi uma expiação, uma revelação e uma conquista — uma expiação pelo pecado, uma revelação de Deus e uma conquista sobre o mal. (p 58)
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Capítulo 4: O paradoxo da nossa humanidade
Perguntar “o que é o homem?” é uma outra maneira de perguntar “quem sou eu?”. Isso nos capacita a satisfazer tanto à antiga fórmula grega gnothi seauton (“conhece-te a ti mesmo”) quanto à busca atual por nossa própria identidade. Não há campo mais importante para a pesquisa e a busca do que esse. Até que tenhamos descoberto nós mesmos, não conseguimos descobrir facilmente nenhuma outra coisa. (p 72)
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A crítica cristã a grande parte da filosofia e ideologia modernas é que elas são muito ingênuas em seu otimismo acerca da condição humana ou muito negativas em seu pessimismo, conquanto ousemos acrescentar que somente a Bíblia mantém o equilíbrio. (p 74)
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Os seres humanos são um paradoxo estranho e trágico. Somos capazes da mais excelente nobreza e da mais baixa crueldade. Somos capazes de nos comportar por um momento como Deus, a cuja imagem fomos criados, e no momento seguinte como bestas, de quem fomos feitos para ser para sempre distintos. Somos capazes de pensar, escolher, amar e adorar, mas somos igualmente capazes de odiar, invejar, lutar e matar. (p 82 e 83)
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Capítulo 5: A chave para a liberdade
A quinta razão por que sou cristão é que encontrei em Jesus Cristo a chave para a liberdade. (p 89)
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Liberdade é uma grande palavra cristã. Jesus Cristo é retratado no Novo Testamento como o supremo libertador do mundo. Ele disse que viera “libertar os oprimidos” (Lc 4.18). E acrescentou mais adiante: “se o Filho os libertar, vocês de fato serão livres” (Jo 8.36). Do mesmo modo, o apóstolo Paulo escreveu: “foi para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5.1). Liberdade é hoje uma palavra moderna para “salvação”. Ser salvo por Jesus Cristo é ser liberto. ( p 90)
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Primeiro, fui salvo (ou liberto) no passado da penalidade do pecado por um Salvador crucificado. Segundo, estou sendo salvo (ou liberto) no presente do poder do pecado por um Salvador vivo. Terceiro, serei salvo (ou liberto) no futuro da presença do pecado por um Salvador que virá. (p 91)
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Capítulo 6: As realizações de nossas aspirações
A sexta razão por que sou cristão pode ser declarada de um modo bem simples: todos os seres humanos possuem vários anseios ou aspirações, os quais só Jesus Cristo pode satisfazer. (p 105)
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Há uma fome no coração humano que ninguém senão Cristo pode satisfazer. Há uma sede que ninguém senão ele pode saciar. Há um vazio interior que ninguém senão ele pode preencher. (p 105)
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Então, quais são essas experiências, esses anseios humanos? Minha tese é que os seres humanos possuem três aspirações básicas que só Jesus Cristo pode satisfazer: 1) a busca por transcendência; 2) a busca por significado; 3) a busca por comunidade. (p 108)
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Embora possam não articulá-la desse modo, podemos dizer que, ao buscar por transcendência, os seres humanos estão buscando a Deus; ao buscar por significado, estão buscando a si mesmos; e, ao buscar por comunidade, estão buscando o seu próximo. Essa é a busca universal da humanidade — por Deus, pelo próximo e por si mesmo. (p 123)
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Capítulo 7: O maior de todos os convites
[Muitos] não se dão conta de que o evangelho é um convite, gratuito, na verdade o maior convite que qualquer pessoa jamais poderia receber. Eis a sua essência: “Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso” (Mt 11.28). (p 128)
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Esse apelo (“Venham a mim”) é a parte mais conhecida da passagem. Porém ele está ligado em um parágrafo de seis versos, que precisam ser preservados juntos. Eles contêm dois convites endereçados a nós, precedidos de duas afirmações que Jesus fez sobre si mesmo. E nós não estamos em posição de responder aos convites até que consideremos e aceitemos as afirmações de Jesus (leia Mt 11.25-30). (p 130)
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As duas afirmações dizem respeito ao mais importante de todos os assuntos, o conhecimento de Deus. (…) Não pode haver conhecimento de Deus sem que ele tenha a iniciativa de revelar-se. Primeiro, Deus é revelado somente por Jesus Cristo (Mt 11.27). A segunda afirmação de Jesus é que Deus é revelado somente aos pequeninos (Mt 11.25 e 26). (p 132)
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Passemos agora das duas afirmações que Jesus fez para os dois convites que ele formalizou e continua a formalizar hoje. Aqui está o primeiro: “Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso” (Mt 11.28). Esse convite é endereçado a todos os seres humanos, incluindo nós. (p 134)
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Se o primeiro convite de Jesus é que “venhamos” até ele, o segundo é: “Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve” (Mt 11.29,30). (p 140)
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A vida cristã não é simplesmente tomar o jugo e desfrutar do “descanso”. Não; quando vamos a Jesus, uma maravilhosa mudança acontece. Primeiro ele alivia o nosso jugo e então encaixa o seu sobre os nossos ombros. Primeiro ele retira o nosso fardo e então coloca o seu sobre nós. (p 140)
• Trechos de Por Que Sou Cristão, de John Stott.