Semana do Meio Ambiente | Estudo 1: Jardineiros de Deus!

Missão Integral e mordomia da criação

Cristãos no mundo inteiro acreditam que a Bíblia é a Palavra de Deus e, por isso, nosso guia de fé e ação no mundo. Entretanto, pouco nos atentamos para o fato de que a Bíblia começa e termina com a criação. Isto em si já deveria nos alertar para a importância do assunto. Nas lições a seguir, exploraremos as implicações deste início e deste fim na responsabilidade cristã diante da criação. Veremos também que, no meio do grande relato da salvação na Bíblia, estão presentes a preocupação de Deus e a responsabilidade do ser humano e da igreja em relação à sua criação. É uma narrativa comovente e desafiadora. E, se fizermos uma leitura cuidadosa, percebemos que a história tem um final otimista! Estamos caminhando em direção a novos céus e nova terra, a um mundo recriado pelo próprio Deus, mas que não dispensa o papel do ser humano, em especial dos cristãos, na redenção da criação. Qual é o nosso papel, como seres humanos e como igreja? Como devemos exercê-lo diante dos desafios atuais? Vamos embarcar nesta?

Estudo 1: Jardineiros de Deus!

Privilégio e responsabilidade para com o meio ambiente

Especial: Série Meio Ambiente

Texto básico: Gênesis 2.15

Leituras Diárias:
Segunda-feira: Gn 1.25-31
Terça-feira:     Gn 2.4-19
Quarta-feira:   Gn 9.1-12
Quinta-feira:   Is 45.8-18
Sexta-feira:     Sl 8 ou 65.7-14
Sábado:           Sl 19.1-7
Domingo:       1Tm 4.4-5

Reflexão

Nos relatos sobre a criação em Gênesis 1 e 2, vemos que o destino e o bem-estar da criação estão entrelaçados com o destino humano. O papel do ser humano, homem e mulher juntos, está ligado ao cuidado e à ordenação pró-ativos de todas as outras criaturas (capítulo 1), o que exige conhecimento e “classificação” minuciosa dos seres criados (capítulo 2). Em Gênesis 1, nasce o zelo e responsabilidade ecológicas do ser humano. Em Gênesis 2, nasce a ciência, que implica não só em conhecimento, mas também em responsabilidade.

Apesar das conseqüências terríveis e abrangentes do pecado, a história do dilúvio deixa claro que essa incumbência primordial continua em vigor (Gn 9.1-12). Portanto, assumimos a nossa humanidade legítima, em parte, quando assumimos a “missão ecológica” da boa ordenação do meio ambiente. É importante esclarecer que tal missão não visa principalmente o benefício do ser humano, mas acima de tudo a glória de Deus, manifesta na beleza e no bem-estar de toda a criação (Gn 1.27-31; Sl 8, 104). Ser gente é ser agente no cuidado da criação. Na próxima lição, veremos que ser povo de Deus é ser agente da redenção da criação. Daqui a pouco…

Perguntas para discussão

1. Gênesis 1.26-27 afirma que o ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus, e logo depois relata uma incumbência do ser humano com a criação.

a. Quais são as semelhanças entre a relação ser humano-criação e a relação Deus-criação em Gênesis 1?

b. Quais são as diferenças?

2. Cite outras passagens que falam da relação entre o ser humano e a criação, e entre Deus e a criação. O que elas nos ensinam sobre essa relação?

Ação

Como você, pessoalmente, pretende conhecer melhor (classificar) a criação e cuidar melhor dela? Como a sua igreja local pode fazer isso? E o seu país?

Aprofundamento

Sobre a relação entre Deus, o ser humano e a criação, confira:

– CARRIKER, Timóteo. Trabalho, descanso e dinheiro; uma abordagem bíblica. Viçosa: Ultimato, 2001. p. 21-31.
– CARRIKER, Timóteo. O caminho missionário de Deus. Brasília: Palavra: 2005. p. 15-23.
– SCHAEFFER, Francis. Poluição e a morte do homem. São Paulo: Cultura Cristã, 2003. Capítulos 1-4.
– VAN DYKE, et al. A criação redimida. São Paulo: Cultura Cristã, 1999. Capítulo 6.

Leia Mais:

Jesus e a Terra – a ética ambiental nos evangelhos; James Jones. Editora Ultimato.
Assim na Terra como no Céu – experiências socioambientais na
igreja local
; Gínia César Bontempo. Editora Ultimato.
Surpreendido pela Esperança; N. T. Wright. Editora Ultimato.
Os Cristãos e os Desafios Contemporâneos; John Stott. Editora Ultimato.
A Rocha; Peter Harris. ABU Editora.

Sugestões para professores de crianças e adolescentes

Despertando o interesse

1. Passeio pelos arredores do local da aula para apreciar o que há de belo, frágil, forte e diverso na criação. Incentive seus alunos a usarem os órgãos do sentido (audição, visão, olfato) e peça a eles que façam anotações e compartilhem suas observações por meio de um relatório e/ou atividades artísticas (desenho, colagem, pintura etc.). Caso o seu ambiente de aula não seja favorável, planeje outro lugar para esse momento de apreciação.

Brincadeira no estilo “imagem & ação”: Divida a turma em dois ou mais grupos e peça que eles desenhem na lousa elementos da natureza de uma lista feita previamente por você de acordo com a faixa etária e com o bioma em que sua cidade está inserida. Se você está próximo da Mata Atlântica sugira elementos como água, minhoca, bromélia, cigarra, sauá (macaco), embaúba (árvore), trinca-ferro (ave), jacu (ave) entre outros.

Refletindo juntos

1. Relato da criação (Gn 1). Use figuras ou desenhos de giz no chão ou na lousa. Peça que os alunos observem a beleza e perfeição – tudo que Deus fez o deixou alegre, e ele o fez para nossa apreciação e para que pudéssemos ver o quanto ele é poderoso, criativo, cuidadoso… e, assim, nos sentirmos mais próximos dele.

Enfatize a ordem da criação: o homem e a mulher são o ponto máximo da criação; quando eles foram formados, tudo já estava pronto para que eles pudessem desfrutar e cuidar (Gn 2.15).

2. Dê tarefas aos alunos, mas sem condições para executá-las. Por exemplo: peça que limpem uma vasilha suja sem água ou pano – observe que eles tentarão, mas a limpeza não será feita devidamente.

Enfatize que Deus deu ao ser humano todas as condições para cuidar do jardim: recursos naturais, inteligência, compromisso, a companhia dele (Deus conversava com Adão e Eva todos os dias!).

Um passo a mais

  1. A ordem de cuidar do jardim dada a Adão e Eva vale para nós também?
  2. Como podemos (e devemos) “cultivar o jardim”, ou seja, cuidar da criação de Deus?
  3. O que temos à nossa disposição para realizar essa tarefa?

Atividades 

  1. Leia com os alunos o Salmo 19 e o Salmo 104.24.
  2. Incentive os alunos a comporem um salmo que retrate a beleza, fragilidade, força e diversidade da criação e sua participação ativa no cuidado do meio ambiente.
  3. Faça origames com eles e juntos confeccionem um móbile que poderá enfeitar a sala ou ser dado como presente a alguém. (Veja sugestões no site http://www1.uol.com.br/ecokids/oficina.htm)

Sugestão de CD infantil: Viva o Verde e Outros Bichos, de Tia Noeme e seus amiguinhos.
Sugestão de CD juvenil: Siri-pequi, de Carlinhos Veiga.

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Autor: Timóteo Carriker
Estudos publicados originalmente pela revista Ultimato, no Caderno Educação Ambiental e Mobilização Social nas Igrejas Evangélicas Brasileiras, produzido pela A Rocha Brasil, em parceria com a Editora Ultimato.
Adaptação para professores de crianças e adolescentes: Márcia Barbutti

Para mais informações acesse A Rocha Brasil

 

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