Não discuto religião. É cada um na sua

NÃO DISCUTO RELIGIÃO. É CADA UM NA SUA

 

 

Base bíblica:  Mateus 28.19-20; João 14.6

Meditação diária:
seg Mc 8.34-38
ter At 20.17-27
qua 1Jo 5.1-6
qui Cl 1.15-22
sex 1Jo 5.10-12
sáb Hb 12.1-2
dom 2Tm 1.8-12

 

Estamos enfrentando uma crise muito grande na questão de evangelismo. É triste ver que não falamos mais de nossa fé aos nossos amigos. Quando muito, nos questionamos sobre a necessidade e a real importância de falarmos de Jesus às pessoas que estão perto de nós. Fica a impressão de que não queremos incomodar ninguém com nosso discurso, de que temos medo de ser ridículos e, em alguns casos, de que até mesmo duvidamos que esse evangelho, no qual dizemos crer, possa ser a solução para a vida das pessoas.

Por que não agimos como Pedro, que cheio do Espírito, logo após o Pentecostes, pregou a uma multidão e três mil pessoas se converteram (At 2.41)? Ou como Paulo no Areópago que, quando pregava aos atenienses, mostrou senso de oportunidade, sabedoria e graça (At 17.22-34)?

Por que não falamos? Por que não discutimos sobre nossa fé com a mesma liberdade, tranquilidade, facilidade e alegria com que conversamos sobre futebol, política, filmes e tantas outras coisas? O que está acontecendo com nosso testemunho?

O que falta para nós: convicção no que cremos, ousadia, compromisso, prática? Sim. Todas essas coisas têm contribuído para “minar” nosso testemunho. Também não podemos esquecer que estamos vivendo em uma sociedade na qual não há um padrão oficial e aprovado de crença ou conduta, não há absolutos e não há certo e errado. Cada um faz a escolha que quer, em qualquer área de sua vida e essa escolha não interessa a mais ninguém. Portanto, se não há absolutos, por que testemunhar? E, então, essa mentalidade prejudica nossa iniciativa.

Passamos a raciocinar assim: se ninguém nos importuna com as suas crenças e filosofias, por que haveríamos de importunar alguém com a nossa? Mas não é isso que a Bíblia nos ensina. Ela diz: “pregue a mensagem e insista em anunciá- la, seja no tempo certo ou não. Procure convencer, repreenda, anime e ensine com toda a paciência” (2Tm 4.2 NTLH).

Temos, portanto, a responsabilidade de mostrar que o evangelho não é mais uma escolha dentre tantas outras e seus absolutos não são apenas mais uma verdade, dentre “todas as verdades”. Mas para agir assim é necessário mudar a postura, mentalidade e ter:

1. Compromisso absoluto com aquilo que creio

Fé! Essa é a maior expressão daquilo que dizemos crer. Ter compromisso absoluto com o que creio é ter compromisso de fé! O capítulo 2 do livro de Hebreus é um exemplo disso. Ali encontramos irmãos como nós, sujeitos aos mesmos conflitos internos e às mesmas limitações, mas que mostraram ter compromisso de fé no Senhor, e isso fez diferença na vida deles. Vamos destacar Abraão que “quando posto à prova, ofereceu Isaque… porque considerou que Deus era poderoso até para ressuscitá-lo dentre os mortos” (Hb 11.17 e 19), por isso foi chamado “amigo de Deus” (Tg 2.23). Temos também Moisés que “preferindo ser maltratado junto com o povo de Deus a usufruir prazeres transitórios do pecado… ” (Hb 11.25-27).

Isso não é maravilhoso? E o texto continua assim: “E que mais direi? Certamente, me faltará o tempo necessário para referir o que há a respeito de Gideão, de Baraque, de Sansão, de Jefté, de Davi, de Samuel e dos profetas, os quais, por meio da fé, subjugaram reinos … fecharam a boca de leões … Foram apedrejados, provados, serrados pelo meio, mortos a fio de espada; andaram peregrinos, vestidos de peles de ovelhas e de cabras, necessitados, afligidos, maltratados, homens dos quais o mundo não era digno” (Hb 11.32-38). Gente, isso que lemos aqui é, em sua essência, compromisso absoluto com o que creio! Só assim Deus pode agir com poder e graça em nossa sociedade.

O livro de Atos nos mostra isso quando fala sobre o impacto da fé e do testemunho dos primeiros cristãos, “Estes que têm transtornado o mundo chegaram também aqui” (At 17.6). Ou seja, a fé, as convicções e o testemunho daqueles irmãos causaram um impacto sem precedentes na sociedade daquela época.

Mas por que isso não continua a acontecer hoje em dia? Por que não oferecemos a este mundo cansado, aflito e faminto a solução que provamos em nossa própria vida? As pessoas estão vulneráveis, inseguras, sem perspectivas, com os relacionamentos esfacelados, se sentem rejeitadas e desamparadas. E nós temos a reposta! Pois, o Evangelho de Cristo oferece reconciliação com Deus e vida eterna, amor, segurança, restauração e descanso. Provamos tudo isso, não é verdade? Por que então não dizemos isso ao mundo? Por que não testemunhamos isso com ousadia e poder? Porque falta em nossa vida um compromisso absoluto com o que cremos. Falta um compromisso de fé!

Sua vida reflete um compromisso absoluto de fé com o Senhor?

2. Compromisso absoluto com a vontade do Pai

Para que possamos dar testemunho fiel, é necessário ter compromisso absoluto com a vontade do Pai. O que vemos hoje é que a maior parte dos cristãos não está comprometida com a vontade do Pai por desconhecê-la, e, outros tantos, por não fazerem dela uma prioridade na vida. Não podemos esquecer que o maior exemplo de comprometimento com a vontade do Pai veio de Jesus. Em João 4.34, Ele diz a Seus discípulos: “A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou, e realizar a sua obra”. Mais tarde, quando se aproximava a Sua morte, em um momento de grande angústia, orou assim ao Pai: “Meu Pai, se não é possível passar de mim este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade” (Mt 26.42).

E qual é a vontade do Pai com relação ao evangelho? Não é “Ide e fazei discípulos” (Mt 28.19)?

Portanto, a nossa vontade deve estar submetida à vontade maior do Pai que é “ir”. Paulo retrata isso muito bem quando diz: “porque jamais deixei de vos anunciar todo o desígnio de Deus” (At 20.27) e também tinha a consciência de sua responsabilidade em não fazê-lo: “Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho!” (1Co 9.16).

A vontade de Deus deve ser a nossa busca constante! Você se parece com Jesus? Você prioriza a sua vontade ou a vontade Dele?

3. Compromisso absoluto com a realização da missão

Nós só poderemos cumprir o propósito de Deus, se tivermos compromisso absoluto com a realização da missão. Vemos isso na vida de Moisés, cuja missão era liderar o povo até a Terra Prometida: “Vem, agora, e eu te enviarei a Faraó, para que tires o meu povo, os filhos de Israel, do Egito” (Êx 3.10). Com Paulo não foi diferente. Sua missão era “levar o meu nome perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel” (At 9.15). Somente alguém comprometido com a missão poderia estar “em trabalhos, muito mais; muito mais em prisões; em açoites, sem medida; em perigos de morte, muitas vezes. Cinco vezes recebi dos judeus uma quarentena de açoites menos um; fui três vezes fustigado com varas; uma vez, apedrejado; em naufrágio, três vezes; uma noite e um dia passei na voragem do mar; em jornadas, muitas vezes; em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos entre patrícios, em perigos entre gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre falsos irmãos; em trabalhos e fadigas, em vigílias, muitas vezes; em fome e sede, em jejuns, muitas vezes; em frio e nudez” (2Co 11.23-27).

E o nosso exemplo maior de comprometimento vem de Jesus. Ele sabia que tinha que morrer na cruz para cumprir o propósito de Deus: “Desde esse tempo, começou Jesus Cristo a mostrar a seus discípulos que lhe era necessário seguir para Jerusalém e sofrer muitas coisas dos anciãos, dos principais  sacerdotes e dos escribas, ser morto e ressuscitado no terceiro dia” (Mt 16.21), e, apesar de todo o sofrimento e dor, Ele escolheu cumprir Sua missão.

Ele próprio nos deixou uma missão, e ela deve ser o centro de nossa vida. Jesus disse “Ide e fazei discípulos” (Mt 28.19). Mas o que vemos é que a missão está sendo relegada a um nível secundário. Se der, falamos! Se der, pregamos! Não há um comprometimento absoluto da juventude com a missão, e por isso o mundo sofre e perece. É mais do que discutir preferências e escolhas, é proclamar a vida!

Se não entendermos qual é o nosso dever como igreja de Jesus, pela operação do Espírito Santo, de ir com a mensagem para sarar, abençoar e assim transformar o ser humano em sua totalidade, não cumpriremos a missão de Deus. “Porque o nosso evangelho não chegou até vós tão somente em palavra, mas, sobretudo, em poder, no Espírito Santo” (1Ts 1.5).

Você tem um compromisso absoluto com a missão? Ela arde em seu coração?

Conclusão

A juventude precisa com urgência assumir o imperativo de Jesus a Seus servos: “Ide, fazei discípulos”. Não se trata de uma opção, mas, sim, de obediência a uma ordem explícita. Nada, absolutamente nada deve nos desviar de cumprir essa missão.

Devemos combater todo pensamento pós-moderno que afeta a missão da igreja. A juventude deve reavaliar seu comportamento e ver que as pessoas não são convencidas da realidade do amor de Deus unicamente por meio de palavras, mas pela demonstração diária de que o cristianismo funciona e de que o amor de Deus é real.

Como Cristo revelou Deus ao mundo, hoje compete à igreja transmitir Cristo ao mundo. Aceite o desafio “Ide, fazei discípulos”!

Autor da lição: Roberto Márcio Gomes
>> Estudo publicado originalmente pela Editora Cristã Evangélica, na revista “O Desafio do Mundo Pós-Moderno”, da série Adultos. Usado com permissão.

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6 Comentários para “Não discuto religião. É cada um na sua”

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