A restauração do culto

A RESTAURAÇÃO DO CULTO

 

Texto básico: Esdras 3.1-13

Texto devocional: Salmo 150.1-6

Versículo-chave:
“Buscai, pois em primeiro lugar, o reino de Deus e a sua justiça, e todas estas cousas vos serão acrescentadas” (Mt 6.33).

Alvo da lição:
Depois de indentificar as prioridades da vida da igreja os alunos deverão sugerir um plano para alcançá-las.

Para sua meditação diária
Segunda: 2Cr 34.3-7
Terça: Fp 1.27-30
Quarta: 1Co 1.10-17
Quinta: Jo 4.19-24
Sexta: Sl 51.16-17
Sábado: 1Co 3.10-17
Domingo: Ap 21.9-27

 

INTRODUÇÃO

A conexão entre os capítulos 2 e 3 do livro de Es­dras é óbvia. O capítulo 2 descreveu o retorno dos judeus. O capítulo 3 retrata o reinício da adoração ao Senhor. O primeiro ato depois do retorno dos exilados para terra deles foi o restabelecimento do altar de culto. O reavivamento do culto precedeu a tudo o mais na vida daquele povo.

Nesse capítulo, encontramos o que podemos cha­mar de prioridade absoluta para o povo de Deus em tempos de restauração, pois notam-se aqui três princípios fundamentais que devem governar a vida da igreja na busca do verdadeiro reavivamen­to. Ora, que devemos esperar de um avivamento? Ao dizer “reavivamento” não estamos pensando em algum alvoroço emocional ou sensacionalista. Nada disso; queremos um reavivamento bíblico, uma igreja pronta e avivada naquilo que é essen­cial, a saber, na unidade, na adoração e na edifi­cação. Estas são três metas fundamentais para um programa de restauração espiritual na igreja local.

 

I – UNIDADE (v.1)

A unidade era visível entre os filhos de Israel, “como um só homem” (v.1). Esse espírito de união é tam­bém indispensável à igreja de hoje. É o primeiro segredo essencial do reavivamento e da benção de Deus em qualquer igreja ou grupo de crentes. Contudo, é um dos mais negligenciados.

Quantos projetos valiosos são frustra­dos ou deixam de ser realizados por falta de unidade! A Bíblia diversas vezes chama a nossa atenção para este aspec­to vital e fundamental da vida da igreja (1Co 1.10; Ef 4.3; Fp 1.27; Jo 17.21; 2Co 13.11; Fp 4.2-3).

A unidade é a forma divina apontada para alcançar o poder e a benção de nossas igrejas. Porém é importante sublinhar que essa união não significa uniformidade. Na igreja há muita di­versidade, e nenhum esforço para fazer todos iguais produzirá a igreja que Deus deseja ter (ver 1Co 12.4-6).

>> Pense nos projetos da sua deno­minação e sua igreja local. Que importância você vê na unidade para a realização dos mesmos? Você colocaria a unidade como primeira coisa na sua lista de prio­ridades para a denominação e para sua igreja local?

 

II – ADORAÇÃO (v.2-7)

A segunda expressão da vida da co­munidade judaica mencionada no texto em tela refere-se à adoração. Aqui descobrimos que, antes de qualquer coisa, o culto ao Senhor deve ter prio­ridade máxima na vida do Seu povo. A prioridade de Zorobabel está no lugar certo: antes de lançar os fundamentos do templo é preciso levantar o altar do Senhor.

Temos cometido o erro de dizer às pes­soas que elas são salvas para trabalhar. A tendência, então, é vê-las correndo em todas as direções empenhadas na obra de Deus. Quase sempre o resultado é apenas exaustão. É preciso lembrar que o Pai procura, antes e acima de qualquer outra coisa, adoradores. Wa­tchman Nee já observou que é muito fácil colocarmos a obra do Senhor antes do Senhor da obra. Como os filhos de Israel, nós também somos chamados para exercer um sacerdócio e, como no caso dos levitas, nossa primeira res­ponsabilidade é a adoração ao Senhor (1Pe 2.5).

No texto em estudo, notam-se três planos do culto ao Senhor.

1. A oferta do holocausto (v.2-3)

Dois pontos são dignos de nota aqui.
a. O sacrifício era um ato de entrega. Sacrificar quer dizer entregar.
Que estamos entregando, ceden­do, sacrificando, quando ado­ramos a Deus? O que o Senhor quer que depositemos no altar? (Sl 51.16-17; Pv 23.26)

b. O sacrifício era um ato de fidelidade.
Por terem destruído o antigo altar para construir um novo em seu lugar, o ter­ror dos povos da terra estava sobre eles. Mas, a despeito de toda oposição, nada iria impedi-los de servir ao Senhor.

2. As festas religiosas (v.4-6)
Aqui o texto chama a atenção para o abundante zelo e serviço dos judeus.

Adorar a Deus nas horas difíceis é prova da fé forte, daquele que reconhece a Sua Onipotência e admite que Ele não erra (Sl 34.10).

Aqueles homens piedosos frequenta­vam todas as reuniões e formas públicas de culto, e celebravam todas as festas religiosas. “holocaustos contínuos e os sacrificios das luas novas e de todas as festas fixas do Senhor” (v.5).

O que isso nos diz sobre o zelo com que o crente deve servir ao Senhor? Como o seu zelo se compara com o deles? Que significa Romanos 12.11 para você?

3. A contribuição financeira (v.7)
Dizemos que colocamos Deus em pri­meiro lugar, no entanto o que mais se vê entre nós são membros de igreja que buscam as coisas do mundo e relegam o Reino de Deus ao último lugar. Mas diante do exemplo daqueles servos de Deus do passado aprendemos que a contribuição financeira é parte inte­grante do nosso culto, e que a aplicação dos nossos recursos materiais na obra de Deus deve ser prioridade.

Quão importante é a contribuição fi­nanceira para a obra de Deus? Quais são as consequências de nossa infi­delidade nessa área? (ver 2Cr 29.7; Ne 13.10). Quanto à aplicação dos recursos financeiros da igreja, quais deveriam ser as prioridades?

 

III – EDIFICAÇÃO (v.8-13)

Nosso trabalho cristão pode ser tipi­ficado pela edificação do templo de Jerusalém. Podemos dizer que o nosso trabalho também deve ser o de edificar a Casa de Deus (1Pe 2.5; 1Co 1.10-17).

Como edificá-la? O texto sugere dois aspectos fundamentais para se alcançar o progresso da igreja de Deus.

1. A seleção de líderes (v.8-9)
Um homem não pode levar sozinho o trabalho do Senhor. Nem pode ali­mentar um rebanho, porque não possui todos os dons para ser o modelo para o povo. Por isso, devemos estar dispostos a pagar o preço de preparar homens para assumir a liderança conosco. Jesus escolheu alguns, e gastou três anos com eles (Mc 3.13-14; At 2.42; 4.35). Paulo trabalhava em equipe (At 13.1-3; 20.4) e insistia para que os outros assim fizes­sem (Tt 1.5-9; 2Ts 2.1-13).

Talvez valha a pena dar uma olhada nas igrejas que têm ministério colegiado.

Não é por acaso que elas são as que mais crescem em nosso país.

Quando escolhemos os líderes de nossas igrejas, adotamos os critérios bíblicos? (Tt 1.5-9; 1Tm 3.1-3)

Na escolha dos líderes perguntamos pelas necessidades da igreja? Per­guntamos pelos dons?

2. A celebração do louvor (v.10-11)
Louvar é expressar gratidão por tudo o que Deus nos tem feito (Sl 150.6; Sl 100.4). É expressar nossa apreciação pelo que Deus é (Ap 4.11).

Aqui aprendemos que o louvor:

a. deve ser dirigido ao Senhor “para louvarem ao Senhor” (v.10);
Quantos de nossos corais, grupos musicais ou de drama pensam em apresentar-se apenas para o Senhor, sem ninguém mais vê-los?

b. pode se expressar de diversas manei­ras (v.11-13).
Louvor é extravasar alegria, pela lem­brança daquilo que Deus tem feito. Veja como se manifestou naquela ocasião (v.11-13).

Cantavam alternadamente, louvando e rendendo graças ao Senhor: Ele é bom; o seu amor dura para sempre sobre Israel (Ed 3.11).

Você concorda que o louvor é um meio de edificação da igreja? Por quê? Quando o louvor edifica? Quando não?

 

CONCLUSÃO

Quando sentimos que nossas igrejas estão apáticas, letárgicas, mortas, nossa primeira reação é:

1. inventar toda sorte de programas e novidades;
2. estabelecer planos na tentativa de fazer com que as pessoas comecem a se movimentar;
3. convencer a igreja de que nossa ne­cessidade básica é nos achegarmos mais à presença de Deus, meditarmos Nele, adorá-Lo e servi-Lo com mais zelo e fervor (Ap 2.4).

Autor da lição: Pr. Wilson Nunes
>> Estudo publicado originalmente pela Editora Cristã Evangélica, na revista “Esdras e Neemias – uma perspectiva de liderança”. Usado com permissão.

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5 Comentários para “A restauração do culto”

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