A fé e o bem-estar das crianças – uma relação de causa e efeito

Fé e o bem-estar das crianças – uma relação de causa e efeito

Texto Básico: Mateus 17.1-21

Objetivo do Estudo: Refletir sobre nossa fé e o seu impacto sobre as crianças que sofrem hoje no mundo.

Introdução

Esta lição busca explorar a primeira parte do capítulo 17 de Mateus e re­fletir principalmente sobre a observação memorável de Jesus comparando a fé dos discípulos com um grão de mostarda. Esta observação no evan­gelho de Mateus acontece momentos depois da libertação de um menino oprimido por espíritos malignos. O objetivo da lição é refletir sobre nossa fé e o impacto da mesma sobre as crianças que sofrem hoje no mundo.

Leitura do Texto Bíblico

“Enquanto desciam do monte, Jesus lhes ordenou: ‘Não contem a ninguém o que vocês viram, até que o Filho do homem tenha sido ressuscitado dos mortos’”. (Mateus 17:9 )

“Quando chegaram onde estava a multidão, um homem aproximou-se de Jesus, ajoelhou-se diante dele e disse: ‘Senhor, tem misericórdia do meu filho. Ele tem ataques e está sofrendo muito. Muitas vezes cai no fogo ou na água. Eu o trouxe aos teus discípulos, mas eles não puderam curá-lo’.

Respondeu Jesus: ‘Ó geração incrédula e perversa, até quando esta­rei com vocês? Até quando terei que suportá-los? Tragam-me o meni­no’. Jesus repreendeu o demônio; este saiu do menino e, desde aquele momento, ele ficou curado. Então os discípulos aproximaram-se de Jesus em particular e perguntaram: ‘Por que não conseguimos expulsá-lo? ‘ Ele respondeu: ‘Por que a fé que vocês têm é pequena. Eu lhes asseguro que se vocês tiverem fé do tamanho de um grão de mostarda, poderão dizer a este monte: ‘Vá daqui para lá’, e ele irá. Nada lhes será impossível. Mas esta espécie só sai pela oração e pelo jejum”. (Mateus 17:14-21)

Para pensar – Contexto

Faça uma lista dos eventos contidos no capítulo 17 de Mateus até o versículo 21.

1) Pedro, Tiago e João são chamados por Jesus para subir a um monte alto. O que acontece lá?

2) Qual é a discussão na descida do monte?

3) Que episódio é descrito assim que Jesus chega junto aos discípulos?

4) Após as ações de Jesus com pai e filho, o que acontece?

5) Se houver tempo você pode aprofundar o estudo comparando a mesma sequência também relatada nos evangelhos de Lucas e Marcos. Diferenças entre os três relatos nos ajudam a perceber o que o autor de cada evangelho queria enfatizar mais.

Para discussão em grupo

As perguntas abaixo podem ser usadas para ajudar o grupo a refletir sobre o texto. As considerações em destaque são reflexões do autor deste estudo, James Gilbert.

1) Leia a passagem em Êxodo 32:7-9 Há algum paralelo entre o que Moisés encontrou quando desceu do Monte Sinai e o que Jesus encon­trou quando desceu do alto monte?

2) A quem Jesus responsabiliza pela situação de opressão maligna do menino?

Moisés desceu do monte e encontrou um povo corrompido. Um povo que na ausência de seu líder cria um bezerro de ouro para lhe prestar culto. Jesus, depois da transfiguração num monte alto, também desceu e encontrou uma geração má. Não, não tinham construído um ídolo. A multidão estava lá para ver, ouvir e receber bênçãos de Jesus. Com certeza muitos ali tinham vindo de longe, muitos eram tementes a Deus, outros buscavam a fé, eram religiosos. Então porque Jesus os chama de incrédulos e perversos?

Jesus se encontra com um pai que intercede por seu filho, pede para que Jesus o liberte dos espíritos malignos que o oprimem. Jesus não acusa nem o pai, nem o filho. Ao contrário, ele denuncia toda aquela geração, incluindo a multidão ao seu redor. Assim como no relato da descida de Moisés do Monte Sinai, Jesus confronta toda a geração: “Ó geração incrédula e perversa, até quando estarei com vocês? Até quando terei que suportá-los?” A repetição serve para enfatizar o seu pesar diante de geração tão má. A comunidade é culpada pela situação do menino, não necessariamente a criança ou seu pai. Jesus não explica o porquê de sua afirmação tão dura!

3) Compare a atitude de Jesus em relação ao pai e menino (nesta situa­ção em particular) com sua perspectiva em relação à multidão, incluindo seus discípulos. Como será que nós agimos em nossas igrejas? A quem damos mais atenção, ao grupão ou aos “pequeninos do reino”?

Hoje, ficamos tão felizes quando os bancos de nossas igrejas se enchem. Nos sentimos abençoados ao percebermos que pessoas percorreram um caminho longo para nos ouvir. Monitoramos o número de pessoas que curtem nossos conteúdos na internet. Grandes números significa sucesso! Nos alegramos muito quando é grande o número de pedidos de oração ou conselho. Diante de uma multidão, nivelamos nossas mensagens para que atendam aos anseios da maioria. Anunciamos a todos que Jesus os ama e tentamos diminuir sua ansiedade afirmando que no final tudo dará certo. No dia seguinte agradecemos a Deus pelo seu mover na multidão, por tantos interessados, por tantas conversões, etc.

Mas a ótica de Jesus é outra. No meio da multidão ele enxerga uma criança oprimida, queimada, atormentada. Os olhos de Jesus não priori­zam as massas e sim o pequenino, subjugado pelo mal. E ao invés de ver a multidão como benção, ele a denuncia como incrédula e corrupta. Será que Jesus se identifica com o menino que como criança carrega as marcas e o sofrimento decorrentes de uma sociedade corrupta? A mesma socie­dade que logo mais crucificará um homem inocente ao mesmo tempo em que libertará um criminoso?

Me impressiona a forma como Jesus condena toda sua geração, uma geração muito religiosa! Ele não destacou alguns pecadores nas ruas ou colocou a culpa naqueles que moram em favelas, mas “nesta geração”!

4) E os discípulos? Como Jesus os avalia? Fé como um grão de mostarda é uma fé pequena, média, ou grande?

A avaliação de Jesus em relação aos discípulos é só um pouco melhor. Estes homens de fé, que deixaram tudo para o seguir, já tinham sido enviados para curar os doentes, expelir demônios e anunciar o evan­gelho do Reino. E agora, confrontados com uma criança oprimida pelos demônios presentes em uma geração corrupta, eles fracassam. A fé deles estava pequena demais. Jesus avaliou o seu tamanho: era menor que um grão de mostarda.

Não se trata aqui de uma valorização da pequenez. Jesus usa o grão de mostarda para mostrar que a fé, ainda que pequena, pode mover montanhas. Para mim não parece forçado pensar que Jesus via sua ge­ração perversa como uma grande montanha a ser removida! Uma socie­dade que permitia que suas crianças fossem abusadas, atormentadas e até possuídas por espíritos malignos. Uma geração que apesar de correr atrás de Jesus, exibia incredulidade e maldade suficientes para machucar os pequeninos e até destruí-los.

5) Qual seria a avaliação de Jesus do seu povo hoje? Como ele vê o crescimento do povo evangélico no Brasil? Se andasse por nossas cida­des, a quem enxergaria? Com quem gastaria o seu tempo?

6) A partir desta reflexão, que oração podemos e devemos fazer, por nós mesmos e pelas crianças mais vulneráveis do Brasil e do mundo?

>> Autor do Estudo: James Gilbert

>> Publicado originalmente pela Rede Mãos Dadas, usado com permissão.

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3 Comentários para “A fé e o bem-estar das crianças – uma relação de causa e efeito”

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