África e Esperança
Um relato da Assembleia Mundial da IFES 2019
Por: Marcus Vinicius Matos e Raquel Bergária
Este ano fomos desafiados a participar de uma conferência não como turistas, mas como peregrinos. Pessoas que têm uma jornada longa pela frente e que entendem esse tempo de caminhada como sagrado. Então cada encontro, conversa, partilhar da mesa nas refeições, exposição da Palavra, música, silêncio, oração e reflexão poderiam ser apreciados e aproveitados. Fizemos uma longa viagem à África do Sul, junto à delegação brasileira da Aliança Bíblica Universitária do Brasil (ABUB) para a Assembleia Mundial da Comunidade Internacional de Estudantes Evangélicos (IFES), da qual somos parte, entre 3 e 10 de julho de 2019. Neste texto, compartilhamos aquilo que nos encheu de esperança: as palavras que ouvimos; os movimentos que fizemos; e o futuro que, em conjunto, enxergamos.
A jornada foi impactante: conhecemos teólogos africanos que lutaram contra o Apartheid, ouvimos pregações sobre teologia decolonial dentro de uma perspectiva bíblica e ortodoxa e fomos desafiados a pensar nossos movimentos nacionais e a responder aos desafios da nossa fé no contexto em que vivemos. Assistimos o último discurso de Daniel Bourdanné como Secretário Geral e o primeiro de Ziel Machado [entrevistado nesta edição do Entre Nós] como Presidente Honorário. Além disso, tivemos um momento ímpar: reunimos todos os movimentos de países de língua portuguesa da IFES e vamos começar uma colaboração com Angola, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e Timor Leste!
A África do Sul, em geral, e Joanesburgo, em particular, têm várias semelhanças com o contexto brasileiro. Tanto nas suas belezas naturais, quanto nas mazelas sociais: pobreza, crime, racismo e corrupção são fatos marcantes e presentes. Estar ali nos fez olhar com outros olhos para nós mesmos. Mais que isso, as datas de início, endurecimento e fim dos regimes autoritários do Apartheid e da última Ditadura Militar brasileira quase que coincidem: temos uma história institucional, política e talvez eclesiástica com muitas semelhanças a dos nossos irmãos sul-africanos.
Em um evento com tanta gente (cerca de 1200 pessoas), de 170 países diferentes, com programação intensa, cheia de informação e conteúdo, corríamos o risco de nos perdermos de nós mesmos e do que Deus tinha para nos falar durante aqueles dias. Mas aqui tentamos lhes contar as palavras, os movimentos e a esperança que encontramos na Assembleia Mundial.
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