Eu sou um solo fértil para produzir o fruto do Espírito Santo
Em 2019, que sejamos a terra fértil e a árvore de vida, plantada junto ao rio de Deus, regado continuamente pelo seu Espírito.
Por Juliana Dias*
Na carta aos Gálatas, Paulo aborda o conflito espiritual entre a carne o Espírito Santo. “Estes se opõem um ao outro; para que não façais o que quereis” (5:16). O apóstolo apresenta a diferença entre carne e Espírito a partir do que cada um produz no ser humano.
A carne produz obras, entre as quais, a prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias e atos semelhantes.
Mas o Espírito produz um fruto que tem a capacidade extraordinária de combinar nove sabores: amor, paz, alegria, longevidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. É uma explosão de sensações para quem prova e quem se permite produzir esse fruto em sua vida.
Na natureza não há nenhum alimento com esta singularidade. Assim como o povo de Israel se alimentou do maná do céu – uma provisão irreproduzível na terra, mas que poderia ser preparada de várias maneiras – Deus fez de nós um solo fértil para germinar o precioso fruto do céu, produzido pelo seu Espírito Santo.
A complexidade de seus sabores produz uma experiência coletiva, comunicável, compartilhável, contagiante e transformadora. Se na Antropologia o alimento é bom para comer e bom para pensar, na criação divina o fruto tem o poder de estabelecer o Reino de Deus na terra. Jesus, seu filho, se apresentou a nós como alimento: “eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre” (João 6: 51). De igual forma, cultiva em nós um fruto com qualidades e aromas para transformar realidades assim na Terra como no céu.
Senhor, que a minha mente conheça cada característica e benefício desse fruto;
Que minhas mãos estejam prontas para compartilhá-lo;
Que meus pés levem esse fruto a todos que tenham fome e sede;
Que meus lábios não cessem de falar sobre seus os aromas inigualáveis;
Que minha vida produza seu fruto. Venha adubar e arar minha terra. Retire toda impureza, tudo que a envenena. Transforma o solo estéril em fértil.
Germina em mim, Espírito Santo, os sabores que vão alimentar a humanidade e lutar contra as desumanidades.
Há muitas maneiras de saborear esse fruto. Muitas receitas para preparar e servi-lo. Ensina-me a oferecer alegria, paz, longevidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Se o alimento terreno é vida, o seu fruto é abundância de vida e é eterno.
O maná de Israel; Jesus, o pão da vida; e o fruto do Espírito Santo, foram enviados do céu para a Terra. Mas ainda há outros sabores insondáveis para experimentar, pois Davi diz em seus salmos (34:8). “Provai e vede que o Senhor é bom: bem-aventurado o que Nele confia”.
Por isso, na cidade celestial, Deus nos prometeu uma árvore com 12 frutos, um para cada mês do ano, com folhas que trarão saúde às nações. Novamente, não há nada comparável na terra. Esta é a árvore da vida, destinada aos vencedores. A recompensa máxima da humanidade redimida é comer o fruto, o maná escondido (Ap. 22:2).
Em 2019, quero ser a terra fértil e a árvore de vida, plantada junto ao rio de Deus, regado continuamente pelo seu Espírito. Aquela árvore descrita por Davi no salmo 1, que produzirá fruto no devido tempo, suas folhagens não murcharão e tudo quanto fará será bem sucedido.
Aqui na Terra, somos nós o solo fértil, onde cresce uma árvore de vida capaz de oferecer a todos um fruto exclusivamente produzido no céu. O Espírito Santo produz em nós o fruto mais cobiçado entre os povos para enfrentar crises, guerras, conflitos, injustiças e desigualdades. É esse fruto que combate as obras da carne e anuncia que o Reino de Deus pode ser experimentado hoje.
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*Juliana Dias é jornalista e pesquisadora na área de alimentação, comunicação e cultura. Possui doutorado em História das Ciências, das Técnicas e Epistemologia (HCTE/UFRJ) e mestrado em Educação em Ciências e Saúde (Nutes/UFRJ). Coordena os cursos de pós-graduação e extensão em Jornalismo Gastronômico na Facha, integra a Comissão de Gastronomia do Estado do Rio de Janeiro. É membro da Igreja Batista no Moneró, na Ilha do Governador, Rio de Janeiro.
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