Conversão sem salvação

quarta-feira
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A vida, agradável enquanto durar, logo acabará. A vida frágil como porcelana, preciosa e bela, terminará. (Ec 12.6) Na parábola ou na história do rico e Lázaro, que Jesus contou e que só aparece em Lucas, o principal personagem passa por uma profunda transformação depois da morte (Lc 16.19-31).

O colunável que dava festas sobre festas e que nunca prestou atenção ao homem coberto de chagas que todos os dias vinha forrar o estômago com as migalhas que caíam de sua mesa farta, agora, depois de morto, quer lamber o dedo de Lázaro, na tentativa de saciar a sede com uma ou duas gotas d’água. O homem que sempre pensou em si mesmo, agora, depois de morto, esquece-se por completo de si, quer que seus cinco irmãos se arrependam de seus pecados para se livrarem do inferno.

A narrativa de Jesus nos dá forte impressão de que estamos diante de um outro homem, totalmente diverso do homem anterior. É um homem convertido, que pensa de modo diferente.

Contudo, o grande problema é que a conversão se deu tarde demais, depois da morte, fora do prazo máximo dado pela misericórdia divina, já no inferno, quando a sorte já está selada e o abismo entre o céu e o inferno já está definitivamente posto e assentado.

Qualquer conversão verdadeira produz salvação, mas há prazos delineados pelo próprio Deus que devem ser respeitados. O chamado “dia da salvação” (2Co 6.2) não é eterno. Depois dele vem o “dia da ira e da revelação do justo juízo de Deus” (Rm 2.5). A conversão com salvação só se dá até a meia-noite do “dia da salvação” (Êx 12.29; Mt 25.6). Depois da meia-noite não tem jeito: qualquer conversão será sem salvação.

 

>> Retirado de Cuide das Raízes, Espere pelos Frutos, [Elben César]. Editora Ultimato.

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