Cansei-me de pedir socorro; minha garganta se abrasa. (Sl 69.3) Estamos cansados. Cansados de ouvir os reclamos da carne. Cansados de dizer não aos reclamos da carne. Cansados de tomar cuidado com nós mesmos e com a doutrina. Cansados de semear muito e colher pouco. Cansados de nos precaver da inveja, da competição, do ódio, da vingança, das altercações sem fim, do rancor, da soberba. Cansados de ver casamentos desfeitos, crianças infelizes, adolescentes grávidas e jovens dependentes de droga. Cansados da violência urbana, das guerras e dos rumores de guerra. Cansados da injustiça social, da fome, da doença e da morte. Cansados de chorar e de ver os outros chorarem. Cansados de esperar a volta de Jesus Cristo em poder e muita glória. Cansados da esperança.
O salmista também está cansado: “Cansei-me de pedir socorro; minha garganta se abrasa. Meus olhos fraquejam de tanto esperar pelo meu Deus” (Sl 69.3).
Ao mesmo tempo que se declara cansado, o salmista diz onde encontra descanso: “A minha alma descansa somente em Deus; dele vem a minha salvação” (Sl 62.1). Quando a canseira volta, ele insiste: “Descanse somente em Deus, ó minha alma; dele vem a minha esperança” (Sl 62.5). Esse seu cuidadoso lidar com o cansaço próprio dá-lhe o direito e a autoridade de aconselhar ao cansado de ontem e de hoje: “Descanse no Senhor e aguarde por ele com paciência” (Sl 37.7).
O descanso tem de ser somente em Deus porque é ele quem “fortalece o cansado e dá grande vigor ao que está sem forças” (Is 40.29).
>> Retirado de Um Ano com os Salmos [Elben César]. Editora Ultimato.
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