Não se enganem, meu queridos irmãos. (Tg 1.16)
Tiago não é o primeiro a prevenir o crente contra o engano. Pela boca dos profetas, Deus fazia isso com frequência: “Eu, o Senhor Todo-Poderoso, o Deus de Israel, os estou avisando para que não se deixem enganar pelos profetas que vivem no meio de vocês nem por aqueles que dizem que podem adivinhar o futuro” (Jr 29.8). Setecentos anos depois, Jesus também advertiu: “Tomem cuidado para que ninguém engane vocês. Porque muitos vão aparecer fingindo ser eu dizendo: ‘Eu sou o Messias!’ E enganarão muitas pessoas” (Mt 24.4-5). Em suas cartas, o apóstolo Paulo não se cansava de clamar: “não deixem que ninguém os engane” (Ef 5.7; Cl 2.4; 2Ts 2.3). João repete essa mesma palavra de precaução: “meus filhinhos, não deixem que ninguém os engane” (1Jo 3.7).
Trata-se de uma advertência sempre séria e atual. A primeira vez que o verbo enganar aparece na Bíblia é no relato da grande tragédia da História: “A cobra me enganou, e eu comi [o fruto proibido]” (Gn 3.12). Paulo volta a falar sobre o assunto: “A mulher foi enganada primeiro e Adão, imediatamente depois” (1Tm 2.14, AM).
O engano pode ser mútuo: “As pessoas más e fingidas irão de mal a pior, enganando e sendo enganadas” (2Tm 3.13). Foi o que aconteceu no triste caso de Labão e seu genro Jacó (Gn 29.26; 31.8). Há também o autoengano, talvez o pior de todos. Elifaz, o inimigo de Jó, explica: “Como não tem juízo e confia na mentira, a própria mentira será a sua recompensa” (Jó 15.31). Paulo resume: “A pessoa que pensa que é importante, quando de fato não é, está enganando a si mesma” (Gl 6.3).
Tiago poderia fazer uma lista: balança enganosa (Os 12.7), abraços enganosos (Pv 27.6), coração enganoso (Jr 17.9), língua enganosa (Mt 6.12) e assim por diante.
Nada melhor do que fazer da verdade o meu cinturão!
>> Retirado de Refeições Diárias com os Discípulos [Elben César]. Editora Ultimato.
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