Objeto de desprezo

sexta-feira
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Eu sou verme, e não homem, motivo de zombaria e objeto de desprezo do povo. (Sl 22.6)  O desabafo “sou motivo de zombaria e objeto de desprezo” e a queixa “caçoam de mim todos os que me veem” (Sl 22.6-7) são primariamente de Jesus Cristo. Eles estão num dos salmos acertadamente chamados messiânicos.

De fato, Jesus não trajava vestes reais e clericais nem tinha uma coroa de ouro e uma mitra na cabeça. Ele ocultou a sua glória, assumiu a forma humana e escravizou-se a si mesmo (Fp 2.5-8). Veio para servir e não para ser servido (Mc 10.45). Por isso Jesus não tinha beleza alguma, ou majestade, ou aparência dentro de um sistema hedonista de valorização. Então, era desprezado e rejeitado, não pelos anjos nem pelos demônios, que o conheciam melhor do que os homens, mas pelos seus contemporâneos e conterrâneos (Is 53.1-2).

Como objeto de desprezo, Jesus foi humilhado e rejeitado – “veio para o que era seu, mas os seus não o receberam” (Jo 1.11). Foi publicamente expulso da sinagoga de Nazaré, onde havia sido criado (Lc 4.29). Não conseguiu hospedagem em Samaria (9.52-53) e foi convidado a se retirar do território dos gerasenos (Mc 5.17). Para o ridicularizar, os soldados colocaram em sua cabeça uma coroa de espinhos e em sua mão direita uma vara como se fosse o cetro de um rei (Mt 27.27-31). Entre Jesus, que nunca foi culpado de crime algum, e Barrabás, o povo desprezou Jesus e amparou o bandido (Lc 23.17-25).

Todo aquele que segue as pegadas de Jesus, que põe em prática o que ele ensinou e prega o que ele pregou, é também grosso modo objeto de desprezo. Na cultura mundana, o desprezo só diminui na medida em que nós nos desprendemos de Jesus e nos comprometemos com a multidão. 

 

>> Retirado de Um Ano com os Salmos [Elben César]. Editora Ultimato. 

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