Deus e o simples mortal

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Em Deus eu confio, e não temerei. Que poderá fazer-me o simples mortal? (Sl 56.4)

Há situações realmente difíceis. Não é necessário negar nem ampliar nem eternizar. Elas são ocasionais, temporárias e especiais. Têm começo e fim. O desafio é saber lidar com essas situações de modo sábio e correto.

No Salmo 56, Davi descreve a sua situação: “Os homens me pressio­nam, me atacam, me oprimem, me vigiam, me prejudicam, conspiram contra mim e têm esperança de tirar-me a vida” (v. 1-6). Eles agem assim “sem parar”, “o tempo todo” e “arrogantemente”. Nessa época, Davi era muito jovem e estava fora do país porque Saul o queria matar. O homem que derrubara Golias e que tinha o aplauso de toda a nação agora vivia no meio dos estrangeiros que detestavam Israel.

Foi nessa difícil situação que o salmista declarou: “Quando eu esti­ver com medo, confiarei em ti” (v. 3). Que ele se portou dessa maneira, o poema não deixa a menor dúvida. Uma vez Davi usa o verbo confiar no futuro (“confiarei”) e três vezes, no presente: “Em Deus eu confio” (v. 4, 10-11).

Não se trata de um exercício mental pelo qual se fazem repetidas declarações de confiança. É antes um exercício espiritual que consiste em repetidos esforços para não tirar a confiança posta em Deus, mas consolidá-la e ampliá-la cada vez mais. Daí o raciocínio do salmista: “Em Deus eu confio e não temerei. Que poderá fazer-me o simples mortal?” (v. 4).

 

>> Retirado de Um Ano com os Salmos [Elben César]. Editora Ultimato. 

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