Sabendo, pois, Jesus todas as coisas que sobre ele haviam de vir, adiantou-se e perguntou-lhes: A quem buscais? Responderam-lhe: A Jesus, o Nazareno. Então, Jesus lhes disse: Sou eu. [João 18.4-5]
Jesus sabia o que estava para acontecer. Sabia do seu sofrimento, vergonha, dor e morte. E, mesmo diante de um quadro assim, ele adianta o futuro, vai ao seu encontro, não teme a morte. É um gesto de extrema coragem e segurança. Sabe o que vem pela frente e, mesmo sabendo, antecipa-o e o enfrenta. Assim era o futuro para Jesus, descortinado, aberto, claro. Na verdade, o futuro lhe pertencia, não estava entregue às forças do caos, nem era um inimigo que precisava ser desarmado e rendido.
O futuro sempre nos apavora, cria sensações de medo e desconfiança. Muitos usam as religiões para saber o futuro, encontrar formas de driblá-lo, mudá-lo, domesticá-lo. Buscam videntes, profetas, magos e bruxos. Jesus apenas o recebe como parte de sua vida, dos planos e propósitos amorosos do Pai. Se é a ele que buscam, ele se adianta, oferece-se, entrega-se. Não teme os soldados, a prisão, a cruz. O futuro não pertence aos guardas, nem a Pilatos e muito menos aos sacerdotes. Sempre pertenceu ao Pai e ao cumprimento dos seus propósitos.
Como você recebe seu futuro? Descansa e aguarda a revelação de Deus ou é tomado por ansiedade e procura formas de controlá-lo? Lembre-se hoje das suas ansiedades, medos e temores quanto ao dia de amanhã. Entregue-os em oração ao Pai e procure descansar, confiadamente, na certeza do seu amor e cuidado.
“Senhor, junto a ti estou seguro. Quando tu me seguras, nada tenho a temer. Pouco sei do futuro, mas confio em ti. Dá-me o que for bom para mim. Tira de mim o que me poderá prejudicar. Ao surgirem preocupações e aflições, ajuda-me a carregá-las. Dá que te conheça, que creia em ti e que te sirva” (John Henry Newman, 1801–1890).
Pai, são muitas as ansiedades que tumultuam minha alma. Medos, alguns infundados, outros fruto das previsões trágicas dos profetas do pavor. Mas hoje quero acolher o futuro como dádiva tua, recebê-lo sem temor, sabendo que ele a ti pertence e que nas tuas mãos posso repousar tranquilo. Amém.
>> Retirado de Refeições Diárias – Celebrando a Reconciliação. Editora Ultimato.
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