Nenhum dos que esperam em ti ficará decepcionado. (Sl 25.3) Em sua misericórdia, Deus nos deixa livres para falar qualquer coisa com ele quando entramos no Santo dos Santos. A prova disso são o livro de Jó e os Salmos.
Uma dessas súplicas muito francas aparece no Salmo 25: “Não me deixes decepcionado, pois eu me refugio em ti” (v. 20).
Quando a alma está perturbada ante o sofrimento e não consegue conciliar a dor que está sentindo com a fé que carrega no coração, um dos caminhos de sobrevivência é colocar para fora o que está lá dentro, por meio da palavra audível ou silenciosa.
É melhor falar do que ficar calado. É melhor jogar a tristeza fora do que arquivá-la. É melhor chorar do que fingir alegria. É melhor manter o semblante triste por mais um pouco do que sorrir artificialmente. É melhor desabafar do que abafar. É melhor falar de mais do que de menos. É melhor orar “Não me deixes decepcionado” do que acusar “Deus não me valeu de nada”.
No fundo, o salmista sabia que Deus não o decepcionaria. No início do mesmo salmo, ele havia feito sua profissão de fé: “Nenhum dos que esperam em ti ficará decepcionado; decepcionados ficarão aqueles que, sem motivo, agem traiçoeiramente (Sl 25.3).
>> Retirado de Um Ano com os Salmos [Elben César]. Editora Ultimato.
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