Uma confissão de próprio punho

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Persegui os que seguiam este Caminho e fiz com que alguns fossem condenados à morte. (At 22.4)

O leitor do livro de Atos já sabia que o antigo Saulo “se esforçava para acabar com a igreja” e que “ia de casa em casa, arrastava homens e mulheres e os jogava na cadeia” (8.3). Mas isso era uma informação do historiador, não do próprio responsável. Mas, agora, diante de uma multidão no mais completo silêncio, e diante dos militares, o próprio autor diz em alto e bom som: “Andei perseguindo os seguidores deste Caminho até a morte, prendendo e pondo na prisão tanto homens como mulheres” (22.4, NBV). É a confissão honesta e verdadeira de alguns crimes sem omitir a participação do sumo sacerdote e do Sinédrio, que lhe davam “cartas com instruções e permissão” para fazer tais coisas (22.5).

Quando Paulo diz: “Fiz com que alguns fossem condenados à morte” (apenas na Nova Tradução na Linguagem de Hoje), deduz-se que ele é responsável não só pela morte de Estêvão, mas também pela morte de alguns outros. As outras versões não deixam isso claro. Paulo estaria afirmando genericamente: “Persegui esse Caminho até a morte”. O historiador é muito cuidadoso e registra um só caso de envolvimento de Paulo na morte de algum cristão: “E Saulo aprovou a morte de Estêvão” (8.1).

A ignorância anterior de Paulo quanto a Jesus Cristo era tão grande que ele não era nem um pouco benevolente com as mulheres casadas e mães de filhos. Entre essas mulheres arrastadas para Jerusalém e presas, haveria alguma mulher jovem? Se outros cristãos morreram por causa da aprovação dada pelo apóstolo, então Estêvão não seria o único mártir do cristianismo naquele começo da igreja nem, talvez, o primeiro. 

 

>> Retirado de Refeições Diárias – no partir do pão e na oração [Elben César]. Editora Ultimato. 

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