Embora eu seja como uma vasilha inútil, não me esqueço dos teus decretos. (Sl 119.83)
É difícil avaliar a humildade de uma pessoa. Alguém pode parecer humilde e ser soberbo; alguém pode parecer soberbo e ser humilde. A humildade é uma virtude para Deus ver e não para o homem ver.
Quem não conhece o evangelho nem a pessoa e o caráter de Jesus Cristo, certamente, dirá que o Salvador é a pessoa mais soberba do mundo, por causa de algumas das suas declarações, especialmente esta: “Quando for levantado da terra, atrairei todos a mim” (Jo 12.32). Só o fato de Jesus ter se permitido passar pela maldição da cruz e pelo aguilhão da morte por puro amor mostra a sua insuperável humildade.
De igual modo, o salmista não é soberbo quando declara que é mais sábio que os seus inimigos, tem mais discernimento que todos os seus mestres e possui mais entendimento que os anciãos (Sl 119.98-100). Não é presunçoso porque atribui essa supremacia à poderosa influência da lei do Senhor: “Os teus mandamentos me tornam mais sábio que os meus inimigos”.
Uma pessoa cheia de si, exibida e vaidosa não conta a ninguém e muito menos coloca num poema da sua própria lavra uma revelação como esta: “Sou pequeno e desprezado” (Sl 119.141). Jamais diria que é como “um odre exposto à fumaça” (CNBB) ou “um odre cheio de furos” (NTLH) ou alguém que está “enrugado como um pedaço de couro deixado junto ao fogo” (BV).
>> Retirado de Um Ano com os Salmos [Elben César]. Editora Ultimato.
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