(1 Coríntios 3.21-23; 1 Timóteo 6.17-19)
Algumas pessoas conseguem viver “a despeito de”, mas não “por causa de”. É como se o seu dever fosse ser infelizes como um meio de protesto contra um mundo como o nosso.
Uma mulher me perguntou um dia: “Você tem um evangelho para o ferido, mas tem um para a pessoa feliz? Eu tenho um lar feliz; meu marido e meus filhos me amam, e eu os amo, e não temos nenhuma preocupação financeira em particular. Você tem algum evangelho para mim – para uma pessoa feliz?”. Pude responder que sim, e que tal evangelho é justamente este: “Sei o que é […] ter fartura […] Aprendi o segredo de viver contente […] tendo muito” (Fp 4.12). Quando somos cristãos, podemos tornar a “fartura” mais abundante e o “muito” mais próspero, dedicando-os e tornando-os instrumentos dos propósitos de Deus. Sem essa dedicação, a fartura e o muito têm um verme – o verme do egoísmo –, que devora seu coração. Mas a fartura e o muito, quando dedicados a Deus, são sadios e harmoniosos.
Consideremos o amor. O cristão – com sua lealdade central voltada para Deus e para a pessoa com quem está comprometido pelos laços do matrimônio – é livre para aceitar e dar amor. O lar em que escrevo estas palavras é um belo lar com um profundo e belo apego entre marido e esposa. Com a lealdade deles e a minha intactas, somos livres para dar uns aos outros um afeto muito profundo. O Caminho é o caminho da saúde mental. O Deus que fez o nascer e o pôr do sol, que coloriu o lírio, que pôs um sorriso no rosto de um bebê e o riso, em nossa alma, não é feliz quando estamos infelizes. Deus nos fez para apreciarmos tudo de maneira positiva, para amarmos e desfrutarmos de tudo.
Alguém, imaginando como seria um Ashram, escreveu: “O irmão Stanley anda de um lado para o outro com longas vestes negras, e o restante o segue lamentando”. Nada poderia estar mais longe da realidade. O povo não segue o “irmão Stanley”, mas Cristo, e, consequentemente, há alegria, não tristeza, e riso, não choro. “Tudo é de vocês, e vocês são de Cristo, e Cristo, de Deus” (1Co 3.22-23). O mundo da beleza, da arte, da amizade e das coisas em crescimento, e o puro prazer de viver – tudo pertence a você. Pois o Caminho está escrito neles, e, quando os recebemos, encontramos o Caminho. Deus “sustenta-me firme nas alturas” (Sl 18.33). Sim, nas alturas do amor e da vida.
Ó Cristo, tu me dás tudo. Sou belo em cada flor, rico em cada amizade, feliz em cada sorriso de um bebê e alegre no riso de quem é verdadeiramente alegre. Eu te agradeço. Amém.
Afirmação do dia: Quando as coisas estão a meu favor, posso aceitá-las; e, quando estão contra mim, posso aceitá-las também!
>> Retirado de O Caminho [Stanley Jones]. Editora Ultimato.
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